quarta-feira, 31 de março de 2021

ABIMAQ prevê aumento de 31,6% nos investimentos da indústria de máquinas e equipamentos em 2021

ABIMAQ prevê aumento de 31,6% nos investimentos da indústria de máquinas e equipamentos em 2021 

Para este ano são esperadas aplicações acima dos R$ 6,7 bilhões em investimentos como: modernização tecnológica, ampliação da capacidade industrial e reposição de máquinas depreciadas e outros.

O Departamento de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) elaborou uma pesquisa e revelou que os fabricantes preveem investir mais de R$ 6,7 bilhões em 2021, uma alta 31,6% em relação ao volume investido em 2020, quando realizou em torno de R$ 5,1 bilhões de investimentos contra R$7,6 bilhões previstos, o que representa uma variação de 33% (realizados/previstos).   

A pesquisa ainda apontou que as grandes empresas estão mais dispostas a investir em 2021 com uma previsão de 59% contra 41,3% das médias empresas e 34,9% das micro e pequenas. “Dada a incerteza do cenário de crise ocasionada pela pandemia do coronavírus, muitas empresas suspenderam seus investimentos e até mesmo fecharam suas portas no ano passado. Agora em 2021, com a perspectiva de recuperação motivada, principalmente pela vacinação contra a Covid-19, as empresas estão otimistas para recuperarem seus investimentos suspendidos em 2020”, afirma João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ.   

Entre os investimentos esperados para 2021, 36% (22,1%/2020) devem ser destinados para ampliação da capacidade industrial, 34,2% (33,4%/2020) para na modernização tecnológica, 21,9% (32,5%/2020) na reposição de máquinas depreciadas e 8% (12%/2020) em outras áreas. “Em função da perspectiva do aumento das vendas de 6,9% em 2021, as empresas estão ampliando seu parque industrial e os postos de trabalho para atenderem as encomendas”, explica Marchesan.  

O setor vem apresentando nos últimos anos uma relação muito baixa entre investimentos sobre receita líquida de vendas, chegando a ficar em 3% em 2015. Já em 2020, este valor foi de 3,4%, muito aquém de outros anos, quando chegou ao pico de 14,4% em 2007. “Para um processo de retomada consistente do crescimento por meio do investimento será preciso melhorar as condições de financiamentos, tanto para capital de giro, como para a modernização ou ampliação das estruturas produtivas”, ressalta Marchesan.  

Segundo presidente da ABIMAQ, para melhorar a segurança dos investimentos também é preciso reduzir a insegurança jurídica, excesso de burocracia e o Custo Brasil, além de simplificar e diminuir a carga tributária. “Sem investimentos o Brasil não vai crescer e não vai gerar emprego. As prioridades para 2021 são o combate à pandemia da Covid-19, vacinação em massa e combate à falta de competitividade dos setores produtivos brasileiros por meio redução do Custo Brasil. O Brasil precisa aprovar as reformas tributária, PEC emergencial e reforma administrativa”. 

segunda-feira, 29 de março de 2021

A importância do aporte de recursos para linhas de financiamentos agrícolas

Enquanto diversos setores da economia brasileira tiveram que lidar com enormes prejuízos causada pela Covid-19, o agronegócio manteve seu crescimento graças à produção de grãos e às exportações agrícolas de commodities e de equipamentos. Contexto esse que demanda dos produtores, recursos para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, insumos e, construção de armazéns. No entanto, conforme já prevíamos, pelo ritmo de desembolsos, os recursos disponibilizados para o Plano Safra 2020/21 não serão suficientes para suprir essa demanda.

A disponibilidade de linhas de financiamentos a custos competitivos e em volume de recursos adequado à demanda do setor, são fatores essenciais para a continuidade da reposição dos equipamentos, aprimoramento tecnológico da frota e manutenção da produtividade, evitando interrupções que para o setor são extremamente danosas em função da natureza dos produtos. 

Além disso, a previsibilidade e estabilidade na oferta de crédito são fundamentais para elaboração do planejamento empresarial notadamente nas decisões de investimento. A descontinuidade na oferta de financiamento é altamente perniciosa para a indústria que se vê obrigada a parar a produção com prejuízos irrecuperáveis. Estas interrupções se somam ao custo Brasil onerando as indústrias e consequentemente o agricultor. Por outro lado, o agricultor fica com janela de compra menor, nem sempre comprando na melhor época.

Vale destacar ainda que volumes de recursos adequados é fator de previsibilidade e estabilidade no sistema de comercialização de máquinas agrícolas. Agricultores podem planejar suas compras na época adequada e o fluxo de negócios não sofre paradas que se ocorrerem trazem prejuízos para todos os participantes do sistema.

Outro ponto que se deve em levar em consideração são financiamentos com juros fixos para que o agricultor possa conhecer o valor das prestações facilitando a tomada de decisão. Ressalto que esses juros devem ser compatíveis com a        atividade econômica.  

Para que o segmento de máquinas e implementos agrícolas possa dar continuidade ao seu crescimento e, consequentemente, seguir contribuindo com a retomada econômica do país, reforçamos a necessidade de aporte adicional de recursos para alguns dos programas que compõem o Plano Safra 2020/21.

Os recursos do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) necessitam de aporte de R$ 7 bilhões. O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) carece de custeio de R$ 3,8 bilhões. A linha Inovagro precisa de incremento de R$800 milhões. Já o Pronaf Mais Alimentos requer acréscimo de R$1,8 bilhão. Esta situação influencia diretamente na movimentação dos negócios no segmento agroindustrial.

Por outro lado, além da mobilização junto ao governo, a ABIMAQ também está em busca de soluções próprias e favoráveis junto aos bancos privados. Nessas reuniões pedimos a fixação de taxas para as linhas próprias dessas instituições semelhantes às já existentes no mercado oriundas do Plano Safra a fim de contribuir para alavancagem do agronegócio brasileiro. Sabemos que não é fácil, mas estamos trabalhando para tentar viabilizar o suplemento desses recursos.

O segmento agrícola está investindo, renovando seu parque de máquinas, que tem 50% da frota com idade média de 10 a 15 anos de uso. Não podemos perder este momento de contínuos investimentos na modernização, levando em conta que estamos entrando na era da Agricultura 4.0. Por tudo isso, continuaremos nossos esforços para encontrar uma forma de administrar a escassez dos recursos agrícolas.

João Marchesan - Administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.

 

 

sexta-feira, 26 de março de 2021

ABIMAQ inicia pesquisa sobre transformação digital e a inovação de modelos de negócios

O objetivo do mapeamento é identificar os avanços tecnológicos e junto, as novas oportunidades de negócio que surgem com a transformação digital da indústria de máquinas e equipamentos possibilitando o fortalecimento e o aumento da competitividade do setor

A ABIMAQ, por meio do Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (NAGI), comunicou o lançamento da pesquisa ‘Transformação Digital e Inovação de Modelo de Negócio da Indústria de Máquinas e Equipamentos’ durante a reunião do Conselho de Tecnologia, realizada no dia 08 de fevereiro. O mapeamento é feito em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por meio do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) e terá apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).  

João Alfredo Delgado, diretor de Tecnologia da ABIMAQ, expôs que a entidade vem nos últimos anos coordenando um trabalho de soluções da indústria 4.0 e na gestão da inovação. “Uma das ações foi o mapeamento das tecnologias da indústria 4.0 de 2018 (mais detalhes - www.ufrgs.br/neo) com NEO da UFRGS. Este ano estamos repetindo o estudo, mas de forma mais ambiciosa, pois poderemos fazer um comparativo com a pesquisa anterior para ver como evoluímos nesses últimos anos, principalmente para conhecer o atual estágio e o impacto na indústria cujo período da pandemia acelerou o processo da transformação digital”. 

Alejandro Germán Frank, professor adjunto na UFRGS e diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO UFRGS), ressaltou que o objetivo da pesquisa atual é dar mais ênfase na parte de negócios da transformação digital olhando o viés da indústria 4.0 de forma mais ampla. “O estudo anterior era mais focado na tecnologia 4.0 dentro da fábrica e agora vamos expandir para a área de negócios porque sabemos que é um grande desafio hoje das empresas de como repensar e ampliar as suas atividades dentro desse novo contexto desafiador”.  

Néstor Fabián Ayala, professor Coordenador na UFRGS e Codiretor do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO UFRGS), explicou que o escopo do mapeamento será composto por 4 Smarts da Indústria 4.0. “Um dos aspectos que vamos olhar são as oportunidades para manufatura avançada. O outro ponto é se as empresas estão aplicando as tecnologias para conectar a sua cadeia de suprimentos seja com fornecedores ou clientes. Já outro enfoque é para saber como as empresas estão utilizando as tecnologias com mix de pessoas com máquinas.  E a quarta dimensão é de produtos e serviços inteligentes, ou seja, olhar na perspectiva sócio-técnico no sentido de saber se as organizações estão sendo bem-sucedidas na aplicação da indústria 4.0”. 

Anita Dedding, gerente de Tecnologia da ABIMAQ, afirmou que a estrutura da pesquisa servirá como guia para empresas nortearem suas estratégias. “Os participantes do mapeamento receberão um relatório de benchmarking customizado apresentando sua posição em relação às demais organizações do setor”. 

Saiba  mais

Para mais detalhes do projeto e para participar da pesquisa entre em contato: e-mail: ipdmaq@abimaq.org.br ou pelo telefone (11)5582-6313. 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Balanço de 2020 e perspectivas para 2021 são apresentados por representantes do BNDES

No encontro, foi destacado que o BNDES destinou R$ 134 bilhões em apoio às empresas em 2020 e que para 2021 vai intensificar as linhas já existentes e criará novas, bem como os serviços digitais ofertados pelo banco para fomentar o mercado

“Em função da pandemia de Covid-19, como medida emergencial, destinamos cerca de R$134 bilhões em apoio às empresas em 2020. Nesse contexto, a atuação de forma indireta pelo BNDES alavancou mais de R$ 90 bilhões em crédito por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) como sendo uma das medidas principais, mais de R$ 9 bilhões destinado à capital de giro e contou com mais de 390 mil clientes atendidos e mais empregos gerados”, afirmou Gilberto Borça, do BNDES, durante reunião realizada no dia 18 de fevereiro.  

Borça ressaltou ainda que a expansão da linha Crédito Pequenas Empresas possibilitou um crescimento positivo de aproximadamente 529%, representando 23% dos desembolsos totais do Banco. Já os Programas Agrícolas do governo federal, apesar do bom desempenho da Safra 20/21, obteve retração de 2% nas liberações em 2020, com market share (participação) caindo de 57% para 47% no total dos desembolsos. “Os itens classificados como demais bens de capital somaram 18% de liberações, enquanto o Cartão BNDES declinou em 25% dos desembolsos”.

No âmbito do Finame, na modalidade de BK Aquisição e Comercialização, Borça disse que houve uma queda expressiva em 2020 se comparado com 2019, mas que as Linhas Finame Materiais Industrializados e BNDES Crédito Rural (produtos novos) apontaram um aumento considerável. “Em termos de custo financeiro, houve forte crescimento das operações de demais bens de capital lastreadas em Selic do que da Taxa de Longo Prazo (TLP) e Taxa Fixa BNDES (TFB), em particular no segundo semestre de 2020, sendo 72% das liberações da Linha Crédito Rural e 88% das liberações de Finame Materiais”.

Caio Araujo, do BNDES, relatou que as perspectivas para 2021 são voltadas à intensificação de linhas já existentes e a criação de novas, bem como enfatizar os serviços digitais ofertados pelo Banco para fomentar o mercado. O Canal MPME do BNDES é um hub de serviços com soluções próprias e de parceiros  que auxiliam os clientes no desenvolvimento de seus negócios, gerando valor e impulsionando novos benefícios.  “Com objetivos de aprimorar o  Canal MPME, o BNDES pretende que o cliente tenha acesso a todas as opções de crédito de mercado adequadas à sua necessidade, possibilitando a jornada integral dele dentro da própria plataforma informando aos envolvidos cada andamento do processo, como na contratação e acompanhamento da operação, e ainda trará novas opções de integração com marketplaces de bens e serviços, fintechs de gestão e outras entidades para oferta de serviços do canal nas próprias plataformas dos parceiros”. 

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, expôs que os números do Finame Demais BK já ultrapassaram, antigamente, a casa dos R$ 40 bilhões em desembolsos. “Atualmente, cerca de 76% das máquinas vendidas no Brasil não possuem financiamento algum e isso é considerado um retrocesso, pois a formação bruta de capital fixo não chega a 16%, no âmbito do setor industrial no que diz respeito ao pequeno empreendedor que é um dos grandes somatórios de investimentos no país, mas que na atualidade encontra-se paralisado muito em virtude do custo aplicado. As demandas existem, mas o financiamento está escasso”.

Bruno Laskowsky, do BNDES, explanou que o melhor posicionamento do BNDES nesse quesito é continuar trabalhando para o aumento do nível de competição no mercado, inclusive trazendo novos parceiros. “O trabalho forte que precisará ser feito é em prol da tecnologia e da produtividade, além de ajustes no custo ofertado”. Ele sugeriu, se necessário, uma outra reunião para tratativas sobre o Canal MPME.

Ao ser indagado por Giselle Rezende, gerente de Financiamentos da ABIMAQ, sobre qual o percentual apurado de aprovação dos pedidos que entram via Canal MPME, Caio Araujo informou que o Canal é tratado de forma diferenciada onde as conversões de financiamentos são menores (menos de dois dígitos), dado a abertura do mercado, mas que é um ponto de encontro estrutural entre banco e cliente. 

Na reunião, também foi tratado os seguintes temas: limite de financiamento do Finame Direto, nova estrutura da Área de Indústria, Serviços e Comércio Exterior, Fundo Garantidor de Investimento, Crédito Compartilhado, Finame com spread fixo, antecipação de recebíveis, limite de repasse dos bancos de fomento e Plano Safra 2021/22. 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Uso da irradiação para o setor de alimentos e gestão de pessoas são temas da reunião da CSMIAFRI

Apresentações foram feitas por Nilo de Almeida, da Amazônia Azul Tecnologias, e Cristina Folli, Mentora e Orientadora de Carreiras, para associadas da CSMIAFRI

“O Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e o programa nuclear brasileiro para irradiação de alimentos tem potencial de aumentar ainda mais a participação desse setor no mercado internacional”, destacou Nilo de Almeida, da Amazônia Azul Tecnologias, em sua apresentação na reunião da Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial (CSMIAFRI), realizada no dia 10 de fevereiro. 

Almeida explicou que a Amazul vai fomentar a implantação de centros de irradiação para permitir a utilização das tecnologias nucleares para o tratamento adequado na cadeia de produção de alimentos, (aumento conservação e da vida de prateleira, controle de pragas, desinfestação e esterilização). “Para isso, buscaremos no mercado internacional fornecedores de equipamentos e sistemas de irradiação para atender às necessidades do setor, bem como contribuir com a adequação legal (licenciamentos ambiental e nuclear) e apoiar na implementação das estruturas de construção civil necessárias ao empreendimento”.

Ele esclareceu que uma das etapas do projeto é realizar uma chamada pública internacional para oferta de equipamentos e sistemas de irradiação, na qual serão selecionadas as melhores soluções para cada tipo de emprego da irradiação. “A Amazul, mediante aporte de recursos do cliente final, fará o projeto de engenharia, o licenciamento radiológico e a contratação da empresa responsável pela construção, montagem e comissionamento dos equipamentos, bem como a fiscalização do empreendimento e assessoria para operação e manutenção, até a entrega final ao usuário”.

DESENVOLVIMENTO DE CARREIRAS

Cristina Folli, Mentora e Orientadora de Carreiras, fez uma apresentação sobre como ser mais eficaz na gestão de pessoas. “Liderar para conseguir melhorar o desempenho de forma eficaz é ter as pessoas certas nos lugares certos. Os efeitos dessas ações melhoram a performance e elas são mais felizes, motivadas, engajadas e promovem resultados sustentáveis. Essa é a grande diferença da liderança eficaz”. 

Para Cristina um dos meios que ajudará na eficácia da gestão de pessoas é utilizar a ferramenta para análise do perfil comportamental chamada PI – Sistema Predictive Index. “Entre seus benefícios estão a alocação das pessoas mais adequadas para uma função, considerando os comportamentos mais importantes e a capacidade cognitiva para o desempenho das atividades; montagem de equipes eficazes, considerando a interação dos perfis comportamentais e capacidade cognitiva dos componentes da equipe; gestão e motivação das pessoas, de acordo com as necessidades específicas de cada profissional; desenvolvimento das pessoas treinadas por meio do autoconhecimento e entendimento dos outros; e identificação e desenvolvimento de talentos e de potenciais líderes, considerando o perfil comportamental e capacidade cognitiva dos profissionais”. 


sexta-feira, 19 de março de 2021

Perspectivas globais e domésticas da economia para 2021 são analisadas na reunião da CSMF

Palestrante convidado, Roberto Padovani, economista-chefe do banco Votorantim, ressaltou que a economia retoma, mas por uma questão cíclica empurrada por dois motores, juro real e exportações

“A economia retoma, mas por uma questão cíclica, pois temos dois motores empurrando o Brasil. Um é o impulso externo que são as exportações, principalmente no agronegócio. O outro é o motor interno influenciado pelo juro real negativo que acaba favorecendo o setor de bens duráveis.”, afirmou Roberto Padovani, economista-chefe do banco Votorantim, durante reunião da Câmara Setorial de Máquinas - Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF), realizada no dia 10 de fevereiro.

Para Padovani, quando esses dois motores empurram o país eles trazem a reboque outros três mercados. “O primeiro é o mercado de trabalho, porque a indústria está atendendo a demanda, repondo seus estoques e do comércio, isso traz um pouco do emprego junto. O segundo é a questão do crédito, a leitura dos economistas é que os bancos estarão abertos para dar crédito e com juros relativamente baixo. E por último é que temos um ambiente de estabilidade na política, então o mercado tente a se acalmar”. 

O economista ressaltou que o setor de bens de capital tende a andar porque o custo de capital está baixo com a queda do dólar e o juro real menor mesmo com os juros subindo, como também pelo ambiente político mais previsível. “Essa combinação de fatores faz com que os investimentos comecem a andar e puxe a demanda de máquinas e equipamentos. Aliás, devemos voltar a ter um juro real na faixa de 3%”.  

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, comentou sobre o mercado de máquinas e equipamentos. “A despeito de toda pandemia nós crescemos no mercado interno 11%, mas caímos 28% nas exportações. Até outubro, nós estávamos com um acumulado de queda de 28%, mas recuperamos muito em novembro e dezembro, inclusive com aumentos de 30% em relação a 2019. No emprego, nesses dozes meses crescemos 8%. Estamos prevendo para 2021 crescimento de 7%. Apesar da reação boa do setor, o nosso entendimento é que a melhora foi porque estávamos numa base muito baixa de investimentos em torno de 15% do PIB no período de 2015 a 2019. Então o nosso segmento passou a recuperar, mas ainda está 40% menor do que era entre 2010 a 2013”. 


quarta-feira, 17 de março de 2021

ABIMAQ realiza Rodada de Negócios Multissetorial

Evento foi uma oportunidade das empresas associadas da ABIMAQ ampliarem suas chances de negócios, prospecção de novos parceiros comerciais, fornecedores ou consumidores de serviços, insumos, máquinas e equipamentos em ambiente online seguro, confiável e controlado

Com a participação de 13 empresas associadas e dos compradores Incorposul Empreendimentos e Participações, Porto do Açu, Plaenge Empreendimentos e Lafaete Locação e a realização de mais de 26 reuniões, a ABIMAQ promoveu mais uma edição online da Rodada de Negócios Multissetorial, nos dias 25 e 26 de fevereiro.   

Na avaliação de Walter Gianfaldoni, diretor da Betomaq Industrial, o evento foi excelente, pois foi bem organizado em uma plataforma de fácil acesso e com muitos recursos. “As reuniões nos possibilitou ter contato direto com os compradores e conhecer suas necessidades ao memo tempo em que explanamos quais soluções podemos oferecer para atender”. 

Gianfaldoni enfatizou que saiu da rodada com a certeza que será a primeira de muitas. “Estaremos presentes nos próximos eventos de negócios. E por ser online, facilita muito pela disponibilidade com agenda acertada entre as empresas”. 

Para Alessandra Monteiro, Executiva de Contas da Paletrans Equipamentos, a participação na rodada de negócios foi importante por permitir a sinergia das empresas independentemente que haja negociação agora ou futuramente. “O que me chamou a atenção foi a organização da ABIMAQ em relação ao evento, pois as pessoas envolvidas no processo foram atenciosas e fizeram toda parte de orientação para estarmos tranquilos nas reuniões”. 

Em sua segunda Rodada de Negócios pela ABIMAQ, Alessandra disse que o outro evento, em 2019 com empresas do ramo alimentício, agregou bastante a parte networking e conhecimento.  “As reuniões presenciais permitem ter um feeling melhor da negociação, mas ao mesmo tempo eu gostei bastante do online porque eu senti mais individualismo ao conversar com as empresas. Ao contrário do que acontece em uma rodada presencial em que você está apresentando seu negócio junto de outros competidores e os compradores acabam tendo muita informação ao mesmo tempo”.  


segunda-feira, 15 de março de 2021

Projetos de recuperação energética de resíduos são apresentados para Secretaria Nacional de Saneamento

De acordo com os cálculos realizados pela consultoria Engenho de 2020, os custos evitados com a instalação de uma usina de WTE seriam da ordem de 487 R$/MWh, resultando em um valor real de economia de energia para a população de cerca de 113 R$/MWh

Para expor projetos que prevê a implementação de usinas de recuperação energética (WTE) de resíduos sólidos urbanos (RSU) utilizando fontes alternativas, Estela Testa, presidente do Sistema Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental (SINDESAM), José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, e Yuri Schmitke, presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), reuniram-se virtualmente com Pedro Maranhão, Secretário Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, no dia 18 de fevereiro. 

No encontro foi mostrado um estudo para viabilidade e implementação de usinas de recuperação energética com cinco capacidades de tratamento para as cidades de Florianópolis (SC), Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF). “Esse projeto vai contemplar populações variando de 500 mil a 3 milhões de habitantes, geração de RSU de 400-mil t/d a 3,7 milhões de t/d, e potencial de geração de energia entre 91 e 782 GWH/ano brutos (de 11 e 98 MWe instalados)”, explicou Schmitke. 

Para o projeto está previsto a constituição de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com intuito de se recorrer ao ‘Project Finance’ (mais detalhes na ilustração abaixo). A principal garantia sobre a qual recairá a obrigação de quitação da dívida será a capacidade da SPE de gerar fluxos de caixa, embora em alguns casos parte dos recursos sejam exigidos dos acionistas”, ressaltou presidente da ABREN. 

Na reunião também foi colocado que está prevista ainda a instalação de Usinas de Recuperação Energética (URE) em Barueri (SP) com 15 MW de potência instalada e potencial para tratar até 825 ton/dia de resíduos sólidos urbanos; de Mauá (SP) de 80 MW de potência instalada para tratar 3.000 ton/dia de RSU; da Baixada Santista (SP) com 38 MW de potência instalada para tratar 2.000 ton/dia de RSU, de Consimares (Hortolândia/SP) com 17 MW de potência instalada para tratar 7.000 ton/dia de RSU; de Ciclus (RJ) com 30 MW de potência instalada para tratar 1.300 ton/dia de RSU; e de Diadema com 15 MW de potência instalada para tratar 500 ton/dia de RSU.  

Estela Testa frisou que é preciso planejar desde agora a implementação dessa solução para que seja feita de maneira sustentável e que não pese no bolso do contribuinte. 

A presidente do SINDESAM relatou que Pedro Maranhão mencionou que vai apreciar a sugestão e concordou de levar avante a recuperação energética de resíduos. 


sexta-feira, 12 de março de 2021

Área irrigada no brasil cresce 18,96% em 2020

Levantamento realizado pela Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da ABIMAQ aponta que a área incremental irrigada em 2020 é de 249.225 mil hectares contra 209.500 mil em 2019. Já no acumulado de 2000 a 2020, o crescimento foi de 4%, o que representa 6.481.812 milhões de hectares irrigados no total contra 6.232.587 no ano passado

No intuito de contribuir com informações e assim colaborar com o trabalho de todos os envolvidos com a agricultura irrigada, a Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), da ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, divulga pesquisa com estimativa da área irrigada no Brasil. “Esperamos contribuir para o enriquecimento, padronização e atualização das informações relativas a este importante e destacado segmento do agronegócio brasileiro”, ressalta Renato Silva, presidente da CSEI.

Em 2020, a área incremental irrigada foi de 249.225 mil contra 209.500 mil em 2019.  Dessa totalidade, 117 mil hectares foram de irrigação por aspersão com pivô central, contra 97,5 mil no ano passado (aumento de 20%). Outros 78.775 mil hectares de irrigação localizada por gotejamento ou microaspersão, no ano anterior foi de 68.500 mil (aumento de 15%). Mais 37.200 mil hectares de irrigação por aspersão convencional, fixa, tubo PVC ou canhão, em 2019 foi de 31 mil (aumento de 20%). E 16.250 mil de área para irrigação por aspersão com carretel, em 2019 foi de 12.500 mil (aumento de 30%). “Comparado 2020 com 2019 a área total irrigada cresceu 18,96%. Esse aumento significativo se deve a alta das commodities no mercado internacional em dólar aliado a desvalorização do Real. Também foi um ano interessante para o produtor, pois fez ele aumentar os investimentos em tecnologia”, explica o presidente da CSEI.

Para Silva, apesar da alta de quase 19% em 2020, o setor de irrigação no Brasil poderia crescer muito mais para chegar perto de outros países, como a China que irriga 70 milhões de hectares ano e a Índia que irriga 76 milhões de hectares ano. “Temos disponibilidade de 14% da água potável do mundo, plantamos apenas 9% da terra própria disponível sem a necessidade de desmatar e o nosso clima é tropical. Esses três pilares fazem com que o Brasil tenha o potencial de crescimento maior do que qualquer outra nação do mundo”.  

Já no acumulado de 2000 a 2020, o total da área irrigada foi de 6.481.812 milhões de hectares contra 6.232.587 em 2019, o que representa aumento de 4%. “Estes números foram adicionados aos dados históricos até 1999 (era 2.949.960) divulgados pelo professor Demétrios Chistofidis da Universidade Nacional de Brasília (UNB)”, completa presidente da CSEI.

De acordo com Silva, a agricultura irrigada no Brasil vem numa crescente a cada década. Começamos na década de 80 a crescer 50 mil hectares ano a ano, na década 90 o aumento foi para 100 mil hectares, nos anos 2000 a elevação foi de 150 mil hectares, de 2010 a 2020 uma média de área incrementada de 200 mil hectares e no ano passado o crescimento foi para 250 mil hectares. “Então poderíamos crescer a patamares acima de 350 mil hectares ano a ano. No entanto, para continuarmos expandindo precisamos avançar em alguns processos de outorga de águas, licenciamento ambiental, avançar nos processos de autorização de pequenas barragens, assim como continuar investimentos em infraestrutura, como energia elétrica e logística. Com estes avanços, as indústrias de irrigação no Brasil estarão aptas para atender esse aumento de demanda. Isso será um crescimento relevante que vai impactar positivamente no desenvolvimento social, econômico e da produção de alimentos no Brasil”, esclarece Silva. 


quarta-feira, 10 de março de 2021

Presidente da AESabesp destaca museu da água em reunião do SINDESAM

“Acidade de São Paulo ganha o Museu da Água e a sociedade conquista consciência ambiental, engajamento e cidadania”, afirmou Viviana Borges, presidente da AESabesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp, na reunião do Sistema Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental (SINDESAM), realizada no dia 11 de fevereiro.  

Viviana explicou que dentre os objetivos de implantação do Museu da Água estão: ser um espaço de experiência para o conhecimento das diversas formas da água e seus usos; estimular o interesse da sociedade pelo saneamento e o envolvimento para a preservação e uso racional da água; promover a preservação, pesquisa e comunicação do patrimônio e da memória do setor no Estado de São Paulo; valorizar o circuito cultural integrando-se ao Museu de Arte Contemporânea (MAC) e o Instituto Biológico. 

O museu contará ainda com espaço de exposição iterativa, com acervo permanente e temporário e irá promover concursos de arquitetura sustentável. 

Etapas para realização

Etapa 1: Projetos e Museologia

- Projeto Cultural (Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet): R$ 3.068 milhões

- Prazo de execução: 14 meses (2020-2021)

- Projeto de Restauração

- Projeto de Arquitetura e Complementares 

- Projeto de Paisagismo e áreas externas 

- Plano Museológico 

- Curadoria e Projeto Museográfico

- Seminário sobre água e desenvolvimento

- Status: Projetos concluídos

Etapa 2: Restauro, receptivo e parque

- Projeto Cultural (Lei de Incentivo à Cultura): ~ R$ 7 milhões

- Prazo de execução: 12 meses (2022-2023)

- Restauro de edificações históricas

- Requalificação de áreas comuns

- Construção de edificação para receptivo

- Divulgação e eventos de abertura do parque

- Status: Parque aberto ao público

Etapa 3: Novas edificações e implantação do Museu

- Projeto Cultural (Lei de Incentivo à Cultura): ~ R$ 11 milhões

- Prazo de execução: 12 meses (2022-2023)

- Construção de novas edificações

- Tratamento e acondicionamento de acervos

- Implantação de Museografia

- Seleção e treinamento de equipe gestora

- Divulgação e evento de abertura

- Status: Museu Água em funcionamento!

segunda-feira, 8 de março de 2021

Oportunidades de cooperação tecnológica com Israel e hidrogênio foram temas de reunião do CONIMAQ

Dando início a agenda de reuniões em 2021 do CONIMAQ – Conselho Nacional da Indústria, a convite da vice-presidente da ABIMAQ, Alida Bellandi, participaram deste primeiro encontro o Consul de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica de Israel, Itzhak Reich e a gerente de Desenvolvimento de Negócios do Consulado de Israel em São Paulo, Lia Vonglehn, oportunidade em que expuseram alguns dos programas desenvolvidos pelo país e o interesse em promoverem a aproximação entre empresas brasileiras e israelenses para cooperação tecnológica.   

“É uma satisfação para nós iniciarmos a primeira reunião do CONIMAQ recebendo Itzhak Reich e conhecer mais sobre Israel, país que desenvolve uma série de iniciativas muito bem sucedidas na área tecnológica, no desenvolvimento de gerenciamento de água e na irrigação reconhecida mundialmente, entre outras soluções”, afirmou José Velloso, Presidente Executivo da ABIMAQ na abertura da reunião, realizada em 11 de fevereiro.

Uma das iniciativas é o ScaleUp in Brazil, desenhado pelo Consulado de Israel, Apex Brasil e a ABVCAP, que tem como objetivo auxiliar empresas israelenses inovadoras a entrar e escalar no mercado brasileiro. 

O outro projeto é uma ação entre a FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos, EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o Consulado de Israel visando apoiar projetos conjuntos de pesquisa, desenvolvimento e inovação industrial de empresas de ambos os países por meio de financiamento. 

Alida Bellandi afirmou que o Brasil tem negócio favorável com Israel por quatro motivos. Um é o acordo do Mercosul com Israel. O segundo é o acordo de pesquisa e desenvolvimento com a EMBRAPA e a FINEP. O terceiro é a boa relação entre os governos brasileiro e de israelense. E por último pelos programas que estão desenvolvendo para fortalecer a cooperação econômica, comercial, científica e tecnológica entre os países. “A parceria com Israel tem um amplo expecto de oportunidades. Acho perfeito realizar encontros de aproximação entre as empresas interessadas em participar dos projetos”. 

José Velloso, enfatizou que a associação está aberta para fazer a ponte entre a demanda e a oferta das associadas com empresas de Israel. “Temos todas as condições de realizar esse trabalho conjunto”.  

HIDROGÊNIO

Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da ABIMAQ, enfatizou que o hidrogênio tem grande potencial de mercado global. “O H2 já está gerando muitas oportunidades para muitas empresas, parcerias multissetoriais e estratégias de países. É o momento de as empresas brasileiras apostarem nesse negócio. No entanto, vejo a necessidade de trabalhar com muita parcimônia no cenário internacional para que na nossa pauta do hidrogênio não seja mais uma commodity de baixo valor agregado”.  

Para Machado, com apoio governamental e regulatório, órgãos da indústria veem um potencial de US$ 11 trilhões de investimento na economia global de H2 até 2050, sendo US$ 2 trilhões diretos e US$ 9 trilhões renováveis. “As cadeias de valor têm potencial para gerar US$ 2,5 trilhões/ano em receitas, incluindo US$ 700 bilhões/ano de vendas de combustível H2 (US$ 1,5 trilhão de vendas de óleo combustível em 2019)”. 


sexta-feira, 5 de março de 2021

Mercado de máquinas agrícolas continuará promissor em 2021

A expectativa da Abimaq é de um faturamento de R$ 45 bilhões, com um aumento de 10% nas vendas nominais

Por João Carlos Marchesan*

Apesar da pandemia da covid-19 que criou dificuldades logísticas e de produção, o setor de máquinas e implementos agrícolas brasileiro não parou em 2020. As vendas devem apresentar um crescimento real de 12% (descontada a inflação) e nominal de 20% – na comparação com o ciclo anterior – e o faturamento estimado é de R$ 40 bilhões. 

Esse cenário deve-se a uma ótima safra agrícola, ao recorde das exportações do agronegócio e a valorização do dólar em 30%, que propiciou uma grande rentabilidade para os agricultores das culturas de exportação: soja, milho, café, algodão, laranja, celulose e carnes. 

Os produtores rurais aproveitaram os preços dos grãos em alta para aumentar a área plantada e investir em máquinas agrícolas, que são determinantes para extrair o melhor da lavoura. Outro ponto que alavancou a comercialização no setor foi a defasagem tecnológica existente no Brasil: 50% do parque industrial tinha mais de 10 anos de uso e precisava ser renovado e modernizado.

Já as exportações em 2020 foram impactadas negativamente pelo coronavírus, pois as economias dos principais parceiros comerciais, principalmente da América do Sul, não tiveram boa performance. Quanto às importações, houve o aumento de custo de 30% devido à desvalorização do real, o que restringiu a entrada de importados no país no ano passado. 

Para este ano, a perspectiva é de um o mercado de máquinas agrícolas promissor, pois os preços das commodities estão bons, o dólar está num bom patamar e as chuvas voltaram. Então temos a expectativa de ser um ano excelente com relação ao clima e sem falta de crédito com as suplementações que estão sendo feitas pelos bancos particulares e pelo próprio BNDES.  

Além disso, o Brasil se tornou um grande fornecedor de alimentos para o mundo, principalmente para Ásia onde as áreas aráveis para cultivo estão em grande parte tomadas. A população de lá continua a crescer numericamente e, com o aumento de renda, demanda mais alimentos, sendo o Brasil um dos grandes fornecedores desse mercado. 

Baseada nessa conjuntura, a previsão para o próximo ano é de um crescimento real de vendas de 3% (descontada a inflação) e nominal de 10%, chegando a R$ 45 bilhões de faturamento.

Com relação às exportações, acredito que com o fim da pandemia e com o retorno à normalidade deve acontecer uma reação neste ano. Teremos um 2021 mais promissor, caso o governo tome medidas urgentes no sentido de se organizar de forma a permitir o crescimento sustentado da economia, de modo que a reversão da desindustrialização garanta emprego e renda para o cidadão. Para isso são necessárias ações que permitam a isonomia competitiva do setor produtivo, proporcionando ampliação de sua participação no mercado doméstico e internacional.

Para tanto, em 2021 vamos continuar articulando com o governo e lutando pela criação de uma política industrial condizente com a indústria brasileira de bens de capital mecânicos, que é o setor responsável pela difusão tecnológica em toda a cadeia produtiva, e que tem papel preponderante no aumento da produtividade nos setores agrícolas, de serviço e industrial. 

Continuaremos insistindo nas reformas, tributária, administrativa e política. Especialmente a tributária, já que precisamos com urgência de uma reforma que garanta ao sistema tributário nacional simplificado, com justiça e transparência para todos os contribuintes.

Os benefícios desta ação são muitos, mas destacamos: a expressiva melhora do ambiente de negócios do país em razão da redução dos custos relacionados à administração dos tributos e dos litígios; o aumento da segurança jurídica e ampliação da taxa de investimento por conta da redução do custo que ocorrerá nas máquinas e equipamentos ao eliminar a cumulatividade do sistema e garantir o crédito imediato.

Todos esses fatores permitirão o aumento da produtividade, o ganho de competitividade da produção nacional, a expansão dos investimentos, a redução do índice de desemprego e em aumento da renda do país.

Vamos enfrentar 2021 com atitude, positividade, protagonismo e otimismo para levar as demandas que os próximos doze meses nos trará. 

*João Carlos Marchesan é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).

Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.


quarta-feira, 3 de março de 2021

Em audiência pública na ALERJ, ABIMAQ defende projeto de lei que exige cumprimento de conteúdo local nos contratos de exploração de petróleo e gás natural

O objetivo do Projeto de Lei é desestimular importações e favorecer a indústria local de máquinas e equipamentos

A Comissão de Tributação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) debateu, no dia 12 de novembro, o Projeto de Lei 3.265/20 que determina que empresas de exploração e produção de petróleo e gás natural que operam nas bacias de Campos e de Santos paguem uma contrapartida tributária ao Estado (multa prevista é a cobrança de uma alíquota de 15% de ICMS), caso não cumpram o percentual mínimo de conteúdo local - parcela de participação da indústria nacional na produção de bens e serviços nos contratos de conceção e ou partilha produção. O texto é de autoria dos deputados Luiz Paulo, presidente da Comissão de Tributação, André Ceciliano, presidente da Casa, e Lucinha.

Representando a ABIMAQ, Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bioenergia e Petroquímica, defendeu o PL, que representa mais um mecanismo para estimular o cumprimento das cláusulas de conteúdo local. Contestando os comentários contrários, ressaltou que o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que criticou as exigências de conteúdo local, tem um viés errado, pois foi baseado na construção de sondas. “A sonda é uma commodity que é alugada de acordo com a demanda do mercado. Então, fazer contratos de longo prazo para uma quantidade enorme de sondas é um erro. Não podemos nos basear em um relatório e dizer que o conteúdo local das sondas não deu certo, mesmo porque a decisão equivocada foi comprar as sondas, fato que posteriormente resultou no cancelamento dos contratos”.  

Machado reforçou que as 12 sondas fabricadas no exterior e que chegaram no período de 2013/2014 vieram com atraso médio de 600 dias e foram feitas todas zero de conteúdo local. “Logo, o problema não é o conteúdo local. O grande empecilho do Brasil é que as soluções são dadas parcialmente, e, desse modo, beneficiam um setor e causam prejuízo para outros”. 

O representante da ABIMAQ enfatizou que: “Essa visão que considera a produção de petróleo apenas para gerar royalties e participação especial é míope porque a receita acaba quando acaba o petróleo e não contribui para o desenvolvimento da indústria local, fator de grande importância para a soberania nacional”.

O PL foi aprovado pela Alerj, posteriormente vetado pelo Governador e, no momento, retornou à Câmara para análise do veto. 

BR do Mar

O diretor da ABIMAQ ressaltou que está acontecendo a mesma coisa com a BR do Mar (Projeto de Lei 4.199/20 que libera progressivamente o uso de navios estrangeiros na navegação de cabotagem - entre portos nacionais - sem a obrigação de contratar a construção de embarcações em estaleiros brasileiros). “Ao tentar resolver o problema de cabotagem priorizando a utilização de navios estrangeiros que entram no país com isenção total de impostos, vai privar a indústria brasileira de participar das demandas que irão surgir porque não terá as mesmas isenções para competir”, além de, no futuro, subordinar os custos da cabotagem às condições do mercado internacional de fretes e às variações cambiais. 

Participaram ainda da audiência representantes da Petrobras, ANP, Onip, Sinaval, IBP e Sindipetro/FUP.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Representante do banco central do brasil esclarece sobre o Pix para associadas da ABIMAQ

O objetivo do meio pagamento instantâneo brasileiro é dar mais eficiência na realização dos pagamentos, reduzir custos com as transações e oferecer um melhor ambiente de negócio para o país

Com o objetivo de trazer informações atualizadas sobre o Pix, novo sistema instantâneo de pagamento criado pelo Banco Central, a ABIMAQ realizou no dia 2 de dezembro, o webinar sobre essa nova modalidade para representantes do setor de máquinas e equipamentos.

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, ressaltou a importância da inteiração do setor acerca do tema, por se tratar de um tópico inserido recentemente no mercado financeiro. “A ABIMAQ tem sempre a preocupação de trazer às empresas, de maneira célere, às novas tendências que vão impactar o seu dia a dia. Estamos tratando do tema apenas 15 dias após o lançamento oficial”. 

Para Giselle Rezende, gerente do Departamento de Financiamentos da ABIMAQ, o Pix vai proporcionar mais eficiência no fluxo de caixa das empresas por permitir receber instantaneamente o recurso, além da diminuição dos processos burocráticos. 

Carlos Eduardo Brandt, Chefe Adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil, responsável pela gestão do Pix, expôs a importância do novo sistema para agilizar operações, diminuir custos operacionais e eliminar burocracia. “Fizemos um ecossistema enxuto e muito barato para os participantes. Para vocês terem uma ideia do que é cobrado em termos de ressarcimento de custos com as plataformas operacionais do Banco Central para as instituições participantes, é na ordem de um centavo a cada dez transações de pagamento em um sistema moderno como Pix”. 

Brandt colocou outras expectativas com o Pix. “A ideia é trazer mais conveniência e segurança para incentivar à dinâmica de transações de e-commerce; possibilidade de pagamentos aos finais de semana; realização facilitada de pagamentos por meio de QR Code; e alternativas efetivas para os clientes para recolhimento de tributos diretamente, pagamentos de utilities (energia, telefone etc) sem depender de convênio e saque Pix possibilitando cash out”. 

NA PRÁTICA

Brandt esclareceu que para utilizar o Pix não é necessário ter um app, o cliente usa direto no app ou site da sua instituição financeira. “Não é preciso cadastrar a chave (pode ser por CPF, CNPJ, número de celular com DDD, e-mail e chave aleatória gerada por um aplicativo próprio) para fazer ou receber um Pix, mas é recomendado para facilitar a identificação e agilizar a transação”. 

Com relação ao recebimento pelo Pix, o representante do Banco Central do Brasil explicou que pessoa física não necessita fazer nenhum cadastro. No entanto, as empresas vão precisar ter soluções de automação já integradas ao novo processo de pagamento para conseguir receber. “A pessoa jurídica terá que ir até uma instituição financeira para formatar o QR Code a fim de apresentar para o cliente, além da instituição financeira identificar que aquele Pix foi recebido no sentido de apresentar para a empresa a confirmação do pagamento e fazer toda conciliação”. 

NOVAS INCLUSÕES

Brandt mencionou que o Banco Central está trabalhando que no futuro próximo esteja integrado no Pix a conta salário, pagamento de benefício social, QR Code pagador (offline), débito automático, Pix internacional, entre outros benefícios. 

Benefícios

PAGADOR

+ Rápido

+ Barato

+ Seguro

+ Prático

- Iniciar pagamentos usando lista de contatos no celular ou QrCode

- Possibilidade de integração a outros serviços no smartphone

+ Simples

- Só precisa do dispositivo digital para realizar o pagamento, dispensa uso  de cartão, folha de cheque, cédulas, maquininhas, etc.

RECEBEDOR (Negócios)

- Disponibilidade imediata dos recursos

- Redução da necessidade de crédito

- Melhor gestão do fluxo de caixa

- Certeza do pagamento na data correta

- Redução do prazo de entrega de produtos

Custo de aceitação

- Menor que dos demais meios eletrônicos-

- Notificação de confirmação do recebimento

- Facilidade de automação e de conciliação de pagamento

- Facilidade e rapidez de checkout