quarta-feira, 24 de junho de 2020

ABIMAQ continua em busca de soluções para as dificuldades de acesso ao crédito das empresas


A Presidência e a diretoria da entidade estiveram reunidas, no mês de maio, com representantes dos bancos do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal 

“O Brasil precisa de uma linha de financiamento de longo prazo para investimentos e capital de giro que não esteja efetivamente sob a vontade dos bancos privados em operar, pois atualmente nossas empresas associadas estão nos apontando grandes dificuldades em acessar o crédito”. 

Essa afirmação de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, foi exposta em reuniões com Walter Malieni, vice-presidente do Banco do Brasil, e o corpo técnico da instituição, aos membros do BNDES composto por Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Cédito Indireto, Marcelo Porteiro, superintendente da Área de Operações e Canais Digitais e sua equipe. Além disso, a entidade se reuniu com o Vice-Presidente de Atacado Samuel Crespi e com o Superintendente de Varejo Thiago Gomes do Nascimento, ambos da Caixa Econômica Federal. 

Pela ABIMAQ participaram Giselle Rezende, gerente de financiamentos da ABIMAQ, Hiroyuki Sato, diretor executivo de Assuntos Tributários, Relações Trabalhistas, Ação Política e Financiamentos, Cristina Zanella, gerente de Economia, Estatística e Competitividade, Patrícia Gomes, diretora de Mercado Externo, João Alfredo, diretor de Tecnologia, Camilla Toledo, gerente Jurídico Trabalhista, e Rafael Bellini, chefe de Gabinete da Presidência. 

BNDES 

Na reunião com corpo técnico do BNDES foi mencionado que a linha de capital de giro emergencial não está rodando, a falta de linhas de financiamentos compatíveis com os investimentos das empresas, além da questão de acesso ao Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) e a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para a indústria de máquinas e equipamentos. 

Bruno Laskowsky disse o que foi relatado pela ABIMAQ vai ajudar muito nas discussões internas do BNDES. “Há muitas coisas a serem estudadas e analisadas por nós com o intuito de ampliar os horizontes, principalmente levando em consideração os pilares que foram identificados pela ABIMAQ para facilitar o acesso ao crédito”. 

Quanto ao FIDC, ele colocou que o produto é bom por poder servir para boa parte de ecossistemas considerados importantes, mas depende da evolução de um estudo possa levar a criação de um FDIC para máquinas e equipamentos englobando diversos aspectos de estruturação. 

BANCO DO BRASIL 

Na reunião com representantes do Banco do Brasil foi reafirmado todos os obstáculos das empresas de máquinas e equipamentos de obter crédito, o aumento da operacionalização Fundo Garantidor de Investimento (FGI); o repasse das linhas do BNDES, os entraves quanto à taxa flat nas operações agrícolas e linha BB para financiamento PJ.

Com relação ao FGI, Walter Malieni disse que a proposta do Banco do Brasil é que o recurso não gasto na Fopag (linha emergencial para folha de pagamento) fosse para capitalização do fundo de forma a dar liberdade para realizar também operações com as pequenas e médias empresas. “Nós estamos aguardando a saída das devidas regulamentações e provavelmente adotaremos para o FGI o que foi feito com a Linha Fopag. A nossa estratégia será de conversar com os clientes para identificação de interesse no fundo. Sugeriu que após a saída da regulamentação uma reunião para montar uma discussão mais tangível". 

Sobre a solicitação da redução da taxa flat cobrada nos programas agropecuários, Malieni explicou ainda que por muitas vezes as empresas só querem apenas usufruir da Esteira BB Agro e para estas, o banco realmente tem cobrado a taxa flat de forma mais elevada devido ao fato do não cumprimento de alguns critérios e reciprocidades por parte da empresa.

Quando questionado sobre a operacionalização e desembolso da linha BB para financiamento PJ para a comercialização de máquinas e equipamentos, Camilo Buzzi disse que praticamente é uma linha que faz comparação com o Finame do BNDES, a qual possuía taxas um pouco mais caras, e sendo assim, o banco optou por criar a própria linha para esta finalidade de máquinas e equipamentos com 60 meses para pagamento, taxa prefixada e dependendo então das condições da operação e do rating do cliente”. Os representantes do Banco do Brasil ficaram de encaminhar para a ABIMAQ a evolução da Linha BB Financiamento PJ.

CAIXA

Na videoconferência com representantes da Caixa Econômica Federal o principal tema tratado foi sobre as linhas de financiamento emergenciais. 

Na audiência, o presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso, relatou que o maior problema do Brasil, não considerando o cenário atual enfrentado, diz respeito a falta de crédito. Para minimizar esse obstáculo comenta sobre a proposta da ABIMAQ ao Ministério da Economia, sobre a criação de uma linha cem por cento do Tesouro, passando diretamente da Caixa para o cliente final.

O vice-presidente da Caixa Samuel Crespi comentou que o banco tem tido um olhar forte quando o assunto está relacionado a capital de giro, principalmente neste momento de solução para a pandemia, sem deixar de lado a importância para com as médias empresas em financiar o investimento. Pontuou que na parte do atacado, em relação às médias empresas, a Caixa possui um time de 400 gerentes espalhados pelo Brasil dedicado a elas, e tem-se discutido sobre a formatação de algo de acordo com a necessidade de cada uma, diferente do varejo que possui características próprias. 

Acrescentou que nesse cenário atual em relação a pandemia, a Caixa tem sugerido para as médias empresas linha com uma taxa final de aproximadamente 8 a 9% ao ano. Há operações com prazos mais longos no Banco, porém a sugestão para as empresas com capacidade são os prazos que cheguem até 24 meses. 

A gerente de financiamentos da ABIMAQ, Giselle Rezende aproveitou a oportunidade para falar da dificuldade encontrada mediante a comunicação com a Caixa em obter informações detalhadas sobre as linhas emergências praticadas pelo Banco. 

Por fim, foi proposto pelo José Velloso um Webinar com a Caixa no qual seria apresentado os produtos disponíveis para o setor em termos de capital de giro e linhas de financiamento para a compra de máquinas e equipamentos. 

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Conselho de Óleo e Gás promove webinar sobre o Painel Dinâmico de Certificação de Conteúdo Local da ANP


O painel dinâmico é uma ferramenta de análise importante para ajudar na competitividade da indústria nacional de óleo e gás 

Com a proposta de apresentar como funciona a ferramenta de análise de dados públicos dos certificados emitidos para cumprimento dos compromissos constantes da cláusula de Conteúdo Local dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural, o Conselho de Óleo e Gás da ABIMAQ realizou reunião online, no dia 26 de maio, com a presença de Luiz Bispo Superintendente de Conteúdo Local da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O evento com a participação de mais de 80 pessoas contou também com as presenças de Luis de Mattos, presidente da RBNA CONSULT, Bruno Freitas, diretor de Aquisições da SBM Offshore, Idarilho Nascimento, presidente do Conselho de Óleo e Gás, e Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica, ambos da ABIMAQ, que expuseram suas considerações sobre o painel dinâmico da ANP. 

Bispo explicou que a ferramenta permite consultar e cruzar informações dos certificados com gráficos dinâmicos como do percentual médio de nacionalização dos bens e serviços certificados em cada período, os escopos de certificação mais demandados, os fornecedores mais frequentes, além dos dados sobre os próprios organismos de certificação. “Lançamos o painel dinâmico em março deste ano com o objetivo de ampliar a transparência e publicidade, como também estimular estudos e análises que possam contribuir com a Política de Conteúdo Local”.

Bispo destacou alguns dos dados que o painel mostra. “O valor total de bens e serviços certificados no Brasil em 2019 atingiu a cifra de R$ 48 bilhões, sendo R$ 35 bi (73%) nacional e R$ 13 bi estrangeiro. E o valor médio por certificado foi de R$ 5,4 mi. O escopo de construção naval teve o maior valor total certificado em 2019, de R$ 13,28 bi, sendo 61% nacional. Já entre 2009 a 2019, o valor total certificado atingiu R$ 453 bi, dos quais 76% nacionais”.

O representante da ANP afirmou que a ferramenta é valiosa para diversos estudos. No entanto, é preciso atenção às suas limitações, tais como:

-  Certificação de bens e serviços importados somente após fevereiro/2020;

-  Em regra, não há certificados para fornecimentos para áreas concedidas até a 6ª Rodada;

-  Grande parte dos produtos classificados como materiais não são certificados;

-  A base inclui certificados dos bens intermediários e do bem final;

- Produtos seriados e configuráveis: pode haver um único certificado na base de dados para uma grande quantidade de itens comercializados.

“A ANP planeja divulgar novo painel com os investimentos realizados em Exploração e Produção (E&P) pelos operadores em cada área contratada, conforme relatórios enviados”, finalizou Bispo. 

Como acessar a ferramenta: acesse www.anp.gov.br, vai até a parte Painéis Dinâmicos e depois Painel Dinâmico de Certificação de Conteúdo Local.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Dia Mundial da Metrologia é comemorado em evento da ABIMAQ em parceria com a REMESP


Repensando na qualidade da indústria 4.0 e a trajetória resumida da Metrologia, das origens aos tempos de pandemia foram as apresentações feitas por Danilo Lapastini e André Roberto de Sousa, respectivamente, durante webinar, realizada no dia 20 de maio 

“A Metrologia acompanha o homem ao longo da sua caminhada histórica. Medir é uma forma de descrever o mundo e se comunicar”, afirmou André Roberto de Sousa, professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e coordenador de Projetos de Pesquisa, durante sua apresentação na webinar realizada na mesma data em que se comemora o Dia Mundial da Metrologia. 

A sua celebração surgiu no dia 20 de maio 1875, em Paris, quando ocorreu uma convenção com a participação de 17 países que assinaram um acordo criando o BIPM (Bureau Internacional de Pesos e Medidas), dentre outras providências, com o objetivo de desenvolver e uniformizar as unidades de medição. 

André Roberto de Sousa abordou as origens da metrologia, passando pelo nascimento do metro na época da Revolução Francesa e o crescimento de sua utilização, como também a travessia das medições e aplicações ao longo das Revoluções Industriais, até chegar o seu uso na saúde e no cotidiano da sociedade atual que enfrenta a pandemia da COVID-19. 

Ele explica que no enfrentamento do coronavírus a metrologia está presente na prevenção à disseminação viral e de novas epidemias, identificação e recuperação dos doentes, além do desenvolvimento de equipamentos, fármacos e vacina. “A biometrologia é para tornar visível, monitorar, diagnosticar, comunicar, proteger e curar”.

Já no setor industrial, ressaltou Sousa, a metrologia vai ajudar na implementação dos protocolos de segurança na reabertura de fábricas após COVID-19, incluindo a modernização de métodos e processos, criação de infraestrutura voltada à segurança biológica e reeducação dos colaboradores. 

“Neste exato momento, em muitos lugares do mundo, muitos profissionais estão em seus laboratórios em busca de medicamentos eficientes contra o COVID-19 e da tão sonhada vacina. De diversos modos a metrologia está lá, ao lado deles, fornecendo informações que os guiarão para o sucesso desse desafio da humanidade. Ontem, hoje e sempre. Metrologia é indispensável”, concluiu o professor do IFSC.

INDÚSTRIA 4.0 

Danilo Lapastini, vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas, Equipamentos e Instrumentos para Controle de Qualidade, Ensaio e Medição (CSQI), apresentou o tema ‘Repensando na qualidade da indústria 4.0’. 

Lapastini destacou que as indústrias não precisam implantar tudo que a Manufatura Avançada oferece. “Antes de colocar uma tecnologia 4.0 é importante mapear o que a sua fábrica já possui e como poderá ser aproveitada e se seu produto exige flexibilidade de customização em massa. Existem investimentos relativamente baixos para a sua adoção que darão um rápido retorno, como no ganho da produtividade. Enfim, passo a passo a sua empresa chegará a uma Manufatura Inteligente”. 

PARTICIPAÇÕES

A moderação do evento foi realizada por Celso Scaranello, presidente da Rede Metrológica do Estado de São Paulo (REMESP) e Eduardo Fernandes, presidente da Câmara Setorial de Máquinas, Equipamentos e Instrumentos para Controle de Qualidade, Ensaio e Medição (CSQI).  

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Webinar debate desafios para a implementação do Repetro-Industrialização


Evento promovido pelo Comitê de Tributação do Conselho de Óleo e Gás contou com a participação de especialistas da empresa KPMG para debater as oportunidades e desafios referentes à implementação, operação e gestão do Repetro-Industrialização, considerando a desoneração tributária na cadeia de fornecedores 

“A reunião é de muita importância, pois vamos explorar os fundamentos do Repetro-Industrialização, saber como esse regime tributário afeta e pode ajudar as empresas, além de compreender algumas das instruções normativas emitidas pela Receita Federal”. Assim Idarilho Nascimento, presidente do Conselho de Óleo e Gás, abriu o webinar ‘Como operar o Repetro-Industrialização’, realizado no dia 5 de maio. No evento online, mais de 60 pessoas puderam conferir as apresentações de Victor Venâncio Loureiro Dias, Júlio Chamarelli e João Marcelo de Queiroz, especialistas da prestadora de serviços de auditoria e consultoria KPMG.

Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da ABIMAQ, fez uma avaliação do Repetro desde a sua criação, em 1999, até os dias de hoje. “Na atualidade, temos o Repetro-Industrialização que veio para corrigir as distorções existentes no regime anterior. Entretanto, não é tão simples assim porque o fato de a empresa querer participar do Repetro é necessário que haja algum tipo de habilitação e isso exige também um rastreamento ao longo do seu processo produtivo a fim de atender todas as obrigações acessórias para que ela não seja multada”. 

João Marcelo de Queiroz da KPMG explicou que o primeiro ponto de atenção para concretizar as operações do Repetro-Industrialização é a dinâmica entre os fabricantes intermediário e final, pois esses têm a suspensão total dos impostos federais e isenção de ICMS na importação e aquisição local de insumos, produto intermediário e material de embalagem; com explorador, que possui a opção de compra sem incidência de impostos federais e recolhimento de 3% de ICMS pelo adquirente. “Já tem normativa do Repetro-Sped que vem mencionando essa questão das compras no mercado interno que passa a ser feita via Repetro-Industrialização”. 

Queiroz mencionou as principais características do regime aduaneiro: prazo de vigência de 1 ano, prorrogável por mais um; produtos de longo ciclo de fabricação, prazo poderá ser 5 anos; impostos federais são convertidos em zero/isenção após a venda; e o adquirente do produto final tem prazo de 3 anos para destinar o bem. 

O representante da KPMG ressaltou que, quando é falado da não obrigatoriedade de um sistema informatizado de controle referente ao um regime aduaneiro como Repetro-Industrialização, é preciso entender que apesar de não ter a obrigatoriedade na normativa não quer dizer que a empresa não precisa se preocupar com as questões de compliance, tributária e fiscal na operação. “Precisamos tomar cuidado para não ser surpreendidos no futuro por negligenciar algum ponto da normativa”. 

Queiroz expôs ainda que um dos requisitos básicos para habilitação e manutenção do sped-fiscal é utilizar o Bloco K como base de controle do estoque e produção. “A ideia aqui é fazer com que a empresa se prepare, utilize das lições aprendidas no passado e elimine os riscos na operação para ingressar no regime já cumprindo os requisitos da Receita Federal”. 

O especialista disse que um dos grandes desafios ao implantar um regime aduaneiro especial é a adequação de processos no crescimento da operação ou nas mudanças de pessoas. Um segundo ponto de sucesso nesse momento é a formação de equipes treinadas de forma adequada. Outro pilar que influencia é a questão de tecnologia, ou seja, como a TI suporta esse sistema no ponto de vista de ferramentas e na integração de soluções diferentes. Não menos importante é o ponto na sustentação dessa etapa em que é possível obter os maiores ganhos e diminuir os riscos.

Queiroz comentou ainda que a KPMG criou uma metodologia chamada aceleradores na jornada de implantação, que está relacionada aos desafios das organizações na implantação do Repetro-Industrialização. “Nesse processo eu passo por quatro grandes fases: pessoas + processos + tecnologia = (+) compliance (-) risco”. 

“Entendemos que o Repetro-Industrialização é importante em qualquer situação, sendo um regime com características tributárias e fiscais, além de aduaneiras. O seu impacto é positivo nos custos e no caixa e pode se tornar uma necessidade para proteção da indústria nacional. É ferramenta importante para uma retomada do setor de óleo e gás e não perde a sua relevância em razão da crise atual, além de aproveitar a baixa demanda, por conta do cenário atual, para ingressar gradualmente no processo remoto”, finalizou João Marcelo de Queiroz da KPMG. 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Plano de retomada e fortalecimento da indústria mineral são abordados em webinar


Mais de 300 participantes puderam conferir as apresentações de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, e de Sandro Mabel, presidente do COMIN/CNI e FIEG, sobre o cenário atual e as oportunidades futuras para o mercado de mineração e da indústria de máquinas e equipamentos

“A ABIMAQ apoia extensivamente a indústria de mineração brasileira. Entendemos que seu progresso de forma estruturada, segura e sustentável, ajudará a alavancar as demais indústrias no Brasil devido ao seu largo espectro de utilização como siderurgia, fertilizantes, construção civil, máquinas, setor automotivo etc”. Essa afirmação foi feita por José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, durante a Webinar - O Papel da Mineração na Retomada da Economia Brasileira, realizado no dia 06 de maio. 

Para Velloso, uma mineração eficiente e segura (ambientalmente e operacionalmente) só é possível com máquinas, equipamentos e tecnologias avançadas. “Uma política para o desenvolvimento do setor deveria contemplar um plano de investimentos em bens de capital modernos de forma a assegurar segurança, eficiência e produtividade nas operações. O parque industrial existente precisa ser renovado. Substituir equipamentos obsoletos e improdutivos para buscar uma mineração sustentável”. 

Segundo executivo da ABIMAQ, para reindustrializar o Brasil, gerar emprego e renda e diminuir a dependência externa de produtos manufaturados é preciso um trabalho estratégico para todo o País, identificando rotas tecnológicas e as vantagens comparativas no desenvolvimento da cadeia produtiva da indústria mineral. “Precisamos também nos concentrar e tirar os gargalos, combater os itens do Custo Brasil, fazer as reformas necessárias (administrativa, tributária, setor financeiro, entre outras). Enfim tirar todas as amarras que prejudicam a nossa competitividade”.

Velloso acrescentou que o Brasil só vai desenvolver uma indústria sustentável, agregar valor nos seus produtos minerais se tivermos cadeias produtivas com tecnologia de ponta e ser mais competitivos. “A própria retomada dos investimentos em infraestrutura pode ser também um mote para a reindustrialização do país”. 

De acordo com Velloso, o domínio das rotas tecnológicas envolve desafios em vários aspectos, entre eles: 

- Know how (projetos e transferência de tecnologia)

- Desenho e Execução Técnica (engenharia)

- Processo (químico, mecânico, biológico, mineral)

- Eficiência energética

- Sustentabilidade (meio ambiente)

- Mercado (demanda, uso, falta)

- Desenvolvimento de Equipamentos (infraestrutura)

- Tecnologias - Acompanhamento do estado da arte mundial (materiais, produção, qualidade)

“A melhor alavanca na retomada do desenvolvimento nacional é uma estratégia empresarial e setorial para alcançar níveis internacionais de competitividade, ou seja, qualidade, produtividade e inovação com a adoção de ações governamentais para corrigir condições externas às empresas”, concluiu o presidente executivo da ABIMAQ. 

OUTRA APRESENTAÇÃO

O evento online contou ainda com a apresentação de Sandro Mabel, presidente do Conselho Temático de Mineração da Confederação Nacional da Indústria (COMIN/CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG).

Mabel destacou no contexto pós-COVID-19 é preciso ter um plano de desenvolvimento do setor da mineração pensando em recuperar empresas em dificuldades, retomada da atividade econômica, ambiente de negócios atrativo, agregação de valor dos insumos de base mineral e a mineração e sua cadeia de fornecedores ser forte e competitiva. 

O presidente do COMIN/CNI e FIEG expôs que para um plano de retomada do segmento é preciso atuar em três eixos:

1) Fortalecimento e diversificação da atividade de mineração no País: planejamento da mineração com ampliação do conhecimento geológico em escala regional; aumento da oferta de matéria-prima mineral da indústria de transformação no País; mecanismos para o financiamento de prospectos minerais e projetos de mineração; estímulo ao investimento de risco para a descoberta de jazidas minerais; e produção de bens minerais com ênfase naqueles em que o país é dependente. 

2) Adensamento produtivo com agregação de valor na indústria de mineração: agregação de valor no país de diretrizes de produtos de base mineral com a verticalização da produção; integração das cadeias produtivas de bens minerais portadores de futuro; vendas para os mercados interno, do Mercosul e internacional; incentivo as empresas de mineração para transformação do mineral e da indústria de base; e desenvolvimento de empresas fornecedoras de bens e serviços para incentivo a empresas de mineração. 

3) Promoção da inovação e do desenvolvimento tecnológico nacional na mineração: agregação de valor no país de diretrizes de produtos de base mineral com verticalização da produção; integração das cadeias produtivas de minerais para produtos de alta tecnologia; transferência de tecnologia para o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas (MPME´s) de mineração; e produção de forma mais limpa e com maior eficiência energética; e elevação dos dispêndios públicos e privados em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P, D & I). 

Segundo Mabel, a mineração tem muito que colaborar para o crescimento do Brasil. “Temos uma condição boa de mineral, no entanto é preciso tirar do solo a fim de ajudar na criação de emprego. Além disso, fazer com que o Brasil não seja apenas produtor de alimentos, mas também produtor de matérias-primas importantes para o mundo todo tanto nos setores de siderurgia, metalurgia como também nas áreas beleza, medicina e alimentação”. 

A mediação do webinar foi feita por Luis Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM).

PERGUNTA

“Ambos os palestrantes concordam que a mineração e sua cadeia produtiva são importantes para o Brasil e que alguns gargalos são burocracia, Custo Brasil, falta de investimentos e uma política industrial de mineração, portanto como fazer para que o Poder Executivo e Legislativo e também a opinião pública enxergue o real valor e o caráter estratégico da mineração para o Brasil? Esse questionamento foi feito por Rodrigo Cesar Franceschini Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Cimento e Mineração (CSCM), durante a webinar. 

Para Mabel é preciso aproveitar a saída da crise para a mineração sair fortalecida perante opinião pública. “Nós temos que ter menos governo mais mineração, ou seja, desregulamentar o processo das licenças para serem autorregulatória, fazer zoneamentos, entre outras medidas para mostrar que a indústria mineral pode ajudar na retomada econômica do Brasil e aumentar capacidade de empregabilidade”. 

Já Velloso disse que hoje com a questão das redes sociais a sociedade tem uma nova forma de se expressar e cobrar o Legislativo e o Executivo, mas cabe também as entidades representativas de cada setor exercer o seu papel de convencimento perante as autoridades no sentido de fortalecer o Brasil na geração de renda e emprego.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

ABIMAQ/SINDIMAQ MG debate soluções para redução dos custos e desperdícios de energia


Evento online contou com apresentações de representantes da FIEMG, CEMIG e SENAI 

Com o objetivo de ajudar as empresas associadas do Estado de Minas Gerais a conseguirem reduções nas contas de energia elétrica e aumentar a eficiência energética industrial, a ABIMAQ e o SINDIMAQ de MG realizaram, no dia 30 de abril, uma reunião online com a participação de 31 pessoas.

André Luiz Correa Dias, analista de vendas da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), destacou sobre o programa “CEMIG S!M” (http://www.cemigsim.com.br/) para as empresas mineiras que utilizam energia elétrica de baixa tensão consigam economizar nas suas contas. “A redução é concedida de acordo com a faixa de consumo atual e com o tempo de contrato. Os planos oferecem reduções que podem variar de 11 a 18%. Mas para as associadas da ABIMAQ/ SINDIMAQ a economia pode variar de 16 a 22% e é possível fazer contrato de 12 a 60 meses”. 

Tania Mara e Aline Neves, representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), expuseram o que a FIEMG propõe para a indústria reduzir seus custos de energia. “Para geração distribuída de baixa tensão, economia de 16 a 23%, e de média tensão diminuição de até 13%. Já na conta dos mercados livre e cativo a redução média é de 20%. Nos mercados livre e cativo de autoprodução a redução é superior de 30%. Com relação a eficiência energética o objetivo será promover ações conjuntas com SENAI”. 

Elas também listaram algumas das medidas adotadas no setor devido à pandemia: 

- CEMIG Distribuição: adiamento do vencimento ou parcelamento da conta em até 6 vezes para microempresas que se enquadram nos ramos de atividade listados (Deliberação Estadual Comitê COVID-19 nº17/2020);

- Energisa MG e Energisa SS: postergação do vencimento das contas ou parcelamento. A análise dos pedidos será caso a caso;

- GASMIG: concessão de uma redução de 5% sobre o gás industrial e de 5,95% no gás natural veicular;

- ANEEL: redução de 16% dos encargos de uso do Sistema de Transmissão de Rede Básica por meio do Despacho nº 1.106/2020. 

Guilherme Augusto Mendes Pereira, coordenador do Núcleo Técnico Tecnológico do SENAI Minas Gerais, fez apresentação sobre oportunidades de aumento da eficiência energética com foco na infraestrutura industrial. 

Pereira colocou como é o trabalho do SENAI com as empresas. “Fazemos uma abordagem sistemática aplicada para o aumento da eficiência energética de sistemas produtivos por meio da análise e melhorias no consumo de energia de recursos de produção em indústrias utilizando como base as premissas da ISO 50001”. Mais informações pelo e-mail: senai40@fiemg.com.br 

Para o representante do SENAI as empresas que fizeram análise de seus sistemas e processo produtivo terão benefícios como a redução do consumo energético específico (energia/produção); diminuição das despesas com energia; aumento de sustentabilidade; e implementação ou melhoria da gestão energética.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Status das contribuições de representantes do setor industrial são apresentadas por Carlos da Costa


Reuniões realizadas no mês de maio com Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia fazem parte do gabinete de crise do governo federal

“O setor da indústria encaminhou 1.003 contribuições até o dia 15 de maio. Deste total, 399 já foram atendidas totalmente ou parcialmente”, ressaltou Carlos da Costa, Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, sobre documento que analisa as contribuições enviadas por representantes do setor produtivo brasileiro para a pasta. O material tem como objetivo minimizar os impactos econômicos resultantes da pandemia da COVID-19. 

O relatório abaixo revela as principais sugestões recebidas da indústria e seu status. 

O documento também apresenta todas as ações que o Governo Federal já implementou em favor do setor produtivo brasileiro. Saiba mais das medidas pelo site: gov.br/ vamosvencer ?

OUTRAS RECOMENDAÇÕES

José Velloso, presidente executivo, expôs que apesar da MP 936 liberar o lay-off com a participação do governo no pagamento do seguro desemprego, no entanto, um de seus artigos tem problema ao vedar acordos trabalhistas para funcionários que tenha o benefício continuado, como a aposentadoria. 

Outro assunto mencionado por Velloso foi a questão da habilitação do radar Siscomex. “Nós já fizemos uma correspondência para a Receita Federal pedindo uma prorrogação do prazo de seis meses da validade das licenças do radar Siscomex, ou seja, para que as empresas não sejam rebaixadas ou até mesmo excluídas, pois muitas delas estão fechadas e deixando de importar e exportar em função da pandemia”.

Veja as medidas do Governo Federal: Site: gov.br/vamosvencer

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Covid-19 e a transformação da economia foram discutidos em webinar com Gustavo Ene


O encontro, realizado no dia 27 de maio, contou com a participação de Gustavo Ene, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, João Marchesan, presidente do Conselho de Administração ABIMAQ/SINDIMAQ, e José Velloso, presidente Executivo da associação, e João Alfredo, diretor de Tecnologia da entidade

A presidência da ABIMAQ, representada por João Marchesan, Conselho de Administração, e José Velloso, executivo, além de João Alfredo, diretor de Tecnologia da entidade, participaram do debate. 

Gustavo Ene abriu o webinar enaltecendo o trabalho da ABIMAQ: “Uma das entidades mais organizadas e competentes. ABIMAQ contribui muito não apenas para o setor, mas para a nossa sociedade por meio da geração de emprego, pagamento de impostos e tributos, bem como no desenvolvimento da inovação”

Ele deixou claro na reunião a importância do papel da ABIMAQ no combate ao COVID-19, em especial na produção dos ventiladores pulmonares que tem sido um grande desafio não só para o Brasil, mas para o mundo todo”. 

Ene relatou que nos últimos 60 dias o desafio da secretaria mudou para atenção aos itens críticos de combate ao coronavírus: “não apenas aumentamos a oferta dos produtos para atender a alta demanda em uma velocidade exponencial, pensando nas distorções das propostas e preço, mas também na logística e até mesmo da própria honra dos contratos”. 

Questionado sobre temas como inovação em rede e aberta, corrida pela digitalização, as novas plataformas, combate ao Custo Brasil, produtividade e competitividade, o secretário explicou que a pasta desenhou o programa Brasil Mais com foco nas micros, pequenas e médias empresas: "A proposta é  o aumento da produtividade e melhoria da competitividade por meio do avanço da cadeia de gestão nas áreas comerciais e na parte da produção. Esse programa  será redesenhado dentro dessa nova realidade”. 

Ene expôs que o Brasil tem um ambiente de negócio perverso. “ O empresário enfrenta dificuldades como a falta de mão de obra qualificada, capacidade de honrar tributos, a disponibilidade de uma boa infraestrutura, problema de crédito e do ambiente regulatório”. 

Quando perguntado das ações do governo para combater a crise devido à COVID-19, o secretário explicou que no site gov.br/vamosvencer tem todas as medidas que foram tomadas pelo governo desde o início da pandemia e deixou claro que a Secretaria vai continuar a atualizar o site com todas ações que serão tomadas. 

Com relação aos problemas relatados do regime de Ex-Tarifário, Ene se mostrou aberto para marcar reuniões para troca de feedback entre a secretaria e a ABIMAQ. 

“Vamos precisar ser agressivo no próximo semestre em diante no ataque nos custos da produção, na questão do nosso capital humano, avançar muito na desoneração da folha, no combate do alto custo da energia, trabalhar na infraestrutura, atacar na desregulamentação, progredir no tema das reformas, incluindo a tributária, a fim de aproveitarmos essa oportunidade atual para sermos competitivos”, concluiu Ene.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

ABIMAQ se reúne com Ministério de Minas e Energia e representantes do Ministério da Economia


Dando sequência a audiência realizada junto ao Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no último dia 03 de março, na sede do Ministério de Minas e Energia em Brasília – DF, a qual tratava da manutenção da cadeia produtiva do setor de geração de energia por fonte eólica nacional, foi realizada, por solicitação daquele ministério, reunião por meio de videoconferência com Bento Albuquerque, no dia 19 de maio.

O principal objetivo é a atualização tecnológica do texto dos editais de leilões de energia elétrica de fonte eólica e consequente atualização da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC) para os geradores eólicos, a ABIMAQ, representada pelo seu presidente executivo, José Velloso, Roberto Veiga, presidente do Conselho de Energia Eólica, e representantes de várias empresas associadas, participaram da videoconferência. 

O encontro online contou ainda com a participação de Carlos Alexandre da Costa, Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, e ainda os Secretários do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord e Yana Dumaresq, Carlos Pio, Secretário Executivo da Camex, além de demais representantes do Ministério de Minas e Energia.

Na reunião, foi ressaltado por Velloso que o setor de energia eólica no Brasil é exitoso. “É um segmento que tem, aproximadamente, 1 bilhão de reais de Capex (sigla para Capital Expenditure, que indica o montante de dinheiro gasto na aquisição de bens de capital). Também mantém, aproximadamente, 200 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, dos 10 maiores fabricantes de geradores no mundo cinco estão no Brasil. Aliás temos uma das menores tarifas do mundo de geração de energia de fonte eólica”. 

Veiga ressaltou para o ministro a importância da atualização da potência de aerogeradores para 5.500 kW no edital dos leilões do mercado regulado, pois o mesmo se encontra completamente defasado em relação ao mercado, ou seja, não está acompanhando a evolução tecnológica, de fabricação e de demanda/oferta do setor no Brasil. “Se não corrigirmos a tempo os editais dos leilões, ficaremos os próximos anos trazendo máquinas importadas ao invés de fabricá-las no Brasil, todo investimento feito pelo setor será perdido”, afirmou presidente do Conselho de Energia Eólica

Outro ponto, seguindo a mesma linha de raciocínio, é a necessidade de se atualizar a potencia dos aerogeradores na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC). “Nossa solicitação vem de encontro à necessidade de se adequar a descrição constante na LETEC aos produtos hora ofertados no Brasil devido aos naturais avanços tecnológicos do setor e da capacidade técnica e produtiva da indústria brasileira de energia eólica”.

Outo objetivo da reunião foi o de enfatizar a importância da volta dos leilões A-4 e A-6 do mercado regulado, suspensos até o momento em 2020. A importância está diretamente relacionada a investimentos na cadeia produtiva em função da tendência demonstrada com a realização ou não desses leilões.