quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O Agro Brasileiro e a Recuperação Econômica são temas da 20ª edição do Seminário de Planejamento Estratégico

O impacto da proteína animal na nova economia mundial, macroeconomia e seus efeitos no setor agropecuário brasileiro e cenários da agropecuária no Brasil e no mundo foram alguns dos temas debatidos no evento promovido pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA)

“Estarmos aqui reunidos pelo vigésimo ano consecutivo com a participação de especialistas da área para debatermos as estratégias e perspectivas para o ano de 2021. Isso é oportuno para planejarmos as nossas empresas para as oportunidades e os desafios para o próximo ano”. Assim João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, abriu a 20ª edição do Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial, que teve como tema ‘O Agro Brasileiro e a Recuperação Econômica’. 

O evento, promovido pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) com apoio da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG) e da ABNT/CB-203 - Comitê Brasileiro de Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais, foi realizado no dia 2 de outubro, pela primeira vez no formato online. 

Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA, fez uma análise do mercado de máquinas e implementos agrícolas em 2020. “Este ano será inesquecível, principalmente pelas vendas de máquinas agrícolas que no acumulado do ano aponta o crescimento de 9%. Esse é o melhor resultado desde de 2013.  Mas como tudo não é perfeito esse aquecimento das vendas vem consumindo rapidamente os recursos das linhas de financiamentos, como do Moderfrota e Pronaf Mais Alimentos. A nossa estimativa é que esses recursos acabam em dezembro. Eu diria que o aporte nessas linhas não é algo trivial devido aos problemas orçamentários do governo pelos volumes necessários. Certamente é o trabalho da ABIMAQ rever junto ao governo os aportes que se fazem necessários para o setor”. 

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, fez uma apresentação abordando os serviços e benefícios que a entidade oferece aos seus associados, o trabalho de mobilização da indústria no combate ao Covid-19 e a campanha da entidade sobre a reforma tributária.

PROTEÍNA ANIMAL

Ricardo João Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), expôs o tema ‘O Impacto da Proteína Animal na Nova Economia Mundial’. “Quando se fala de carne de frango o Brasil é protagonista. Nós somos o terceiro maior produtor do mundo atualmente com 13,245 milhões de toneladas, o que representa 13,4% da produção mundial. 

Além disso, estamos em primeiro lugar como exportador mundial atingindo 4,21 milhões de toneladas, o que equivale 35% das exportações mundiais”.  

Com relação a produção de suínos, Santin comentou que o Brasil produz 3,983 milhões de toneladas, o que corresponde 3,9% da produção mundial, e exporta 750 mil toneladas, ou seja, 8% das exportações mundiais. “Em ambos o País aparece na quarta posição mundial”. 

Sobre a projeção de produção de alimentos para 2026/2027, o presidente da ABPA disse que é esperado o aumento de 41% na produção brasileira. “Esse é um cenário que vamos precisar de muita terra, grão, máquina para poder tocar essa elevação. O País tem muito para crescer, principalmente na inserção de tecnologia no campo”. 

Para Ricardo João Santin, a peste africana que afetou a China em 2019 começa agora a ter efeitos mais severos. “Isso porque no ano passado a China teve um abate muito grande de suínos por conta da peste africana e também foi feito abates antecipados a fim de amenizar o fornecimento de carne. Isso representou uma queda de 21% de produção, o equivalente a 11,4 milhões de toneladas. Agora, no entanto, o país está sentido a falta daquelas matrizes que morreram por conta da doença e não produziram carne até agora. A previsão de produção para 2020 é de 36 milhões, número bem melhor do que em 2019 com 42 milhões e de 2018 com 54 milhões”. 

Segundo Santin, a recuperação da produção de carne suína em níveis pré- peste africana (54 milhões de tonelada em 2018) está prevista para 2025. “Porém, permanecendo os níveis de consumo per capita de 2018, com o aumento populacional e mais pessoas na linha de consumo, em 2025 a produção chinesa precisaria alcançar 56 milhões de toneladas. Considerando essa demanda, o país ainda precisará importar um volume de 5%, ou seja, cerca de 2,8 milhões de toneladas. Isso faz com que o Brasil tenha um cenário mais positivo para poder seguir exportando no próximo ano”.

MACROECONOMIA

“Macroeconomia e Seus Efeitos no Setor Agropecuário Brasileiro’ foi o tema da palestra de Fernando Honorato, economista-chefe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, e vice-presidente do comitê de macroeconomia da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).  

Honorato ressaltou que após estímulos sem precedentes, que não ocorria desde o esforço de reconstrução da segunda guerra mundial, a economia global conseguiu ter uma recuperação rápida. “Mas chegaremos agora no final do ano e começo do próximo numa certa “velocidade de cruzeiro” do mundo sem vacina, ou seja, os estímulos todos surtiram efeito, produziram uma retomada forte para o terceiro trimestre e os setores que tínhamos para reabrir sem a vacina foram reabertos. No entanto, essa retomada muito forte seguida dessa acomodação produziu vários efeitos na economia global e brasileira. Entre as ações para proteger a economia estão, por exemplo, o estimulo fiscal de 12% do PIB dos países desenvolvidos e de 9% do Brasil e injeção de liquidez dos bancos centrais no mundo”.    

O economista-chefe do Bradesco afirmou que a atividade doméstica brasileira tem recuperação impulsionada por quatro estímulos para a reabertura econômica. “A primeira é a queda da taxa real de juros, pois é a primeira vez na história que o Brasil prática taxa de juros reais negativas de maneira voluntária, ou seja, sem que isso seja resultado do aumento das pressões inflacionárias como foi na década de 80”. 

De acordo com Honorato, o segundo estímulo foi do crédito. “Em adição a queda de juros, os bancos conseguem apoiar a retomada da economia com expansão de crédito. Mesmo com uma realidade de quase 30% de crescimento de crédito para as empresas e apesar da queda de produção industrial da ordem de 2% chegando até mais de 25%”. 

O terceiro incentivo é a contribuição do setor externo está dando para que a economia não caia tanto. “Enquanto notamos que o PIB do comércio mundial vai encolher 4,5% ou mais neste ano, as exportações brasileiras estão crescendo em 2020, e 80% desse aumento se deve ao setor agrícola combinado com um ambiente de câmbio, demanda global e safra favorável”, esclarece Honorato.  

Para ele, o auxílio emergencial produziu algo extraordinariamente forte no Brasil. “Apesar de o Brasil ter tido 10 milhões de pessoas que perderam emprego, mas o fato de 65 milhões delas receberam o auxílio emergencial fez com que a renda agregada da economia crescesse 12% em 2020, embora o PIB encolheu 4,5% no ano. Não é por outra razão, em particular nas faixas de mais baixa renda que teve uma expansão de 30 a 60% de seu rendimento, que o setor de alimentos performou tão bem e acabou sensibilizando a agricultura. Isso explica também o porquê das vendas do varejo estão no seu melhor momento desde 2014”.

CONJUNTURA AGRO

Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, fez uma apresentação sobre ‘Cenários da Agropecuária no Brasil e no Mundo’.  

Cogo frisou que o peso das exportações no acumulado do ano (de janeiro a setembro 2020) está em 50,3%. “Nós nunca tínhamos atingido esse nível, o máximo que conseguimos foi 46,2% em 2015. Além disso, a nossa projeção é de fechar o ano com 105 bilhões de dólares com exportação. Um saldo da balança comercial de 93 bilhões de dólares e se confirmar esse cenário vai ser o maior resultado de balança comercial da história”. 

Ele também acentuou que o modal brasileiro de transportes de carga vai mudar radicalmente até 2025. “O peso da rodovia vai diminuir de 65% para 30%. O de ferrovia vai subir de 15% para 35%. O de hidrovia vai de 13,6 para 29%. Então dois terços do nosso modal prioritário do país vão ser de ferrovia e hidrovia. Isso ocorrerá porque o governo com uma coisa simples chamada concessão vai conseguir fazer com que se sonhou durante anos”.

Cogo apontou alguns riscos que o setor agropecuário pode ter. Um é de ordem sanitária como da peste africana. O outro é com relação a segurança fitossanitária às culturas em geral no sentido de evitar a disseminação de pragas e doenças. Além disso, existe a ameaça de taxar a exportação de produtos agrícolas na reforma tributária. E por fim o perigo de produtos serem embargados e de o país não conseguir fechar acordo comercial caso não resolva logo a questão das queimadas.

HOMENAGEM

Pelos anos dedicados ao crescimento e consolidação da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), Shiro Nishimura (centro), responsável pela realização da primeira edição do Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial foi homenageado no evento recebendo uma placa de Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA, e de João Marchesan, presidente da ABIMAQ. 

Nishimura ressaltou que o espirito de união tem um valor inestimável. “Nesses últimos 25 anos nós trabalhamos juntos criando um ambiente saudável de executivos de empresas e ao mesmo tempo construindo o que era necessário para o setor”. 

Já no dia 15 de outubro, Pedro Estevão Bastos e João Marchesan entregaram pessoalmente a placa para Shiro Nishimura. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Especialista em redes sociais sugere humanização das marcas para melhorar desempenho de vendas

Em sua sexta edição, o evento promovido pelo Departamento de Marketing e Eventos da ABIMAQ sobre Marketing em Ambiente Digital, contou com a palestra de Douglas Gomides.

Como criar conteúdo atrativo, dicas de apps úteis, stories como forma de relacionamento, por que vídeos são tão importantes e como construir autoridade digital de uma empresa, foram alguns dos tópicos abordados. por Douglas Gomides, Fundador da Digidoctor e Douglas Gomides Marketing Digital, no webinar ‘Instagram e Facebook: Como utilizar para vender’, realizado no dia 29 de setembro.

Gomides mencionou três dicas que ajudam na produção de conteúdo para redes sociais. A primeira é contar histórias do negócio, como, por exemplo, dos clientes e funcionários. “Lembre-se de que quem está do outro lado é um ser humano e pessoas compram de pessoas mesmo que a empresa seja B2B. Além disso, é importante que o texto seja simples, de fácil entendimento, gere empatia e até mesmo tenha um relato de uma situação ‘imperfeita’. 

A segunda sugestão colocada pelo especialista é apostar em tutoriais que ensinem as pessoas fazer algo e assim despertar o desejo de ter o produto. “Quando essa estratégia é usada fica mais fácil de viralizar e alcançar mais pessoas”.  

A terceira dica importante na produção de conteúdo para redes sociais é criar engajamento. “Faça perguntas, use memes, imagens de bastidores ou outra ação no sentido de criar relacionamento e humanizar a marca”, afirmou Gomides.    

Gomides sugeriu que sejam feitos posts todos os dias no feed do Instagram e Facebook, inclusive no fim de semana. Com relação ao story, ele aconselhou colocar no mínimo de 5 ou 6 por dia. Já o Reels (nova função do Instagram que oferece ferramentas para criação de vídeos curtos e criativos que concorre com o TikTok), ele sugere que as empresas apostem neste recurso, pois aumenta o engajamento da página. 

Douglas recomendou que as empresas não fiquem apenas no orgânico, mas invistam em publicidade nas redes sociais por meio do site business.facebook.com. “Não fiquem com receio de investir em mídia paga, pois é uma boa estratégia para alcançar mais pessoas e direcionar quem vai receber seu conteúdo”.   

O especialista indicou alguns aplicativos para ajudar as empresas na gestão das redes sociais. “TikTok e Inshot para editar vídeo. Mojo e Clips para edição dos stories. Legend e Animated para vinheta de vídeo. Canva, Adobe Spark e Trakto para edição de imagens. Adobe Lightroom para clarear foto ou outros ajustes”.   

Com relação ao uso de hashtags (#), Gomides aconselhou colocar três no post e o restante no comentário. “A ferramenta Ingramer vai lhe ajudar a escolher as melhores hashtags para sua postagem”. 

Douglas finaliza o evento com a mensagem “Conteúdo não é criado, conteúdo é registrado. Sua empresa tem conteúdo todos os dias. Crie hábitos de postagens! E estude sobre funil de vendas: atenção, interesse, desejo e ação”. 

Saiba mais

Para assistir à gravação do webinar sobre Instagram e Facebook na íntegra, acesse http://associe.abimaq.org.br/academy.html.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Armando Luiz de Aquino assume presidência da CSMIAFRI no biênio 2020/2022 com otimismo

Responsável desde 2006 pela administração da filial brasileira da empresa Varpe, fabricante de equipamentos de controle de peso dinâmico e de inspeção de alimentos por Raio X com matriz em Barcelona – Espanha, Armando Luiz de Aquino vai liderar a da Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial (CSMIAFRI) nos próximos dois anos. Para ele, mesmo com a crise gerada pela pandemia, as empresas do setor experimentaram uma relativa e até surpreendente normalidade na evolução de seus negócios. Confira entrevista completa abaixo:  

Como analisa o atual momento do segmento?

A crise gerada pela pandemia, inicialmente provocou uma insegurança generalizada no mercado com a paralização nos processos de aquisição de máquinas e equipamentos e um congelamento na evolução dos projetos em curso. No entanto, notamos que a grande maioria das empresas do setor experimentaram uma relativa e até surpreendente normalidade na evolução de seus negócios até acima da expectativa. É certo que pontualmente algumas empresas específicas sofreram uma redução de negócios, mas de forma geral, a recuperação já está se processando. 

Quais principais desafios para o setor?

A pandemia trouxe situações inimagináveis anteriormente e momentos de muita preocupação e tensão. Ainda vivemos situações de instabilidade. Mas não podemos deixar de dizer que as adversidades apresentadas nos obrigaram a experimentar novos desafios e situações para as quais teremos que estar adaptados para o futuro, e em alguns casos até somar com contribuições positivas. Qual a empresa que depois desse período não estará considerando o home office para parte de seus colaboradores? Qual empresa que não teve que se ajustar à necessidade de substituir as reuniões presenciais com seus clientes por teleconferências. Penso que nosso maior desafio, não somente para o nosso setor, mas de forma geral, será efetuar uma boa avaliação do momento experimentado pelo mundo, e nos fortalecermos com essa experiência para nosso futuro.

Quais são as perspectivas para próximo ano?

Ainda é cedo para definir de forma clara. O sentimento é de otimismo, mas ainda existem muitas incógnitas. Quando terá a vacina? A segunda onda da Europa irá seguir? Teremos a mesma situação no Brasil? Paralelo a isso, será de fundamental importância confirmar que o Congresso Nacional siga com um empenho reformista, e que as eleições municipais não prejudiquem o calendário dessas reformas, principalmente a tributária e a administrativa.

Quais ações pretende realizar no biênio 2020-2022 em prol das associadas? 

O foco da nossa atuação será de aproximar clientes de nossas empresas associadas. Além disso, vamos trabalhar as relações das associadas com os players mais importantes do setor, de forma a importar esse relacionamento para dentro da câmara e gerar novos canais de comunicação e possibilidades de negócios. Paralelamente, estaremos próximos das soluções nascidas por conta do momento vivido da pandemia e tentar trazer essas experiências para conhecimento de todos, como forma de aportar conhecimento aos membros da câmara.

Pretende continuar alguma ação da gestão anterior, se sim, qual?

Sim. O Fernando Dias Gomes (presidente da CSMIAFRI no biênio 2018/2020) deu continuidade ao trabalho de seus antecessores e conseguiu agregar mais adesão e participação dos membros. Um exemplo disso foi as reuniões virtuais que possibilitou e consolidou uma presença importantíssima e indubitavelmente deve ser mantida. O outro será continuar o padrão das reuniões com uma apresentação de um tema de interesse comum, pois tem sido sempre motivo de maior quórum nos nossos encontros. 

Composição da diretoria no biênio 2020/2022

Vice-Presidentes Empresa

Claudimar Bortolin Torfresma Industrial Ltda

Edmilson Pasquini Americana Sist. de Ident.Para Embal.Ltda.-Epp

Fernanda Tanko Buhler Ind. e Com. de Equip. Indústriais Ltda

Fernando Dias Gomes Delgo Metalúrgica Ltda

Fernando Leandro Caretti Indatabrasil Com. de Máquinas Ltda-Epp

Gilberto Poleto Bralyx Máquinas Indústria e Comércio Ltda

Homero Cremm Busnello Tecumseh do Brasil Ltda

José A. G. Segovia Ulma Packaging Ltda

José Miguel Ruiz John Bean Techn. Máq. e Equip. Inds. Ltda

Judenor Jaco Marchioro Imsb Ind. De Maquinas e Equipamentos Ltda

Luiz Giribone Sulmaq Industrial e Comercial S/A

Maria Estela Abramides Testa Pieralisi Do Brasil Ltda

Mário Vedovello Sarraf Pff Inova Ind.E Com. de Máq.Equip. e Ferr.-Me

Marjorie Geiger Hauser Geiger Indústria de Máquinas Ltda

Nelson Ferreira Júnior Krones do Brasil Ltda

Oswaldo Luiz Porto Tropical Eng. e Equipamentos Inds. Ltda

Ricardo Cilento Azzure Indústria e Comércio Eireli - Epp

Ricardo de Oliveira Vallada Pak Mak Ind. e Com. de Máquinas Ltda. - Epp

Ricardo Losco Bl Ind. e Com. de Máquinas e Fornos Ltda-Me

Ricardo Tetuya Fujihara Top Taylor Indústria e Comércio Ltda

Samuel Glezer Korper Equipamentos Industriais Ltda

Wagner Fábio de Souza Fs Cavalari de Souza Máq. Automáticas - Me

Wellington Santos Frigostrella do Brasil Ind. de Refrig. Ltda

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Francisco Novaes é reeleito presidente da CSBM para o biênio 2020/2022

Presidente da CSBM desde 2018, membro da diretoria do SINDIMAQ – Minas Gerais como Delegado Sindical, Gerente da Divisão Comercial da Itt Rheinhutte Pumpen do Brasil Indústria de Bombas Ltda, além de experencia de mais de 35 anos na área, Francisco Novaes continuará no comando da Câmara Setorial de Bombas e Motobombas nos próximos dois anos. Ele expôs que o segmento está crescendo acima de dois dígitos e que pretende fortalecer o setor por meio do aumento de empresas participantes na câmara. Confira entrevista a seguir:    

Como analisa o atual momento do segmento de bombas e Motobombas?

Nosso setor está fora da curva. Enquanto a maioria dos segmentos da indústria de máquinas e equipamentos, a recuperação pós-pandemia vem sendo observada de maneira gradual, mas ainda inferior do que a fase pré-pandemia, no nosso caso essa retomada já ocorreu e estamos hoje crescendo acima dos dois dígitos em comparação ao mesmo período do ano passado. 

Quais principais desafios para o setor?

O ano de 2020 está totalmente atípico. Isso provocado por essa pandemia que modificou todo planejamento das empresas. O cenário partiu de uma queda significativa no início da crise para um substancial e forte recuperação já a partir de julho, isso puxado pelo mercado local, pois as exportações não tiveram a mesma reação. Contudo, com a desvalorização do Real frente ao Dólar e a maturação natural de um processo de exportação, esse contexto deve mudar e sinalizar uma recuperação também no nosso segmento. Os desafios seguintes estão em manter essa retomada em franco crescimento pós-pandemia a fim de reverter um quadro de desconfiança quanto aos rumos da nossa economia.

Como a câmara pretende atuar para enfrentar esses obstáculos?

Não há regra única e isso depende muito de cada setor. As incertezas já identificadas no mercado externo farão com que uma decisão de crescimento produtivo seja postergada e a cautela nos investimentos é eminente. Não podemos deixar de comentar que a demora na análise e aprovação da reforma tributária serão um dos principais obstáculos para toda e qualquer projeção de crescimento futuro. Alia-se a isso a desoneração da folha onde o Congresso hesita em colocar em votação a derrubada do veto do Governo e isso influi diretamente em decisões futuras. 

Quais são as perspectivas para próximo ano e para biênio 2020-2022?

As perspectivas do nosso setor para 2021 são precavidas, mas com um bom teor de otimismo, onde estamos esperando um leve crescimento sobre 2020, que já será maior do que 2019. Quanto os desafios que esperamos para esse novo ciclo do biênio 2020/2022 está em sempre buscar uma união de esforços entre as demais câmaras da ABIMAQ em prol de um crescimento sustentável e uma atuação representativa para a indústria nacional.   

Quais ações pretende realizar no biênio 2020-2022 em prol das associadas? Tem um plano de trabalho?

Nessa nova gestão, os desafios serão ainda maiores. Ainda é uma incógnita os efeitos dessa pandemia sobre a economia. De maneira geral, ela nos provocou uma reflexão de que é preciso repensar as ações e reanalisar as projeções. Além disso, obrigou a indústria a buscar alternativas de processos e produtos, o que é muito bom, pois abre novas perspectivas de aplicações para nossos mercados. Pretendemos ainda fortalecer a CSBM e para isso buscaremos a expansão de associados e consequentemente um aumento na participação das reuniões ordinárias mensais, principalmente agora, com esse novo advento de poder realizar encontros online.

Como avalia sua gestão anterior?

Enfrentamos momentos turbulentos economicamente, como a eleição presidencial e mudança de rumos, nova Previdência e a Covid-19, mas no meio de tudo isso ainda buscamos oportunidades de novos mercados. Apostamos em pequenos e médios projetos que estavam em hold e que surpreendentemente nesse momento foram retomados, o que nos deu uma luz, que não era imaginada no início da crise. Nesse período também trouxemos em nossas reuniões da CSBM, representantes de segmentos como da ABIQUIM, que congrega as indústrias químicas; a SABESP, com seus planos de investimentos, e um especialista do setor sucroalcooleiro expondo as perspectivas de investimentos e o momento atual deste mercado.

Nos últimos dois anos, a CSBM preocupada e envolvida com os temas sensíveis a seus associados, reativou diálogos com o INMETRO em ações cruciais para obter sucessos em pleitos relacionadas a itens da Portaria nº 455 de 01/12/2010 e a Portaria Interministerial nº 001 de 29/06/2007. Como êxito, conseguimos a prorrogação dos Art. 6º e 7º até 28/02/21 e 28/08/21 respectivamente e que foi uma grande conquista capitaneada pela ABIMAQ, com abrangência para outras câmaras também, possibilitando a todos estender a utilização dos seus estoques de Motores IR2 por um período maior. 

Composição da diretoria no biênio 2020 /2022

Vice-Presidentes Empresa

Alexandre Godoy Andritz Hydro Ltda. 

Biagio Pugliese KSB Brasil Ltda. 

Carlos Walter Martins Pedro Hidro Metalúrgica ZM Ltda. 

Felipe Masson Bastos Ruhrpumpen do Brasil Ind. Com. de Bombas Hidráulicas Ltda. 

Ivan de Castro Alves Filho ITL – Ind. de Tecnologia, Máqs. e EqtosLtda – EPP. 

Jackson Murilo Lenzi Famac Indústria de Máquinas Ltda. 

Mario Ramacciotti Xylem Brasil Soluções para Água Ltda. 

Nelson Reginato do Canto Junior Ebara Bombas América do Sul Ltda.

Wilson Yoshio Mizumoto SPV Hidrotécnica Brasileira Ltda.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Petrobras apresenta oportunidades de negócios para o setor de máquinas e equipamentos

A estatal planeja investir de US$ 40 a 50 bilhões no período de 2021/2025 em exploração e produção (E&P) de petróleo, sendo que 71% serão destinados para o pré-sal   

“As perspectivas são muito positivas. Recentemente batemos recorde de exploração de petróleo apenas em um poço com 70 mil barris por dia, o que representa 32% de crescimento na exploração do pré-sal. Além disso, pretendemos agora com nosso campo de Búzios, que é a maior descoberta exploratória de petróleo no mundo neste século, poder seguir aprimorando e aumentando ainda mais a exploração desse ativo de classe mundial”. Assim Rodrigo Ugarte, gerente executivo de Bens e Serviços da Petrobras, abriu evento realizado no dia 23 de outubro.

Márcio Pereira, gerente geral de Estratégia de Contratação e de Gestão de Fornecedores da Petrobras, mencionou que o campo de Búzios concentra grandes oportunidades não apenas para investimentos. “Temos hoje em operação quatro unidades e três licitações acontecendo. O nosso objetivo é chegar na maturidade desse projeto com 12 unidades até o final desta década, além de superar os mais de 2 milhões de barris de produção por dia (hoje 600 mil/dia). É um investimento enorme e contamos com os associados da ABIMAQ para fornecimento de máquinas e equipamentos não só diretamente para a Petrobras, mas também por meio dos operadores que vem nos auxiliando nessas parcerias estratégicas em relação aos nossos FPSOs (navio-plataforma para produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás)”.  

Pereira colocou ainda que ao longo dos próximos seis meses haverá licitações para contratação de sondas, serviços de poços e sistemas submarinos de coleta e produção. “Em processo de licitação temos três FPSOs (P-78, P-79 e o Almirante Tamandaré), como também da Árvores de Natal Molhadas a fim de atender novos requisitos de melhoria do poço de Búzios e possibilitar seu aumento de produção”.    

Em sua apresentação, Márcio Pereira chamou a atenção para a grande demanda que a Petrobras tem recebido de empresas no exterior, mas especificamente do Mar do Norte que estão procurando parcerias para desenvolver projetos na linha do descomissionamento. “US$ 6 bilhões é o custo estimado dessas inciativas em andamento, sendo 18 plataformas e gasodutos submarinos e poços offshore. Acredito que seja muito importante uma aproximação da ABIMAQ com essas empresas”.

COMO CONTRATAR

No encontro também foi destacado o que é importante as empresas saberem para fazer negócios com a Petrobras:

1- Acesse o Canal Fornecedor (https://canalfornecedor.petrobras.com.br/pt/). Todas as informações sobre as regras de contratação estão disponíveis. Encontre também minutas contratuais e especificações técnicas;

2- Fique atento às publicações de oportunidades de licitações e pré-qualificações no site www.petronect.com.br;

3- Preste atenção aos detalhes das oportunidades e não perca a data de entrega de propostas;

4- Prepare-se para os processos de qualificação ou pré-qualificação. Obtenha seu CRC (Certificado de Registro Cadastral) previamente.

Oportunidades em opex UPSTREAM

113

Plataformas operadas

DOWNSTREAM

13

Refinarias

Gás natural

04

Unidades de processamento

Energia

13

Plantas de Geração de energia

R$ 5,8 bi

Gastos anuais

-1,4 mil

Contratos vigentes

-3,4 mil

Fornecedores envolvidos

-35 mil

NM’S diferentes

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

ABIMAQ defende que o Projeto de Lei da BR do Mar estimule o desenvolvimento da indústria nacional

Para entidade, o Projeto de Lei 4199/2020 tem ênfase no afretamento de embarcações, o que é prejudicial para o desenvolvimento da indústria naval brasileira, tanto para estaleiros quanto para a indústria de navipeças

“Se forem mantidos os dispositivos propostos, na prática, as indústrias naval e de navipeças brasileiras serão alijadas das oportunidades decorrentes do incremento das atividades de cabotagem, eliminando postos de trabalho existentes e comprometendo a geração de novos empregos”, explica Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da ABIMAQ, sobre Projeto de Lei do BR do Mar (4199/2020), que propõe programa de estímulo ao transporte por cabotagem (navegação entre portos brasileiros).

Machado explica que, ao abrir o mercado para afretamento “por tempo” de embarcações estrangeiras, o Projeto de Lei desconsidera que a indústria nacional convive com grandes assimetrias quando comparada à indústria de outros países, decorrentes do Custo Brasil, cuja existência é aceita por todos, inclusive pelo governo federal. “Os preços nacionais são menos competitivos devido a fatores como a alta carga tributária, taxas de juros, logística pouco eficiente e cara, legislação trabalhista, entre outros, que estão fora do alcance e do poder de decisão dos industriais brasileiros”. 

Ele acrescenta que o Projeto de Lei desconsidera as várias assimetrias que a indústria brasileira tem em comparação com a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que resulta em tratamento não isonômico entre navios estrangeiros afretados, que por utilizarem o mecanismo de admissão temporária são isentos de impostos e os navios produzidos no Brasil, sujeitos à alta carga tributária brasileira. “Isso vale também para reparos, manutenções e jumborizações (obras para aumento de capacidade)”.

Segundo informação do Sinaval, o custo das embarcações no total da cabotagem gira em torno de 5%. “Portanto, se por hipótese, um navio brasileiro ficar 10% mais caro por conta das assimetrias do Custo Brasil, o impacto negativo influenciaria negativamente os custos totais da cabotagem em apenas cerca de 0,5% e, em contrapartida, gerariam um efeito positivo na economia do país, em termos de geração de empregos e renda. Adicionalmente, considerando que parte do acréscimo advém de tributos, tal acréscimo acabaria indo para o Tesouro Nacional. 

Sabemos também que o governo brasileiro tem um compromisso em reduzir o Custo Brasil com as tão sonhadas reformas. Se conseguir seu intento, a produção nacional de embarcações, máquinas e equipamentos não vai mais onerar o frete, o que deve aumentar nossa competitividade”, afirma Machado.

Com relação à possibilidade de uso de recursos do Fundo de Marinha Mercante para aquisição de bens no exterior, prevista na proposta, Machado acredita que contraria a finalidade para a qual o FMM foi criado. “Essa proposição prevista no PL representa um duplo incentivo ao armador estrangeiro, considerando que outros países já têm seus bancos de investimento e desenvolvimento com incentivos e condições especiais”. 

“Importante esclarecer que estamos cientes de que o PL em questão não tem como objetivo implantar uma Política Industrial no Brasil. No entanto, isso não significa que, a pretexto de estimular a cabotagem, possa produzir efeitos contrários à existência de uma indústria de construção naval brasileira, que devido à extensa cadeia de valor envolvida, pode contribuir substancialmente para o desenvolvimento nacional, finaliza diretor da ABIMAQ.

MAIS DETALHES

O deputado federal João Carlos Gurgel (PSL-RJ) foi designado relator do PL BR do Mar na câmara. A proposta, que tem 78 emendas parlamentares apresentadas ao texto original, está na pauta da câmara com pedido de urgência constitucional do governo. No entanto, sua votação tem sido adiada, pois parlamentares aguardam esclarecimentos sobre questões de ordem orçamentária e concorrencial e impactos nos diversos segmentos da sociedade. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

ABIMAQ promove Rodada de Negócios em parceria com Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço

O objetivo do evento foi buscar soluções para o fornecimento durante o período de escassez de aço e construir relacionamento de longo prazo entre empresas da indústria de máquinas e equipamentos e associados do INDA   

Com a participação de 90 empresas associadas e 17 distribuidores do aço, a ABIMAQ realizou Rodada de Negócios em conjunto com Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), no dia 28 de outubro.

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, expôs números da pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). O levantamento revelou que o aumento médio de preços do aço nos últimos meses foi de 33%. Com relação a disponibilidade do insumo, 67% das empresas disseram que tem dificuldade para encontrar, mas ainda possui no mercado. Já a utilização da capacidade instalada atingiu 65,2% em agosto e deverá chegar entre 70% e 75% entre o fim deste ano e o início de 2021, com isso estará próximo à média dos últimos 5 anos de 74,3%. “O trabalho agora da ABIMAQ é buscar fazer o encontro ente a oferta e a procura, ou seja, entre nossos associados e as distribuidoras de aço”. 

Carlos Loureiro, presidente do INDA, expôs o panorama da produção do aço. “A Usiminas voltou com um alto-forno e a comprar placa, só em setembro adquiriu 130 mil toneladas do material para usina de Cubatão e deve continuar nesse ritmo e até um pouco mais daqui para frente. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai voltar com seu alto-forno agora em novembro. A CST/ ArcelorMittal religou dois fornos entre setembro início de outubro e já está operando normalmente e ontem (27 de outubro) ligou o terceiro alto-forno, que é principalmente destinado para exportação”.

Loureiro acredita que com a diminuição da exportação a níveis residuais e com a volta dos equipamentos antes do período pré-pandemia não haverá nenhuma dificuldade do mercado de se normalizar. “Isso vai depender também se dezembro for um mês normal de consumo das indústrias ou terá uma queda por conta do recesso. Não havendo férias coletivas, nós vamos ter a normalização provavelmente de janeiro para fevereiro, mas não acredito que chegue ao ponto de uma empresa parar sua produção por falta de aço. O que está acontecendo é que existe uma dificuldade de voltar ao estoque normal”. 

Após as apresentações ocorreram as rodadas de negócios com sessões de 15 minutos entre as associadas da ABIMAQ e as empresas distribuidoras do aço.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Evento com Usiminas busca amenizar dificuldades de abastecimento do aço

Para representantes da Usiminas, a normalização do abastecimento do aço deve acontecer na virada de dezembro para janeiro, além de reforçar que a produção está totalmente voltada para o atendimento da indústria brasileira

“Estamos vivenciando uma dificuldade com a falta de matéria-prima para o abastecimento da demanda. Isso acontece, principalmente, porque equipamentos chaves como fornos de produção de aço que alimentam as linhas de produção de aço das usinas tiveram que ser desligados, pois não havia nenhuma expectativa de demanda de consumo do insumo pelo mercado brasileiro”, ressaltou Ascanio Merrighi, diretor executivo CEO na Soluções Usiminas, durante evento realizado no dia 22 de outubro. 

Pela Usiminas participaram ainda Marcos Mendes, diretor Comercial, Rodolfo Figueiredo, gerente geral de vendas, Rinaldo Machado, diretor executivo de vendas, e Fabiano Engeroff, gerente geral de vendas. A ABIMAQ foi representada por José Velloso, presidente executivo, e Marcos Perez, superintendente de Mercado Interno. 

Rinaldo Machado afirmou que o foco da Usiminas é abastecer o mercado no curto prazo. “Para isso, nós saímos completamente das exportações e todo nosso esforço comercial e de produção está concentrado na indústria brasileira”. 

Machado colocou que na visão da Usiminas a normalização de abastecimento do aço deve ocorrer na virada de dezembro para janeiro. “Esse prazo é baseado no tempo de espera da produção que vai de 45 a 60 dias e chegando a 120 dias em alguns produtos específicos”  

Sobre as perspectivas para 2021, Machado disse que é difícil fazer projeções dada a incerteza dos mercados brasileiro e internacional, mas fez algumas considerações do que vem pela frente. “O primeiro fundamento refere-se a taxa de juros, pois estamos vivendo cenário de juros baixíssimo e com sinalização de continuar por um tempo. É claro que isso é um catalizador de consumo de aço. O outro fator é do câmbio que tem nos impactado de forma muito preocupante por afetar diretamente os nossos custos tendo em vista que as nossas matérias-primas são na sua maioria dolarizadas. Mas quando falamos do ponto de vista da demanda, o câmbio tente a ter um efeito positivo na medida em que nossos clientes têm mais possibilidade de exportação”. 

José Velloso sugeriu uma parceria, como de 90 a 120 dias, entre a ABIMAQ e a Usiminas até o mercado do aço deixar de ser instável em relação aos preços. “Por exemplo, caso uma de nossas associadas faça uma programação de pedidos no período de seis meses com vocês não seja impactada pelo aumento dos preços independentemente se ocorra o reajuste”. 

Segundo Velloso, seria também importante uma união entre associado da ABIMAQ, fornecedor, distribuidor e a usina para uma priorização de atendimento no mercado interno dos materiais que estão com mais problemas de demanda. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Ações para conter escassez do aço nas indústrias

Entre as ações realizadas pela associação estão: monitoramento mensal do mercado, diálogo constante com o governo, reuniões com entidades dos setores demandantes do insumo, realização de eventos e rodadas de negócios para apontar alternativas de fornecimento da matéria-prima   

“Trata-se de um insumo estratégico para as associadas da ABIMAQ, que conta com poucos fornecedores e por sua vez dependem de preços muito influenciados por fatores externos, como o câmbio e demanda mundial por minério de ferro”, ressalta João Marchesan presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ”. 

No entanto, ocasionada pela forte recuperação dos setores consumidores da matéria-prima, as indústrias podem enfrentar problema de desabastecimento desse insumo devido ao descompasso entre a demanda das fábricas e a capacidade de abastecimento dos fornecedores. Para assegurar que não falte o aço na indústria de transformação nos próximos meses, a ABIMAQ está tomando uma série de medidas. Uma delas foi a realização de reunião com representantes de setores demandantes de aço, como: Anfavea, Sindipeças, ABFA (ferramentas), Eletros (linha branca), Abinee e Abifer (material ferroviário). Também participou do encontro o Instituto Aço Brasil, entidade que congrega o setor do aço, as siderúrgicas, ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau, Villares Metals e a entidade das empresas distribuidoras de aço, o INDA. 

“O objetivo do encontro foi discutir as soluções que normalizem o mais rápido o abastecimento das cadeias dependentes desse insumo. Além disso, entregamos aos fornecedores de aço o resultado de uma sondagem realizada pela entidade junto aos seus associados, indicando as especificações de materiais mais críticos em desabastecimento, o volume desta demanda, e também, demonstramos o risco de paralisação de linhas de fabricação por falta da matéria-prima. As siderúrgicas e distribuidores se comprometeram em priorizar esta produção”, explicou Marchesan. 

Como resultado desta reunião, a ABIMAQ realizou evento entre representantes da Siderúrgica Usiminas e associadas da entidade no sentido de debater alternativas no fornecimento de aço ao setor de máquinas e equipamentos. “Vamos promover ainda outros encontros de nossos associados com cada siderúrgica e suas distribuidoras individualmente na busca de procurar a melhor forma de abreviar o problema de abastecimento”, frisou Marchesan.   

Outra ação da entidade foi realizar Rodada de Negócios, em parceria com o INDA - Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, a fim de encontrar soluções para o fornecimento durante o período de escassez de aço. 

A ABIMAQ ainda tem mantido diálogo constante com o governo federal por meio do Ministério da Economia para avaliar a implementação de medidas emergenciais. 

A ABIMAQ também realizou, no dia 24 de setembro, um webinar com o especialista do mercado de aço, Homero Dornelles, onde esclareceu as dúvidas e apresentou os impactos de curto prazo para superar essa crise e a estimativa de retorno à normalidade (mais detalhes na página 8 da edição do Informaq de outubro/2020 ou assistir à gravação na íntegra http://associe.abimaq.org.br/academy.html). 

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, esclarece que nenhuma fábrica parou até o momento por falta de componentes, no entanto, algumas empresas sinalizam a possibilidade de suspender setores de fábrica por indisponibilidade de materiais. “Por isso, nós chamamos as siderúrgicas e estamos em contato direto com o governo para evitar esse tipo de inconveniente. Acredito que o grosso do problema poderemos resolver nesse trabalho em conjunto em um prazo de 45 dias”.