sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sonho da casa própria mais distante

Por Marco Aurélio Luz*

Nos últimos anos, em virtude da flexibilização das regras de financiamento imobiliário, muitos brasileiros conseguiram realizar o sonho da casa própria. Havia oferta de crédito e facilidades apresentadas pelos bancos. Dentre elas: possibilidade de financiar a propriedade em até 100%, dar uma entrada pequena, diminuição de taxas de juros e a liberação de crédito rápido. Agora, no entanto, com a recessão e o déficit governamental, a realidade do mercado imobiliário é bem diferente.

Hoje, quem pretende adquirir uma moradia, terá que dispor de mais dinheiro para dar uma entrada maior, arcar com o aumento dos juros nas parcelas do financiamento, não ter mais a vantagem de financiar o valor integral do bem e, ainda, enfrentar uma burocracia maior dos bancos para conseguir acesso ao crédito. Isso sem falar na possibilidade de perder o emprego a curto prazo!

A instabilidade econômica e política que o País enfrenta atrapalha e muito a pretensão dos brasileiros que pretendiam comprar sua moradia. Os casos de corrupção, como da Operação Lava Jato (que investiga o desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras), o ajuste fiscal prometido que não foi cumprido, a projeção de encolhimento da economia neste ano, a inflação elevada, o aumento das taxas de juros e de impostos são os principais motivos que têm provocado o encarecimento do crédito e desestimulado o consumo. Consequentemente, comprometendo o retorno do crescimento da economia brasileira, sabe Deus até quando!

Mesmo os consumidores, que já conseguiram comprar a casa própria, estão sentindo os efeitos da economia repleta de incertezas. O que está acontecendo é que as famílias estão com dificuldade para continuar com o pagamento das parcelas do financiamento. Desemprego, diminuição de renda e empréstimo bancário negado, porque a renda do mutuário já não é suficiente no momento do recebimento das chaves do apartamento (devido à valorização da propriedade, por conta do INCC) são algumas das situações que têm provocado o cancelamento do negócio, ou, em casos mais graves, até mesmo, a perda de imóvel. 

Para se ter uma ideia, das 2.142 queixas recebidas pela AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências no primeiro semestre de 2015, 30% delas foram relacionados à rescisão do contrato por causa de problemas financeiros. O momento do cancelamento da compra do imóvel, que poderia ser um alívio para o mutuário inadimplente, tem trazido muitas dores de cabeça. O que acontece é que a construtora quer reter um percentual, bem acima do máximo permitido de 10%, do valor já pago pelo dono do bem. 

Já quem não tem a opção de pedir o distratro do bem por já ter contratado financiamento bancário não tem tempo suficiente para tentar renegociar a dívida. Nos contratos feitos pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), após o atraso de três prestações, o dono do imóvel é notificado para realizar o pagamento. Já no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o aviso chega após 15 dias de atraso. Se não for realizada a quitação das parcelas, a propriedade será consolidada em nome do agente financeiro e o imóvel poderá ir a leilão extrajudicial, ou seja, sem passar pelo juiz natural. 

Enquanto isso, as construtoras têm o prazo de tolerância, injustificável, de seis meses para entrega das chaves. Esse mesmo direito que deveria ser conferido ao adquirente, de modo a ter o mesmo ‘prazo de carência’ para o cumprimento de suas obrigações quando enfrentar dificuldades financeiras. É uma questão de igualdade de direitos. Mas, lamentavelmente, a realidade é bem diferente. 

Infelizmente, nessas situações, o mutuário não tem a proteção necessária, das regras governamentais, até que se recupere financeiramente e consiga arcar com as prestações. Porém, há duas exceções de planos habitacionais que ainda dão auxílio ao dono da propriedade nos casos de emergência. Quem escolheu financiar pela COHAB - Companhia Metropolitana de Habitação e pelo programa “Minha Casa Minha Vida” (PMCMV), pode aderir ao Fundo Garantidor Habitacional (FGH). Mas não há o mesmo seguro nas demais modalidades.  

Para ter a cobertura do Fundo Garantidor é preciso ter renda entre três a dez salários para receber a cobertura de até 36 prestações. Durante o tempo do auxílio, é necessário o pagamento mínimo de 5% das prestações, ter quitado ao menos seis prestações do contrato, comprovar situação a cada três prestações requeridas e estar adimplente nos meses anteriores. 

Mas porque não incluir o benefício aos outros planos habitacionais? Esses compradores estão sendo afetados por imprevistos, alheios à sua vontade, e que estão comprometendo a sua renda. Que bom seria se eles pudessem ter acesso a essa proteção para evitar o aumento da dívida desproporcional que leva a rescisão contratual ou, o que é pior, a perda do bem em leilões. 

Portanto, fica nítido que, neste País, sempre sobra para o lado mais fraco, no caso o mutuário. Que após conquistar a primeira moradia vê seus planos ruírem, de uma hora para outra, devido a problemas financeiros e não tem nenhum auxílio de se recuperar financeiramente e continuar o pagamento das parcelas da moradia. 

Está mais do que na hora de nossos governantes acordarem e criarem mecanismos para que o sonho da casa própria não se afaste dos brasileiros. E, o mais importante: com o respaldo necessário para quando o adquirente enfrentar perda de renda.  

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*Marco Aurélio Luz é presidente da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências www.amspa.org.br. E-mail: linkamspa@linkportal.com.br



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Saiba os oito direitos ao desistir da compra do imóvel

No momento do cancelamento da compra da casa própria é preciso tomar alguns cuidados para não ter dor de cabeça. Para isso, a AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências preparou um guia com oito dicas úteis para ajudar os consumidores enfrentar esse difícil momento. 

Atraso na obra, aumento excessivo das prestações ou do saldo devedor, diminuição de renda, cobrança de taxas abusivas, financiamento negado pelo banco, problemas de saúde, desemprego, ou, até mesmo, arrependimento da compra são alguns dos motivos que têm provocado rescisão de contrato imobiliário. 

No entanto, muitos consumidores, que querem desfazer o negócio, enfrentam dificuldades para serem restituídos dos valores pagos pela aquisição da moradia. Para ajudar os mutuários nessa situação, a AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências preparou um guia com oito orientações para aqueles que pretendem pedir o distrato do bem. Confira a seguir:

1) Antes de parar de pagar as prestações do imóvel, notifique a credora de sua decisão. Se preciso, leve a  sua pretensão à Justiça. Lá você pode requerer autorização para a suspensão dos futuros pagamentos e se abster de ter o nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito. A AMSPA fará esta notificação gratuitamente; 

2) O pedido de rescisão do negócio deve ser feito até a entrega das chaves, momento no qual ainda não há financiamento bancário para o pagamento das parcelas finais. A exceção acontece quando o adquirente faz financiamento direto com a construtora;

3) No caso do imóvel usado, a rescisão poderá ser feita apenas se for constatado vício de construção (defeito) oculto. O prazo para tanto é de um ano, contados a partir da informação da irregularidade ao vendedor;

4) No momento da rescisão do contrato, a construtora só poderá fazer a retenção de no máximo 10% do valor pago como despesas administrativas. O desconto acima desse montante configura enriquecimento sem causa;

5) Se o distrato for por culpa exclusiva da construtora, seja por atraso na entrega ou defeito na obra, o proprietário deve pleitear a devolução de 100% do valor pago;

6) O cálculo do valor a ser restituído deve ser feito sobre a quantia paga até o momento do cancelamento do negócio. Além disso, o mutuário deve receber o dinheiro em parcela única com as devidas correções monetárias;

7) Vale frisar que o desistente deve ter o cuidado de não assinar nenhum acordo extrajudicial com a construtora, pois ao fazer isso, podem haver cláusulas no documento que o impeçam de recorrer ao Poder Judiciário. Consulte antes um atendente da AMSPA, gratuitamente, antes de assinar o documento; 

8) Mesmo inadimplente, o mutuário pode requerer a rescisão do contrato de compra e venda. No entanto, é importante ressaltar que ao desistir do negócio, o consumidor procure o auxílio da AMSPA para verificar se não existem outras irregularidades no contrato. 

Ficou com outras dúvidas sobre rescisão da compra do imóvel? Para mais informações, os interessados podem fazer o download, gratuitamente, da ‘Cartilha do Mutuário – Volume 5 Distrato/Rescisão de Contrato Imobiliário’ no site: www.amspa.org.br. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Desistiu da compra do imóvel? Cartilha orienta os seus direitos.

Segundo AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências, os casos de problemas no distrato na compra da casa própria aumentaram 15% em 2015. Por conta dessa amarga realidade, a entidade lança cartilha com intuito de ajudar o consumidor a não ter dor de cabeça ao cancelar o negócio. 

Segundo dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências, nas cidades de São Paulo, Santos, Campinas e São José dos Campos, de janeiro a agosto de 2015, foram 1.012 reclamações contra construtoras, devido à incorreção do valor devolvido após o cancelamento do contrato, sendo que 851 dos consumidores deram entrada com ações na Justiça. Já no ano passado, no mesmo período, as queixas atingiram 880 casos, dos quais 774 recorreram ao Poder Judiciário. O resultado mostra um aumento de 15% de descontentes e de 10% de ações na Justiça neste ano em comparação a 2014. 

Para ajudar os mutuários desistentes, a AMSPA está lançando a 5ª edição da ‘Cartilha do Mutuário – Volume Distrato/Rescisão de Contrato Imobiliário.’ O objetivo é esclarecer questionamentos sobre os direitos daqueles que estão prestes a pedir a rescisão do negócio. No formato ping-pong, ou seja, perguntas e respostas, o informativo contém 12 questões cruciais, que ajudam a orientar, de forma simples e prática, as principais dúvidas e os cuidados no momento do distrato na compra da casa própria.

O procedimento que o consumidor deve tomar ao desistir do negócio é um dos pontos colocados no informativo. “É importante o consumidor notificar a construtora de sua intenção de romper o contrato para que seu nome não seja incluso nos órgãos de proteção ao crédito. Além disso, o desistente pode pleitear uma liminar que permite o congelamento da dívida até que ocorra a decisão final da Justiça”, afirma Marco Aurélio Luz, presidente da entidade. 

O livreto ainda orienta sobre o percentual que a construtora pode reter no momento da rescisão do contrato. “O dono do imóvel tem o direito de receber de volta 90% do valor já pago e de uma só vez. Já, se o distrato ocorrer devido ao atraso na obra ou irregularidade no empreendimento, o proprietário deve receber 100% do valor com as devidas correções”, ressalta Luz.

O prazo para o pedido de rescisão é outro tema tratado na publicação. “O consumidor tem o direito de receber o dinheiro de volta, no caso de não ter a posse das chaves do apartamento, ou seja, até o momento em que ainda não contratou o empréstimo com o banco. A exceção é quando o mutuário faz financiamento direto com a construtora”, informa o presidente da AMSPA.

A cartilha também aborda os casos de rescisão da compra de imóvel usado. “É possível fazer o cancelamento só se for constatado vício de construção (defeito) oculto. O prazo para tanto é de um ano, contados a partir da informação da irregularidade ao vendedor”, acrescenta Marco Aurélio Luz. 


FICHA TÉCNICA

CARTILHA DO MUTUÁRIO 
5ª EDIÇÃO – DISTRATO/RESCISÃO DE CONTRATO IMOBILIÁRIO
Autor: AMSPA
Número de páginas: 08
Ano de publicação: 2015
Preço: gratuito

SERVIÇO:

Os interessados em conferir o conteúdo da ‘Cartilha do Mutuário – Volume Distrato/Rescisão de Contrato Imobiliário’ podem fazer o download, gratuitamente, do material em PDF no site: www.amspa.org.br

Para mais informações, basta entrar em contato pelos telefones 0800 77 79 230 (para mutuários fora de São Paulo), (11) 3292-9230 / 3242-4334 (sede Sé), (11) 2095-9090 (Tatuapé),  (11) 3019-1899 (Faria Lima), (19) 3236-0566 (Campinas) e(13) 3252-1665 (Santos).

terça-feira, 20 de outubro de 2015

ABIMAQ assina convênio com a Caixa para liberação de crédito

O acordo terá a duração de três anos e oferecerá linhas de financiamento para capital fixo e de giro

“O objetivo da Caixa é conversar com diversos setores para trabalhar com linhas de crédito que atendam melhor os interesses das empresas do segmento”. Com essas palavras a presidente da Caixa, Miriam Belchior, firmou convênio com a ABIMAQ para disponibilizar linhas de financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos, no dia 16 de setembro, na sede da entidade. 

Para Miriam, a liberação do crédito vai ajudar as empresas a equilibrarem o fluxo de caixa, especialmente neste fim de ano. “Vamos oferecer condições favoráveis para que as indústrias tenham capital de giro para reposição de estoque e consigam honrar o pagamento do 13º salário dos funcionários, entre outras despesas comuns neste período”.    

Para Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, a parceria com a Caixa vai ajudar as empresas que estão enfrentando aperto financeiro. “O convênio de três anos, que terá linhas de financiamento para capital fixo e de giro, será fundamental para dar um pouco mais de fôlego as nossas associadas, principalmente nesse momento de crise”.

A presidente da Caixa ressaltou que acredita na força da indústria de máquinas e equipamentos e se colocou à disposição para aperfeiçoar as linhas de crédito oferecidas.

FPMAQ

A criação desta linha especial foi articulada pelo presidente da Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMAQ), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que levou a demanda até o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. “Por ser um servidor de carreira da Caixa, o ministro nos ajudou a construir essa importante negociação, que acontece num momento delicado para a economia, onde muitas empresas têm dificuldades de conseguir crédito a um custo compatível com suas operações”.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Qualificação: Caminho apresentado pela Coca-Cola em reunião da CSMIAFRI


O que as associadas precisam para serem mais competitivas foi um dos pontos colocados

Com a proposta de levar aos presentes a visão de um Brand Owner (proprietário da marca) e mostrar os desafios em soluções tecnológicas na gestão da cadeia de suprimentos nas demandas dos consumidores e fornecedores parceiros, o diretor Técnico Regional Paulo Villas, e os gerentes de Projetos e Comercialização, respectivamente, Venceslau Vieira Nunes e Alfeu Follador Junior da Coca-Cola Brasil, estiveram no encontro realizado pela Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial (CSMIAFRI), em 19 de agosto, na sede da ABIMAQ. 

Na ocasião, eles expuseram os pilares e respectivas expectativas em relação aos fornecedores de equipamentos e de tecnologia. “Precisamos que nossos parceiros se engajem nesta jornada com a intenção de oferecer soluções que visem a sustentabilidade, como no uso consciente dos recursos naturais; flexibilidade para atender a demanda do cliente e o envolvimento maior na qualidade do produto e aspectos de segurança e não apenas na performance”. 

Outras câmaras

Segundo Judenor Marchioro, presidente da CSMIAFRI, a apresentação foi uma oportunidade das associadas entenderem os critérios que precisam melhorar para serem fornecedoras da Coca-Cola. “Foi colocado a necessidade das empresas terem máquinas eficientes e eficazes com o índice de 100% de performance e baixa manutenção e agilidade no pós- venda”. 

De acordo com Marchioro, infelizmente, a maioria das indústrias está fora dessa realidade. “Esse contato serviu para que os presentes entendessem que a qualificação é o caminho para estarem aptas a competir e ganhar espaço no mercado”.

Para ele, a intenção é de levar a apresentação, não apenas da Coca-Cola, mas de outras grandes companhias, nas demais câmaras setoriais da ABIMAQ com intuito de despertar as associadas quanto a nova realidade do mercado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Escassez de água é tema de audiência pública

Representando a ABIMAQ, o presidente do SINDESAM destacou o que é necessário para melhorar a gestão e redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água

Com o objetivo de apresentar sugestões para o uso racional e eficiente da água, Gilson Cassini, presidente do SINDESAM - Sistema Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental, participou de audiência pública, promovida pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, em 20 de agosto. 

Na ocasião, Cassini expôs que para ajudar no controle de perdas nos sistemas de abastecimento de água é essencial aproveitar a capacitação técnica e gerencial das empresas associadas à ABIMAQ nos programas de implantação das obras de saneamento básico e nos seus respectivos processos de planejamento e licitatórios.

O não funcionamento de leis e regulamentos existentes no setor também foi outro ponto colocado na apresentação. “Infelizmente, a rigor, nada da legislação sobre o tema funciona direito. Então, precisamos, dentro das estruturas que já temos, criar a ‘autoridade das águas’ para que possamos melhorar a gestão por bacias hidrográficas. Além disso, é essencial valorizar as propostas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) e implementá-las”, explica Gilson Cassini. 

Reúso

Cassini destacou ainda que uma das soluções para resolver o problema da falta da água é fazer o reúso dela, e tecnologia não falta no Brasil. “Existe tecnologia no mundo inteiro à disposição para isso. É uma questão cultural, de vontade política e de mudar a lei”. 

Apesar da estimativa do aumento do reúso do recurso hídrico no mundo de 4%, em 2009, para 33%, em 2015, o Brasil está longe dessa realidade. “Nós como um país com tantas riquezas e história de tecnologia não estamos realizando nada em comparação ao que já é feito lá fora. Essa oportunidade de discutir o assunto na audiência vai ser essencial para fazer a diferença daqui para frente”, afirma o presidente do SINDESAM. 

Agradecimento 

Após a apresentação de Gilson Cassini, o deputado João Paulo Papa (PSDB-SP) afirmou que as contribuições da entidade foram de grande valia e que todas elas serão analisadas.   

“As questões colocadas aqui são de relevância para esse trabalho, como por exemplo, o atraso do país no reúso da água e a falta de legislação que dê segurança a esse tema. Tudo isso será resultado do nosso relatório e das ações que, na sequência desse trabalho, iremos implementar na câmara e também nas indicações que pretendemos fazer no governo federal”. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CSMF tem nova diretoria


Fabio Barbanti Taiar, da Indústrias Romi S.A., estará a frente da CSMF pelos próximos dois anos

“Tenho a certeza que não é um término de uma gestão, mas uma continuidade de um trabalho”. Com essas palavras, Fabio Taiar assumiu a presidência da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF), no dia 07 de outubro, na sede da ABIMAQ. 

Para Taiar, o próximo biênio (2015-2017) vai ser bastante desafiador: “Tenho a plena convicção de que o apoio da entidade e a experiência da diretoria eleita serão indispensáveis para sairmos da crise ainda mais fortalecidos”. 

Segundo Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, particularmente, o setor de máquinas-ferramenta é o primeiro a sentir os reflexos da desaceleração da economia: “O importante agora é nós somarmos forças para sobreviver nesse momento difícil. Mas, por outro lado, nessas situações, a união de todos é essencial para encontrarmos maneiras de ajudar o associado a passar por essa fase atual, pois são nessas horas que podemos fazer a diferença”.

Fabio Barbanti Taiar contará com os vice-presidentes Alfredo Griesinger, Alfredo Ferrari, Andreas Meister, Antonio Juste, Celso Carneiro, Leopoldo Schenk, Luciano Monteiro, Marcelo Schlachter, Marco Yashiro, Newton Masutti e Roberto de Mello. 

Balanço 

Na oportunidade, Alfredo Ferrari, da Brunitec Ltda., presidente anterior da CSMF, destacou os trabalhos feitos. “Sem dúvida, foi um período muito difícil, porém muitas coisas boas aconteceram. Uma delas foi o trabalho junto ao BNDES no qual conquistamos o aumento da participação do financiamento do PSI/FINAME. A outra foi o estande temático ‘Manufatura Inteligente pela Produtividade’, durante a Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura”.

sábado, 3 de outubro de 2015

Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial discute desafios para 2016


Promovido pela CSMIA, com apoio da CSEI, o 15º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial debateu temas como perspectivas para o setor agrícola, macroeconomia, financiamento, gestão de vendas, inovação e tecnologia

Desoneração total dos investimentos, incentivo às exportações, financiamentos competitivos, apoio à inovação e desenvolvimento tecnológico. As principais bandeiras da ABIMAQ foram ressaltadas por Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da associação na abertura do 15º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial 2016, que teve como tema “Desafios para o Planejamento de 2016”. Realizado pela CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas), com apoio da CSEI (Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação), no dia 02 de outubro, na sede da ABIMAQ, o evento promoveu a apresentação de palestras de diversos especialistas e debates, para um público de mais de 150 executivos da indústria de máquinas e implementos agrícolas.

Na abertura do seminário, Pastoriza reforçou a necessidade de “arrumar a casa”, aumentar o market share em relação aos importados no mercado interno e aumentar as exportações.  “Sabemos que Brasília este ano não vai poder ajudar. Estamos lutando para administrar os retrocessos, que sabíamos que haveriam. Temos que fazer nosso dever de casa e estamos fazendo. Se não tivéssemos atuado, a situação estaria ainda pior. A ABIMAQ está fazendo tudo para melhorar a produtividade do portão das fábricas para dentro.  O que é possível, estamos fazendo, mas ainda não é suficiente. Estamos no nosso limite e abertos a sugestões e críticas”, afirmou Pastoriza, destacando os principais temas trabalhados pela associação em 2015 em prol do setor: NR-12 – adequações na legislação, Bloco K – alterações na legislação, Reintegra, desoneração da folha, PSI-Finame, Regimes Especiais, Proex, Modermaq, reversão da crise no setor de O&G, ex-tarifários, reforma do PIS-Cofins e reforma tributária.

Educação e tecnologia

Marcio Santos, presidente da CSEI, também destacou a necessidade de investir no “dever de casa” e a importância da educação como a principal necessidade no processo de planejamento. “A crise é ruim, sim, mas temos que fazer o que tem que ser feito. Dentro da nossa câmara, por exemplo, estamos tendo que acordar mais cedo e ir embora mais tarde. O que podemos fazer para melhorar a técnica? Como empresários e executivos, nosso papel é educar. A produtividade vai ser a junção da tecnologia com a capacidade de pilotar as máquinas. Se o juro é alto, concordo, eu não consigo brigar com o juro. Eu consigo melhorar a produtividade. Quando nos abordam e falam ‘ah, mas vocês estão bem’, digo que não, não estamos, porque não existe uma coisa que seja boa para somente um. Não faz sentido se não for bom para todos”, afirmou.

A educação também foi apontada como solução para o setor por João Pinto Rabelo Júnior, secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, que declarou: “Educação é o grande caminho. O convite que fazemos a todos vocês é que possam investir nos seus clientes, para que eles possam usufruir das máquinas tão bem desenhadas por vocês, da melhor maneira possível. Participem deste esforço da educação não só dos seus colaboradores, mas também dos seus clientes. Há um grande espaço no campo que depende da transferência de tecnologia e educação". 

Meio ambiente e inovação

Segundo Evaristo Eduardo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, o agricultor se comporta como qualquer investidor: “Cada um faz seus raciocínios. Mas temos que dar a ele elementos para decidir o que é melhor e os recursos para se adaptar às alterações climáticas. A agricultura está totalmente de acordo em salvar o planeta daqui a 50 anos, mas o pequeno agricultor quer saber antes como salvar a lavoura deste ano. O que é gerir bem a irrigação, por exemplo? Não deixar acontecer o que está acontecendo, não deixar ter déficit e não ter excesso de água. Hoje há tecnologia para isso”. 

Segundo ele, a inovação está acontecendo no campo, e há pessoas desenvolvendo máquinas e gerando oportunidade para a inovação no setor, com objetivos de cortar custos, reduzir tempo e melhorar a qualidade da produção. “Há um grande espaço para o desenvolvimento de máquinas para a pequena produção, sobretudo na aquicultura”, alertou Miranda. 

Mais Alimentos

Lucas Ramalho, diretor do programa Mais Alimentos, representando o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, apresentou dados demonstrando resultados da aposta na agricultura familiar. Segundo ele, o Mais Alimentos, programa de incentivo para a produção e compra de máquinas apropriadas a pequenas propriedades rurais, financiou aproximadamente 30% dos 64 mil tratores produzidos no Brasil no ano passado. O diretor destacou também o Programa Mais Alimentos Internacional, que exporta máquinas e implementos de ponta para a produção de alimentos em outros países, oferecendo condições especiais. 

De acordo com Ramalho, mesmo em um cenário econômico restritivo, o crédito para a agricultura familiar teve um aumento de 20%, chegando a R$ 28,9 bilhões, e as taxas se mantém abaixo da inflação. “O Brasil sabe que esse clima de incerteza não é bom. O desafio é fazer uma grande aliança pelo Brasil, para voltar à normalidade política e econômica”, reforçou, acrescentando que a tendência é que o governo continue investindo no setor, área estratégica para o desenvolvimento nacional. 

“A ABIMAQ traz bons debates para travarmos como agenda pública. Grandes agendas que temos que discutir para o Brasil. Vocês podem contar com o MDA para buscarmos um Brasil mais justo, mais democrático, com mais emprego e mais renda para nossa população”, ressaltou Ramalho.

Macroeconomia 

Segundo Octávio Manoel Rodrigues de Barros, economista-chefe do Bradesco, o Brasil precisa aperfeiçoar suas quatro agendas para tentar mudar a história da economia: “Agenda da governança orçamentária” (foco na qualidade dos gastos públicos); “agenda do aumento da potência da política monetária” (redução do dualismo do crédito e menor indexação com objetivo do recuo da inflação); “agenda da produtividade” (doing business, tributária, trabalhista, educação e abertura) e “agenda da infraestrutura” (foco no mercado de capitais e BNDES e garantias de segurança jurídica)

Para Barros, este ano será de ajustes e em 2016 será o momento de definir o rumo do Brasil. “O próximo ano será histórico porque marcará se queremos virar um país de renda alta no futuro distante ou permanecer na armadilha da renda média”.

Na ocasião, o economista apresentou pesquisa feita pelo Bradesco, com 905 empresas, sobre a idade das máquinas e equipamentos dos diferentes setores industriais. No levantamento foi mostrado que no setor de bens de capital a idade média do parque fabril é de 9,6 anos. Para os empresários entrevistados, o maquinário mais novo tem 2,4 anos e o mais antigo tem 21,3 anos.   

Planejamento

Na oportunidade, Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA, expôs o que as empresas precisam fazer para melhorar o planejamento orçamentário de vendas: “É importante conhecer as variáveis, como o market share, os fatores econômicos e sociais que impactam diretamente no negócio”.

Bastos também ressaltou a necessidade de elaborar modelos matemáticos de previsão de vendas, revisar o plano mensalmente e inserir programas internos para ter velocidade de adaptação às mudanças. “As reuniões da CSMIA e os dados estatísticos do setor são fundamentais para fazer ‘check’ da direção geral da previsão de vendas”. 

Colaboradores organizados com objetivos bem definidos, ações de marketing mais eficientes, otimização de recursos, diminuição da ocorrência de estoque excessivo e minimizar a perda de vendas por falta de produtos são alguns dos benefícios, apontados por Bastos, das empresas que realizam uma boa previsão de vendas.   

Mercado agrícola 

Para André Pessoa, sócio-diretor do Grupo Agroconsult, o drama do setor agrícola é a questão do crédito. “Nós temos um gigante desafio do ponto de vista de como gerar e onde encontrar crédito. Para sair dessa situação vamos ter que reinventar a forma de financiar e isso passa em dar mais espaço aos bancos privados”.

De acordo com Pessoa, a sugestão é entrar no mercado de capitais. “Infelizmente, não estamos preparados para a transição do tamanho que o banco público ocupou nos últimos anos. No entanto, quanto mais cedo entendermos que essa mudança virá, mais curta e eficiente fica a alteração”.