Para José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, Idarilho Nascimento, presidente do Conselho de Óleo e Gás da ABIMAQ, e Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da ABIMAQ, o debate com Roberto Ardenghy mostrou boas perspectivas de aproximação da Petrobras com o seu mercado fornecedor nacional
“Nós temos o compromisso pelo diálogo e a transparência. Nossas decisões são tomadas com base em uma lógica empresarial. A Petrobras se sente muito confortável para poder participar e discutir com vocês qual é hoje a nossa orientação e tendência e como é que podemos trabalhar juntos para o bem do Brasil e para o progresso da indústria nacional”. Assim Roberto Ardenghy, diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, abriu a webinar ‘Covid-19 – A Transformação da Economia’, realizada no dia 9 de junho, que contou com a participação média de 100 pessoas.
Idarilho Nascimento, José Velloso e Alberto Machado ressaltaram a importância de um trabalho conjunto das empresas associadas ABIMAQ/SINDIMAQ com a Petrobras para desenvolver a indústria nacional de bens e serviços para o setor de óleo e gás e, ao mesmo tempo, aumentar os clientes da estatal, pois o parque industrial é um importante consumidor de derivados do petróleo e do gás natural. “É muito importante que consigamos montar um plano que permita que os fabricantes de máquinas e equipamentos aqui instalados tenham um relacionamento direto com o demandante para entender quais são os avanços tecnológicos e as suas necessidades de demanda no sentido de o Brasil possa sair na frente pós- retomada e atender os anseios da sociedade”, defendeu Alberto Machado.
“Nós estamos num momento de mudança de mercado com a entrada de players importantes e a Petrobras vê a parceria com bons olhos. Cada vez mais participando de projetos de óleo e gás com parceiros nacionais ou internacionais e isso é muito bom para nós, pois aprendemos muito. Estamos à disposição para qualquer diálogo”, afirmou Ardenghy sobre aproximação com ABIMAQ/SINDIMAQ.
INVESTIMENTOS
Quando perguntado sobre a previsibilidade para a indústria nacional de óleo e gás, Ardenghy disse que a Petrobras está trabalhando de duas maneiras. “Nós estamos fazendo uma mudança muito importante no canal fornecedor no sentido de antecipar, na medida do possível, especificações de projetos a serem lançados. Outra área que estamos focando é a de pesquisa e desenvolvimento, mais especificamente o CENPES, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, que vai passar por uma reformulação a fim de avançar nos projetos de tecnologia ligados diretamente ao negócio, ou seja, dar ao Cenpes uma visão mais objetiva e clara de gestão do negócio e quais inovações a estatal precisa para seu progresso”.
O diretor da Petrobras propôs um trabalho conjunto entre a ABIMAQ e o Cenpes, pois acredita que “a capacidade de transformar tecnologia em inovação se faz por meio do estimulo econômico e trazendo o empresariado para dentro da nossa área de pesquisa”.
Com relação ao incremento do número de refinarias e novas plantas na região Sudeste, Ardenghy disse que hoje o objetivo estratégico da Petrobras é manter o parque de refino perto da estrutura produtiva a fim de juntar sinergias e desenvolvê-lo.
Outro questionamento feito para Ardenghy foi como está o projeto do complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “Aquele projeto gigantesco de polo petroquímico não rola na situação atual do preço de petróleo e das condições de mercado. Hoje estamos trabalhando para o Comperj ser uma grande unidade de processamento de gás natural com a implantação do Projeto Integrado Rota 3, que abrange o gasoduto Rota 3, a unidade de processamento de gás natural (UPGN) e o conjunto de utilidades necessárias para sua operação com a pretensão de escoamento de 21 milhões de metros cúbicos por dia de gás do pré-sal”.
Sobre o projeto Sergipe Águas Profundas – Módulo 1 (SEAP 1), ele disse que já foi feito um Teste de Longa Duração (TLD) de Farfan, que tem por finalidade avaliar o comportamento do reservatório em produção e as características do seu petróleo. “Se a avaliação for positiva vai ser um reservatório com a perspectiva muito boa de desenvolvimento de uma terceira bacia, além das de Campos e Santos”.
Outro assunto levantado foi sobre a exploração e produção do volume excedente ao Contrato de Cessão Onerosa dos campos de Búzios e de Itapu. “Depois de ninguém oferecer propostas para os campos, o governo e o Ministério da Justiça junto com a ANP estão avaliando de que maneira poderá voltar ao mercado com esse projeto. Se tudo der certo o leilão deve acontecer em meados do ano que vem”.
PLANO ESTRATÉGICO PETROBRAS
Ardenghy expôs ainda que o foco da nova Petrobras será na maior geração de valor para os acionistas, incluindo: segurança como prioridade; redução da dívida e disciplina de capital; gestão ativa de portfólio; transformação digital; transição para uma economia de baixo carbono; e resiliência a baixos preços do petróleo com cinco pilares estratégicos, que estão listado a seguir:
1. Maximização do retorno sobre capital empregado;
2. Redução do custo de capital;
3. Busca incessante por custos baixos e eficiência;
4. Meritocracia;
5. Segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente.
Com relação ao cronograma das novas plataformas, o diretor da Petrobras disse que os projetos em estágio mais avançado e com geração de valor no curto prazo não tem grandes mudanças. Já os projetos de médio e longo prazo estão em revisão. Confira a seguir a previsão do ano de entrada em operação.
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