sexta-feira, 17 de julho de 2020

Perspectivas e cenários para a indústria do plástico são analisados na live Plástico Brasil no AR

O Projeto Plástico Brasil No Ar é uma iniciativa da feira Plástico Brasil e visa reforçar o propósito da feira de contribuir com o fomento do mercado do plástico e aproximar os grandes nomes do segmento. O debate ocorrerá quinzenalmente no canal do YouTube da Plástico Brasil com temas relacionado ao setor, expectativas, tendências, entre outros 

Com as participações de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, Amilton Mainard, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico (CSMAIP) da ABIMAQ, Ciro Marino, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), e Liliane Bortoluci, diretora Feira Plástico Brasil, foi realizada, no dia 23 de junho, a primeira live do Projeto Plástico Brasil No Ar. A feira ocorrerá de 22 a 26 de março de 2021 no São Paulo Expo. 

Com relação as expectativas econômicas para o setor do plástico em 2020, Marino expôs que a indústria química é heterogênea e por isso o comportamento é bastante diversificado. “Se nós pegarmos, por exemplo, os setores que hoje têm contribuído fortemente no combate à pandemia, que são a parte de embalagens alimentícias e medicamentos, entre outras, nós temos uma linha de produtos que tem sido extremamente demandada com sua produção operando a plena carga para atender esses segmentos. Por um outro lado, nós temos alguns segmentos, como do turismo e da indústria automotiva. Essas indústrias estão numa situação muito ruim, praticamente paradas.

Mainard explicou que o setor de máquinas vinha de recuperação desde a crise de 2014. “Em 2019 foi o primeiro ano em que realmente os números foram bastante satisfatórios. Agora, infelizmente em 2020, que tinha tudo para ser um ano ainda muito melhor fomos acometidos por essa pandemia. Hoje, na média, o segmento deve ter queda de 30%, o que não é de todo ruim. No entanto, os investimentos que dependemos para fazer essa movimentação estão muito fracos. Mas as perspectivas de médio prazo está em compasse de espera”. 

Velloso comentou que era esperado crescimento de 10% do setor de máquinas em 2020. “Porém, com a pandemia, agora estamos numa projeção de uma queda de 10% no ano. Mas estamos otimistas para que 2021 seja o ano da retomada do crescimento e dos investimentos na indústria brasileira e a Plástico Brasil deve ocorrer exatamente neste momento”. 

EXPECTATIVAS

Sobre as expectativas da Plástico Brasil ser instrumento para apoiar a retomada da economia, Liliane disse que a feira contribui  para o desenvolvimento econômico do Brasil por sua capacidade de receber autoridades governamentais para abordar os pleitos que tanto o setor precisa, destacar a questão da sustentabilidade, passar uma mensagem técnica para o visitante, além dos  exportadores e fabricantes de máquinas nacionais fazendo um cross de tecnologia. 

Na opinião de Marino, a Plástico Brasil é uma oportunidade não apenas na avaliação e atualização tecnológica do ponto de vista de transformação e equipamentos em si como também nos produtos, nas matérias-primas que são utilizadas nos diversos fins. “Então eu acho que a feira pode catalisar isso sim, logicamente de aproximar socialmente os participantes dessa indústria e criar um ambiente que possa fazer uma melhor divulgação com a finalidade do crescimento do setor”.

Para Mainard, março de 2021 vai ser uma época especial para essa retomada. “Pois até lá nós vamos ter tempo suficiente para entender a Covid-19. As empresas vão estar prontas para atender essa demanda que está represada, mas que a partir de janeiro ou fevereiro vai começar a explodir. Aliás, nós fabricantes de máquinas temos que estar preparados para colocar dentro do pavilhão equipamentos que sejam eficientes em energia e tenham a linguagem atual da 4.0 à disposição do transformador, do cliente no geral e de todo o usuário do plástico. Eu estou confiante que vai ser o início da retomada”. 

“Nós nos comprometemos que em março de 2021 faremos um grande evento tecnológico trazendo o que tem de mais moderno em termos de tecnologia no mundo e no Brasil, além de ser uma feira de esclarecimento para o público que o plástico ao invés de vilão é na verdade a solução para a maioria dos problemas que a terra tem, ou seja, que é de preservar seus recursos naturais e reciclar aquilo que é usado na indústria de consumo não durável”, finalizou Velloso. 

SUSTENTABILIDADE 

Para o presidente da CSMAIP, nem tudo está perdido quando é falado do plástico. “Um pouco antes da pandemia o plástico era o vilão. Hoje, esse cenário já mudou um pouco. Atualmente ele tem um papel muito importante, o de salvar vidas”.  

Mainard acredita que é necessário conscientizar a população e haver uma política pública voltada para a reciclagem e reaproveitamento. “O plástico tem uma vida longa desde que nasce até o seu final. Ele é inesgotável. Agora, nós temos que saber utilizar. A iniciativa privada tem que entrar na economia circular, a mídia tem que discutir com as autoridades e com as pessoas que conhecem do assunto. Nós temos que nos unir”.

Velloso ressaltou que a ABIMAQ, junto da ABIQUIM, fará um trabalho forte junto às autoridades para institucionalizar o descarte do plástico e fazer com que a economia circular seja fonte de emprego e renda para populações carentes. “Sem contar a questão da preservação do meio ambiente. Inclusive a feira Plástico Brasil terá um espaço para esse tema”. 

Marino comentou que na questão ambiental a ABIQUIM tem um programa chamado Atuação Responsável. “Nós temos um comitê específico para cuidar de sustentabilidade e trabalhar no tripé, ou seja, meio ambiente, questões sociais e econômicas. Então, nós temos que atuar sempre de uma forma bastante ampla, com base nesse tripé para ter sucesso no médio e no longo prazo. Além disso, temos trabalho bastante forte apoiando o fórum Por Um Ar Mais Limpo e o programa de Palet Zero, que reduz a emissão voluntária ou involuntária para o meio ambiente de Palets”.

Para conferir a agenda das próximas lives acesse a página da Plástico Brasil

Site: www.plasticobrasil.com.br

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Conselho de Metalurgia e Mineração realiza reunião


Cenário e perspectivas do aço e metalurgia, fundo de capital para apoio a projetos de mineração no Brasil e agregação de valor nos produtos do segmento de mineração foram alguns dos assuntos debatidos

Com apresentações de representantes da Usiminas, BNDES e da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE), o Conselho de Metalurgia e Mineração realizou reunião online no dia 3 de junho. 

Rinaldo Machado de Almeida, diretor comercial da Usiminas abordou o tema ‘Cenário e Perspectivas do Aço e Metalurgia’. “Na siderurgia mundial teremos forte queda da produção de aço diante do colapso da demanda. Mesmo nesse contexto, continuará forte alta no custo das matérias-primas devido à desvalorização do Real. A retomada da atividade se iniciou em mercados como a China. Contudo, permanecem dúvidas sobre a velocidade e a consistência da retomada”.

Com relação ao mercado brasileiro, Almeida disse que o país ainda sente os efeitos da mais longa e uma das mais profundas recessões da história. “Os impactos no curto prazo nas cadeias consumidoras foram agudos. Com a retração já registrada no PIB Brasileiro (é esperada queda de 6,3% neste ano), a volta aos patamares pré-crise foi postergada”.

Pedro Dias, gerente setorial do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa (DEBASE) do BNDES, fez apresentação sobre a iniciativa do fundo de capital para apoio a projetos de mineração no Brasil. “O objetivo do programa é atrair novos investidores e fortalecer os investimentos nas empresas de mineração no Brasil. O BNDES poderá ter participação de até 25% da proposta”.  

Germano Fehr, presidente do Conselho de Metalurgia e Mineração, perguntou para Dias se tem possibilidade de o BNDES estruturar fundo de investimentos para o setor de mineração. Dias respondeu que a iniciativa está indo nessa direção. 

Renato de Souza Costa, diretor de Mineração, Energia e Infraestrutura da CODEMGE, expôs que caminhar na cadeia produtiva para agregação de valor dos produtos do segmento de mineração é uma forma de geração de riquezas, operação sustentável, aumento da receita de impostos (município, estado e governo federal), crescimento de empregos, geração de conhecimento, tecnologia e inovação.

Para Costa também é importante se atentar para o aproveitamento de subprodutos, como da magnetita que vem do rejeito da produção de nióbio (rico em óxido de ferro) para produção de pelota para siderurgia. Além disso, o desenvolvimento de rota tecnológica para processamento de minério marginal de fosfato visando à produção de fertilizantes. “Isso sem falar do aproveitamento econômico de minerais de reservas de elementos de terras-raras (ETRs), que inclui xenotímio, monazita, bastnaesita e argila iônica”.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Pesquisa da ABIMAQ revela que as dificuldades no acesso do capital de giro prevalecem


“Essa é a terceira edição da sondagem ‘Impacto da pandemia da Covid-19’, realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) na semana do dia 19 de junho a 30 de junho, junto aos seus associados. Desta vez procuramos reunir informações sobre status da carteira de pedidos, atividade produtiva, faturamento e exportação da indústria brasileira de máquinas e equipamentos e também relacionadas às fontes de recursos utilizadas para fazer frente à crise”, explica José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ. 

Com relação ao impacto da pandemia na atividade produtiva, a pesquisa revelou que apenas 25,5% das empresas estão com atividades paralisadas. Entre os motivos estão: interrupção por iniciativa própria (15,7%) e suspensão das atividades por força da lei (9,8%).

Entre as empresas que estão operando, a maioria informou estar atuando com estrutura produtiva reduzida (30,4%). A maioria, 44,1% das fabricantes disseram estarem trabalhando normalmente. “Observa-se que parte importante das empresas com atividades paralisadas na primeira sondagem já teve sua atividade normalizada”, ressalta Velloso. 

Nos próximos 60 dias, se mantido o atual cenário, 64,1% das empresas manterão suas atividades e 26,2% aumentarão. “Isso significa que 90,3 % das empresas pretendem estar em atividade nos meses de julho e agosto”, destaca presidente executivo da ABIMAQ. 

Segundo a sondagem, a falta de carteira de pedidos e ou sua redução prejudicou a atividade das empresas de máquinas e equipamentos. Mas os impactos no encolhimento da atividade vieram também do desabastecimento de insumos e componentes utilizados no processo produtivo. “É necessário ficar atendo a esses desequilíbrios de mercado, o setor de máquinas e equipamentos está presente nas cadeias mais essenciais do país. Na cadeia de alimentos, por exemplo, o setor oferece as mais altas tecnologias de irrigação, plantio, colheita, armazenamento de grãos, processamento e embalagem de alimentos e bebidas. É preciso, portanto, garantir que todos os elos estejam rígidos para que o país não sofra com qualquer tipo de desabastecimento”, alerta Velloso. 

FATURAMENTO

Sobre o faturamento, a pesquisa identificou que apenas 22,3% das empresas fabricantes de máquinas e equipamentos registraram queda seu faturamento durante do mês de junho. Em relação ao mês de maio de 2020 a perspectiva de novo crescimento, desta vez de 4,6%. Em relação ao faturamento realizado em 2019, portanto anterior à pandemia da covid-19, a expectativa de redução de 13%. 

Para os próximos meses (julho, agosto e setembro), o número de empresas que espera recuperação do faturamento é grande (90%), mas a níveis inferiores aos observados em 2019. Na comparação com o mês anterior, em média a expectativa é que em julho o crescimento seja de 4,5%, agosto deve registrar pequena contração (-0,7%) e setembro crescimento de 6,2%. “Este cenário vem refletindo em adiamento e cancelamento de projetos de investimento o que impactará no faturamento das empresas de máquinas e equipamentos ao longo deste ano”, relata Velloso. 

MÃO DE OBRA 

Perguntado para as empresas sobre as estratégias a ser adotada a fim de conservar o emprego durante o mês de julho, a maioria informou ter disposição em manter a atividade normalmente (73,9%). Já 10,4% disseram pretender reduzir de jornada,6,6% conceder férias e 3,3% utilizar banco de horas. Apenas 1,3% das indústrias informaram terem a intenção de demitir durante o mês de julho e 0,6% adotar lay-off. “É preciso atenção a este tema porque o quadro de contaminação tem se alterado rapidamente e forçado regiões e setores a revisarem emergencialmente suas estratégias de atuação”. 

Para o presidente executivo da ABIMAQ, esta é uma crise sem precedentes, que vem atacando a economia em muitas frentes, mas o emprego e a renda precisam ser preservados. “É necessário apoio financeiro mais intenso às indústrias nacionais para que elas possam preservar sua mão de obra e ficarem preparadas para voltar aos negócios o mais rápido possível quando a crise acabar”, afirma presidente executivo da ABIMAQ”. 

CAPITAL DE GIRO

Entre as empresas fabricantes de máquinas e equipamentos, 57,7% disseram que precisam de recursos do sistema financeiro para cumprir suas obrigações com fornecedores, governo, salários e bancos. Mas, apenas 23% fizeram uso de capital de giro adquirido neste mercado durante o mês de junho. 

Entre as indústrias que procuraram e não conseguiram o acesso ao crédito, os motivos alegados foram: linhas de financiamentos estavam com taxas de juros elevadas (27,6%), excesso de exigência de garantias (22,4%), excesso de burocracia (20,7%) e período de carência curto (3,4%). 

Segundo presidente executivo da ABIMAQ, o capital de giro, até o momento, continua como a maior deficiência das indústrias. “A liquidez que foi oferecida pelo Tesouro ao sistema financeiro ainda está empoçada, o pouco recurso que fluiu ao setor produtivo vem a taxas que a indústria tem poucas condições de assumir”.

CARTEIRA DE PEDIDOS

A prévia do mês de junho indica crescimento na carteira de pedidos da indústria de máquinas e equipamentos de 3,2% contra queda de 5,7% registrada em maio. A carteira de pedidos prevista para o mês de junho será suficiente para suprir a atividade por 9,5 semanas, ou pouco mais de dois meses. Para 17,6% das empresas houve adiamento dos projetos unilateralmente por parte do cliente, que resultou numa redução de 12% da carteira destas empresas. Para 11,4% houve cancelamento de pedidos, neste caso o corte foi de 5,1% da carteira.

“Nosso setor atende às diversas atividades da economia, com isso os impactos da pandemia vêm ocorrendo de forma bastante irregular. Os segmentos que atendem à indústria de bens de consumo não durável, que são as máquinas para alimentos, para embalagens e plásticos estão com bom desempenho, mas os que atuam com a indústria de transformações e especificamente com a indústria automobilística que encolheu ao redor de 80% tem enfrentado uma desaceleração importante. Este quadro exige um olhar atento para todas as direções para que nenhuma atividade fique desassistida”, completa Velloso.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Pacto pelo Brasil é defendido em live com os deputados Jerônimo Goergen e Alexis Fonteyne


Reformas tributária, administrativa, previdenciária, a importância da indústria de máquinas e equipamentos para a retomada da economia, o papel do legislativo para superação da crise gerada pela Covid-19 e seus desafios para o País foram alguns dos assuntos tratados com os parlamentares 

“Quando presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Máquinas e Equipamentos - FPMAQ (Jerônimo Goergen) você atuou fortemente com êxito num momento difícil da nossa economia onde estávamos vivendo uma recessão profunda tão grande como essa atual. Hoje aqui estamos para dividir dúvidas e oferecer oportunidades e soluções para que possamos sair o mais rápido possível dessa”. Assim João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, abriu a webinar ‘Covid-19 – A Transformação da Economia’, realizada no dia 22 de junho, que contou com a participação média de 85 pessoas.

Hernane Cauduro, vice-presidente da ABIMAQ RS e coordenador do Grupo de Trabalho de Ação Política da entidade, também enalteceu o trabalho do Jerônimo Goergen à frente da FPMAQ. “Eu quero registrar aqui que o Jerônimo foi quem ajudou na tramitação da constituição da FPMAQ. Ele foi uma figura importante na coleta das assinaturas, na sensibilização de seus pares para constituir uma frente com canal dentro do legislativo e sensibilizar os deputados em prol das causas do nosso segmento”. 

Goergen se diz honrado de ter estado à frente da FPMAQ. “Se hoje temos uma frente parlamentar que tem atingido grandes resultados no Congresso Nacional, isso se deve a mobilização maravilhosa que fizemos juntos. Tenho orgulho de ter sido membro da frente. Fico feliz em saber que meus sucessores continuam cada vez mais engajados”.

Marchesan expôs que o Brasil está vivendo uma crise em cima da outra. “Nossa economia está em frangalho. A preocupação da ABIMAQ é como vai dar continuidade nessa situação em que o governo está demorando muito para tomar medidas anticíclicas para o País. As ações adotadas até agora não estão tendo a eficácia desejada. Aliás, estamos muito preocupados com a retomada do crescimento. Como vamos retomar os investimentos?”.

Goergen concordou com a reflexão de Marchesan e disse que é importante mudar o ambiente político que tem trazido para o Brasil perdas econômicas terríveis. “A retomada depende de um ambiente político melhor. As medidas anunciadas até agora eu só vi acontecer na prática as da MP 936 e do coronavoucher, que lamentavelmente foi concedido para pessoas que não precisavam”. 

“Você não acha que o Brasil carece de um planejamento de desenvolvimento e de Estado que coloque metas de crescimento para o país sair da crise e ser de primeiro mundo”, questionou Cauduro.

“Lá trás tínhamos um projeto de país. Hoje, infelizmente, o país tem projeto de poder que pensa na próxima eleição”, respondeu Goergen. 

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, pergunto se existe espaço na câmara para debater um pacto pelo Brasil e as reformas tributária e administrativa ainda este ano.

“O pacto é obrigação, no entanto, essa agenda ainda não tem espaço no País. A reforma administrativa deveria ser paralela com a tributária para que não só pudesse simplificar tributos, mas reduzi-los. Contudo lamento que essa não seja prioridade do governo. Eu espero pelo menos que a tributária ande, porém vai depender da pandemia”, comentou Goergen. 

Alexis Fonteyne ressaltou que compartilha da opinião de Goergen com relação ao governo e relatou como está o andamento das reformas. “O Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em reunião comigo disse que está pressionando para que a comissão especial da reforma tributária retome aos trabalhos mesmo de forma virtual. Eu acredito que o Brasil precisa urgentemente da reforma tributária, principalmente nós que somos do setor industrial, pois não dá pra viver mais com essa substituição tributária, um monte de tributo acumulativo e a confusão que ninguém aguenta mais se aquilo gera crédito PIS COFINS, ou seja, um caos do sistema tributário, que inclusive vai jogar nós profundamente mais para crise”. 

Com relação a questão do crédito, Fonteyne acredita que primeiro é necessário clarear a abertura do mercado deixando as coisas acontecerem para depois injetar liquidez. 

Goergen finalizou expondo a preocupação pela qualidade do legislativo devido ao seu fechamento por conta da pandemia. “Não estamos com condições de articular como deveria ser essas agendas que vocês estão propondo aqui na webinar e procurando para que possam acontecer, no entanto, no modelo remoto é impossível de ser bem feito. E concluo reforçando meu apoio e compromisso com a ABIMAQ que eu tenho orgulho pela história que construímos”.  

Fonteyne disse entender que com essa pandemia teve uma nova agenda para recuperar e as despesas extras e com isso foi perdido o ritmo das matérias, mas afirmou a importância das grandes reformas estruturais, a continuidade do marco do saneamento básico, que esse será uma nova porta de investimentos fundamental para o Brasil e do setor de máquinas a fim de produzir mais infraestrutura. 

Marchesan realçou que a ABIMAQ está trabalhando agora para um novo pacto pelo Brasil: “para juntar aquilo que nos converge nos sentido de conseguirmos sair dessa situação melhor a fim de deixarmos um legado nesta gestão para a nação”. 

Cauduro completou: “É importante ter resiliência, de não perder a motivação de continuar com a finalidade de buscar alternativas para sair dessa crise”.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Plano Safra 2020/21 é debatido pelas associadas ABIMAQ /SINDIMAQ com diretor do MAPA



Wilson Vaz de Araújo expôs as principais mudanças do Plano Safra 2020/21 e seu impacto nas políticas de investimento e desenvolvimento dos segmentos industriais ligados ao setor agrícola

“Perante toda conjuntura que estamos vivendo e as dificuldades orçamentárias do Tesouro Nacional por conta dos gastos inesperados que estão sendo feitos devido à crise atual, a minha avaliação é que saiu um bom Plano Safra. Estamos fazendo uma corrida para que tudo que foi anunciado, no dia 17 de junho, esteja regulamentado e operacional em 01 de julho”. Essa foi análise inicial de Wilson Vaz de Araújo, diretor do Departamento de Crédito e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na webinar promovida pela ABIMAQ /SINDIMAQ no dia 18 de junho. O evento online contou com a participação média de 100 pessoas.

Araújo relatou que o Plano Safra contará com R$ 236,3 bilhões de recursos para crédito rural, um aumento de R$ 13,5 bilhões em relação ao anterior. Desse total, R$ 154,3 bilhões serão para juros controlados e R$ 82 bilhões para juros livres. “Serão destinados R$ 1,3 bilhões para seguro rural e R$ 2,37 bilhões* (a confirmar) para o apoio à comercialização”. 

Com relação ao volume de recursos, o diretor do MAPA disse que o programa vai destinar aos pequenos agricultores rurais R$ 33 bilhões para financiamento em atividades agropecuárias por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Já os médios produtores rurais, o valor será de R$ 33,2 bilhões por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). “Os demais produtores e cooperativas vão contar com recursos da ordem de R$170,17 bilhões”.

Sobre a taxa de juros, Araújo mostrou uma tabela comparativa do Plano Safra atual com o anterior. (Confira abaixo.)

Araújo acrescentou que foram destinados 33,3% a mais de recursos para o programa Inovagro, que financia inovações tecnológicas, neste plano foram acrescentados estações meteorológicas e produção de bioinsumos. Além disso, houve aumento de 43,4% de recursos do Moderinfra, destinado ao apoio à irrigação por meio de financiamento para aquisição de equipamentos de monitoramento. 

Com relação ao financiamento de máquinas e equipamentos, o diretor do MAPA disse que serão destinados no total R$ 11,8 bilhões, sendo R$ 9 bilhões para o Moderforta e R$ 2,8 Bilhões no Pronaf Mais Alimentos. 

Os financiamentos podem ser contratados de 1º de julho de 2020 a 30 de junho de 2021.

PERGUNTAS

Pela ABIMAQ participaram João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração, José Velloso, presidente executivo, Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, Renato Silva, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação, e Paulo Bertolini, coordenador do GT-Armazenagem. Eles fizeram perguntas e analisaram as mudanças do Plano Safra. 

Silva agradeceu ao destaque que foi dado para a irrigação no Plano Safra. “Isso mostra o alinhamento entre os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional com as entidades e a iniciativa privada. Além disso, será um passo importante para sairmos dos 200 mil hectares ano e ir para 400 e que um dia chegar a 7 milhões de hectares, ou até mesmo alcançar 26 milhões que os Estados Unidos têm ou os 69 milhões da China”. 

O diretor do MAPA ressaltou que não houve aumento de nenhum limite de crédito. “No caso da irrigação são 3 milhões e 300 mil reais e se for um processo coletivo pode ser 3 três vezes maior esse valor. O prazo está mantido nos 10 anos com até 3 anos de carência”.

Bertolini questionou se tem diferença entre o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) cerealista e o PCA grãos, o seu prazo e carência.

Araújo explicou que não existe diferença. “O cerealista continua com aquela limitação de R$ 200 milhões com espaço de contratação aberto até 30 de junho e não vai voltar a partir de 1 de julho. O cerealista não é beneficiário do crédito rural nos processos de investimentos e de custeio, ou seja, é favorecido somente no processo de comercialização. Este ano o prazo do armazém foi reduzido para 13 anos e com carência de 2 ou 3 anos. Já o tomador não tem limite e o juro é de 5% para armazéns de até 100 mil toneladas de capacidade”. 

A respeito do tomador do Moderfrota, Araújo expôs que foi limitado para R$ 45 milhões, antes era R$90 milhões. “Avaliamos junto ao BNDES e ao Banco do Brasil e constatamos que mais de 90% das operações são financiados por produtores com renda abaixo de R$25 milhões”. O programa tem o percentual financiável de até 85%, prazo de financiamento 7 anos e 14 meses de carência. 

Sobre a possibilidade dos recursos dos programas se esgotarem, Araújo colocou que existe a alternativa de remanejar recursos. “Nós trabalhamos com a margem de segurança e eventualmente se tiver um programa com demanda mais forte e um outro que não esteja acontecendo lá na frente nós fazemos os remanejamentos”. 

Bastos relatou a preocupação pela falta de crédito para o mercado de máquinas agrícolas, a restrição do tomador para R$45 bilhões e a descontinuidade de programas. “Nos últimos 12 meses esse segmento teve vendas na ordem de R$ 30 bilhões. Este ano safra que está fechando estimamos que 4 milhões não conseguiram ter acesso ao financiamento e financiou a juros de mercado, que é mais caro. Além disso, o ministério está deixando de lado o grande agricultor que ficará sujeito a juros mais alto do mercado. Outro ponto é que quando se esgota recurso antes, as indústrias ficam paradas e o empresário não consegue recuperar os negócios perdidos”.  

Araújo compreendeu os pontos exposto por Bastos, mas ressaltou que o foco do Plano Safra atual será o pequeno e médio produtor. “O ideal é que nós pudéssemos financiar tudo com a participação do Estado, no entanto, não há recursos públicos para bancar todo setor industrial”. 

Marchesan alertou que ao restringir para R$45 bilhões o faturamento bruto vai impactar na renovação do parque industrial de máquinas. “Mas agradeço o empenho do governo em prol do setor. A luta continua”.  

Araújo afirmou que a discussão foi muito importante para poder identificar onde pode buscar uma calibragem no Plano Safra. “Temos que dar um start no Plano Safra e trabalharmos para que ele aconteça. Eu lhe asseguro perante tudo aquilo que discutimos nos últimos quatro meses tiramos muita coisa muito boa”.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Estreitar relacionamento com fornecedores é enfatizado durante webinar com diretor da Petrobras

Para José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, Idarilho Nascimento, presidente do Conselho de Óleo e Gás da ABIMAQ, e Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da ABIMAQ, o debate com Roberto Ardenghy mostrou boas perspectivas de aproximação da Petrobras com o seu mercado fornecedor nacional

“Nós temos o compromisso pelo diálogo e a transparência. Nossas decisões são tomadas com base em uma lógica empresarial. A Petrobras se sente muito confortável para poder participar e discutir com vocês qual é hoje a nossa orientação e tendência e como é que podemos trabalhar juntos para o bem do Brasil e para o progresso da indústria nacional”. Assim Roberto Ardenghy, diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, abriu a webinar ‘Covid-19 – A Transformação da Economia’, realizada no dia 9 de junho, que contou com a participação média de 100 pessoas.

Idarilho Nascimento, José Velloso e Alberto Machado ressaltaram  a importância de um trabalho conjunto das empresas associadas ABIMAQ/SINDIMAQ com a Petrobras para desenvolver a indústria nacional de  bens e serviços para o setor de óleo e gás e, ao mesmo tempo, aumentar os clientes da estatal, pois o parque industrial é um importante consumidor de derivados do petróleo e do gás natural. “É muito importante que consigamos montar um plano que permita que os fabricantes de máquinas e equipamentos aqui instalados tenham um relacionamento direto com o demandante para entender quais são os avanços tecnológicos e as suas necessidades de demanda no sentido de o Brasil possa sair na frente pós- retomada e atender os anseios da sociedade”, defendeu Alberto Machado.

“Nós estamos num momento de mudança de mercado com a entrada de players importantes e a Petrobras vê a parceria com bons olhos. Cada vez mais participando de projetos de óleo e gás com parceiros nacionais ou internacionais e isso é muito bom para nós, pois aprendemos muito. Estamos à disposição para qualquer diálogo”, afirmou Ardenghy sobre aproximação com ABIMAQ/SINDIMAQ. 

INVESTIMENTOS

Quando perguntado sobre a previsibilidade para a indústria nacional de óleo e gás, Ardenghy disse que a Petrobras está trabalhando de duas maneiras. “Nós estamos fazendo uma mudança muito importante no canal fornecedor no sentido de antecipar, na medida do possível, especificações de projetos a serem lançados. Outra área que estamos focando é a de pesquisa e desenvolvimento, mais especificamente o CENPES, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, que vai passar por uma reformulação a fim de avançar nos projetos de tecnologia ligados diretamente ao negócio, ou seja, dar ao Cenpes uma visão mais objetiva e clara de gestão do negócio e quais inovações a estatal precisa para seu progresso”. 

O diretor da Petrobras propôs um trabalho conjunto entre a ABIMAQ e o Cenpes, pois acredita que “a capacidade de transformar tecnologia em inovação se faz por meio do estimulo econômico e trazendo o empresariado para dentro da nossa área de pesquisa”. 

Com relação ao incremento do número de refinarias e novas plantas na região Sudeste, Ardenghy disse que hoje o objetivo estratégico da Petrobras é manter o parque de refino perto da estrutura produtiva a fim de juntar sinergias e desenvolvê-lo. 

Outro questionamento feito para Ardenghy foi como está o projeto do complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “Aquele projeto gigantesco de polo petroquímico não rola na situação atual do preço de petróleo e das condições de mercado. Hoje estamos trabalhando para o Comperj ser uma grande unidade de processamento de gás natural com a implantação do Projeto Integrado Rota 3, que abrange o gasoduto Rota 3, a unidade de processamento de gás natural (UPGN) e o conjunto de utilidades necessárias para sua operação com a pretensão de escoamento de 21 milhões de metros cúbicos por dia de gás do pré-sal”. 

Sobre o projeto Sergipe Águas Profundas – Módulo 1 (SEAP 1), ele disse que já foi feito um Teste de Longa Duração (TLD) de Farfan, que tem por finalidade avaliar o comportamento do reservatório em produção e as características do seu petróleo. “Se a avaliação for positiva vai ser um reservatório com a perspectiva muito boa de desenvolvimento de uma terceira bacia, além das de Campos e Santos”. 

Outro assunto levantado foi sobre a exploração e produção do volume excedente ao Contrato de Cessão Onerosa dos campos de Búzios e de Itapu. “Depois de ninguém oferecer propostas para os campos, o governo e o Ministério da Justiça junto com a ANP estão avaliando de que maneira poderá voltar ao mercado com esse projeto. Se tudo der certo o leilão deve acontecer em meados do ano que vem”.  

PLANO ESTRATÉGICO PETROBRAS

Ardenghy expôs ainda que o foco da nova Petrobras será na maior geração de valor para os acionistas, incluindo: segurança como prioridade; redução da dívida e disciplina de capital; gestão ativa de portfólio; transformação digital; transição para uma economia de baixo carbono; e resiliência a baixos preços do petróleo com cinco pilares estratégicos, que estão listado a seguir: 

1. Maximização do retorno sobre capital empregado;

2. Redução do custo de capital;

3. Busca incessante por custos baixos e eficiência;

4. Meritocracia; 

5. Segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente.  

Com relação ao cronograma das novas plataformas, o diretor da Petrobras disse que os projetos em estágio mais avançado e com geração de valor no curto prazo não tem grandes mudanças. Já os projetos de médio e longo prazo estão em revisão. Confira a seguir a previsão do ano de entrada em operação.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Programa Pró-Brasil para a recuperação da economia é ressaltado por Hamilton Mourão

A live com vice-presidente da República contou com a participação média de 420 pessoas. O futuro da indústria, do emprego e a transformação digital da economia devido à Covid-19 foram alguns dos assuntos abordados

“A grande tarefa atual do governo é serenar os ânimos, superar essa pandemia harmonizando as três curvas: da doença, da queda do PIB e do desemprego”, afirmou Hamilton Mourão, vice-presidente da República, durante a webinar ‘Covid-19 - A Transformação da Economia’ realizada, no dia 01 de junho, pela ABIMAQ/SINDIMAQ. 

O encontro online contou ainda com a participação de João Marchesan, presidente do Conselho de Administração ABIMAQ/SINDIMAQ, e José Velloso, presidente executivo da associação, e Hernane Cauduro, coordenador do GT - Ação Política da entidade. 

Com relação ao day after (dia seguinte), Mourão disse que surgirão várias oportunidades, principalmente na indústria. “Eu acho que é a hora do Brasil se apresentar como um parceiro confiável que pode receber esses novos investimentos para as grandes potências, como Estados Unidos e a China, uma vez que nós temos capacidade de sobra não apenas em termos de pessoas capacitadas, mas também, de oportunidades para absorver a demanda”. 

Quando questionado sobre as dificuldades de acesso de crédito das empresas, o vice-presidente da República comentou que o assunto está sendo discutido intensamente no Ministério da Economia, mas que não pode ficar muito tempo em discussão porque interfere diretamente na retomada da economia. “Se não conseguimos preservar uma base mínima nesse atual momento a retomada será muito mais difícil e em condições muito piores”. 

Outro tema debatido com Mourão foi o programa Pró-Brasil. “O que o governo está olhando nesse momento é o Pró-Brasil, que é a busca da sinergia entre o setor público e o privado. O programa está sendo ‘consertado’ sob a orientação da Casa Civil com a participação de todos os ministérios e com a visão de estar pronto, ou seja, ter um planejamento exequível, obviamente, a partir do final de agosto ou início de setembro, é quando esperamos a retomada de uma atividade mais ou menos normal aqui o Brasil”. 

Para o vice-presidente da República, o Pró-Brasil tem uma visão de medidas para até 2030 pensando, principalmente, trazer os melhores projetos a fim de gerar emprego e aumentar a renda para a massa de brasileiros que está fora do mercado. “O olhar que está sendo colocado no governo é exatamente de unir os esforços e nesse sentido o nosso papel tem que ser mais como indutor do crescimento, facilitador do desenvolvimento, criador de um ambiente de negócios amigável e não um ambiente que seja hostil a quem quer investir e produzir no Brasil”. 

José Velloso afirmou que como todos sabemos, para o Brasil voltar a crescer a uma taxa de 4% ao ano, teria que ter investimentos da ordem de 25% do PIB ao ano, sendo que nos últimos anos investimos apenas 15%. Ele concluiu:

“Considerando a infraestrutura, seriam necessários investimentos de cerca de R$ 10 trilhões pelos próximos 20 anos para sua expansão. Hoje, aproximadamente, metade da população brasileira não possui serviço de esgoto sanitário e 40 milhões não tem água tratada com rede de abastecimento. Existem quase 40 mil obras paradas que precisam ser retomadas, sem isso, a economia não voltará a crescer”.