Você pretende comprar um imóvel e
não sabe qual modalidade de financiamento escolher? Para ajudar nessa etapa, a AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências
preparou um guia que esclarece as vantagens e desvantagens do SFH - Sistema
Financeiro da Habitação, SFI - Sistema Financeiro Imobiliário, programa ‘Minha
Casa Minha Vida’, entre outros empréstimos.
É
chegada a hora de realizar a compra da casa própria. Mas antes de fechar o
negócio é preciso ficar atento na escolha do financiamento. Para orientar os
futuros donos de imóvel, a AMSPA -
Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências elaborou algumas
dicas para orientar qual melhor linha de
crédito imobiliário que atenda o poder aquisitivo de cada um. Confira a seguir:
Minha Casa Minha Vida
O programa do governo foi
criado para atender as famílias de baixa renda. Para aderir, o futuro mutuário
deve ter renda entre R$ 1.600
a R$ 5 mil e adquirir imóvel com o teto máximo de R$ 190
mil para residências na cidade de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Já nas regiões com mais de um milhão de
habitantes, o valor é de R$ 170 mil. Nos municípios com população acima de 250
mil, o teto é R$ 145 mil. Nas cidades com mais de 50 mil habitantes o valor é
de R$ 115 mil. Nas demais regiões, o teto é de R$ 90 mil.
Ao comprovar que a renda
familiar não ultrapasse 30% dos rendimentos, o consumidor tem o direito de
receber subsídio entre R$ 18 mil a R$ 25 mil e pode financiar até 100% do imóvel. “A
vantagem de escolher o MCMV é que as taxas de juros são menores e vão de 5% a
7,16%, dependendo da capacidade de pagamento do proponente, da análise de risco
de crédito e da definição do tempo das prestações (mínimo de 120 meses e máximo
de 360 meses)”, explica Ana
Carolina Bernardes, diretora jurídica da AMSPA.
Outros benefícios do Minha Casa
Minha Vida são: utilizar o FGTS, entrada facilitada, parcelas decrescentes
depois das chaves e isenção
ou desconto no custo de seguros e despesas cartoriais. O programa também tem a cobertura
de parte do pagamento das prestações nos casos de desemprego, redução de renda,
morte e invalidez permanente e nas despesas de recuperação relativas a danos
físicos ao imóvel. “Para ter a cobertura do Fundo Garantidor de até 36 parcelas
é preciso ter quitado seis prestações do financiamento. Durante o tempo do
auxílio é necessário o
pagamento mínimo de 5% das prestações, comprovar situação a cada três prestações requeridas e estar
adimplente nos meses anteriores”, ressalta Ana.
SFH e SFI
O SFH - Sistema Financeiro da
Habitação é a alternativa para quem comprar uma residência abaixo do valor de
R$ 500 mil. Ao optar pela modalidade o comprador tem juros de até 12% ao ano,
descontos de 50% na taxa de registro em cartório no caso da primeira compra do
imóvel, amortização decrescente e pode utilizar o FGTS para abater as
prestações e o saldo devedor.
Essa modalidade também dá mais
fôlego na ocorrência de atraso nos pagamentos das parcelas: são três meses para
conseguir resolver o problema de inadimplência com o agente financeiro. “É
importante frisar que o financiamento só poderá ser feito com o Habite-se
emitido, pois os bancos exigem o documento no momento de conceder o empréstimo”,
alerta Marco Aurélio Luz, presidente
da AMSPA.
Já no SFI - Sistema Financeiro
Imobiliário, o crédito é concedido para a compra de imóvel no valor acima de R$
500 mil. Os juros são negociados caso a caso e o uso do FGTS só pode ser feito
para quitar o saldo devedor. Além disso, a perda da propriedade pelo não
pagamento do imóvel acontece em 15 dias após a notificação do cartório. “Apesar
de o SFI permitir o financiamento em até 30 anos, o ideal para quem optar pela
modalidade é quitar as parcelas em um período curto, que deve ser no máximo de
cinco anos”, orienta Luz.
A desvantagem de ambos é que não têm
a proteção do Fundo Garantidor no caso de perda de renda.
Outras opções
Uma
modalidade que está crescendo para comprar a casa própria é o sistema de
consórcio. Essa alternativa de financiamento
tem como benefícios: os juros baixos; a possibilidade de usar o FGTS para dar
lances e receber a carta de crédito antes; o prazo para a liberação (varia
entre 60 a
180 meses) é menor, se comparado a outros financiamentos que chega a 30 anos.
Já os malefícios são: as taxas de administração e adesão, os seguros e o fundo
de reserva que pode comprometer até 20% das prestações.
Segundo
Marco Luz, quem escolhe
o consórcio não deve ter pressa, pois tanto pode ser o primeiro como o último a
ser contemplado. “Devemos alertar o adquirente, que deseja comprar sua primeira
casa por essa modalidade que, quando liberar a carta de crédito, muitas vezes,
o valor não é suficiente para aquisição do bem. Nesses casos, em que houver a
valorização do imóvel e a quantia ficar acima do crédito recebido, o dono da
propriedade terá que ter reservas próprias para completar o pagamento. Caso
contrário será forçado a comprar o imóvel em outro local não desejado”,
completa.
Outra
opção para financiar um imóvel é ir direto à construtora. A modalidade é boa
para quem adquirir o bem no valor acima de R$ 500 mil e quer quitar as parcelas
em pouco tempo. A vantagem dessa escolha é a facilidade de negociação com o
incorporador. Também inclui menor rigidez para conseguir a concessão do crédito
e, no caso da impossibilidade de cumprir o contrato, há a alternativa de se
fazer um acordo.
O
problema desse financiamento está na cobrança dos juros, de 12% ao ano mais o
IGP-M - Índice Geral de Preços-Mercado, após as chaves, que leva a um aumento
considerável do preço final, além de receber a escritura somente após quitar as
prestações. “Para aqueles que preferirem essa modalidade é preciso ter cautela,
pois, caso a construtora quebre antes da entrega das chaves, pode não ser possível
conseguir recuperar o dinheiro”, acrescenta Luz.
O
presidente da AMSPA
sugere que, antes de assinar o contrato nesses tipos de financiamento, o consumidor
deve verificar o quanto o valor das parcelas vai comprometer seu rendimento
familiar. “O ideal é que não seja mais de 30% de sua renda, se essa for
superior a R$ 10 mil”. Quem tem ganhos entre R$ 5 e 10 mil, o limite da
prestação deve ficar entre 11 e 15%. Ele ainda aconselha: “Com renda menor que
R$ 5 mil, não arrisque a assumir prestações superiores a 5% desse valor”.
Portanto,
segundo o especialista, fica evidente que a escolha do financiamento depende
muito do poder aquisitivo de cada um. “É importante que o futuro proprietário
do imóvel converse com sua família, levando sempre em conta as despesas fixas,
como alimentação, educação, transportes, pagamento de prestações, entre outros
gastos. Caso contrário, o sonho de comprar a casa própria pode se tornar um
tormento e acabar de vez com uma esperança do então adquirente”, completa Luz.
SERVIÇO:
Os mutuários, que desejam mais informações, podem recorrer à AMSPA para obter mais
esclarecimentos. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (11)
3292-9230 ou comparecer em uma das unidades da entidade. Endereços das unidades
e mais informações no site: www.amspa.org.br.