Luiz Moan, presidente da entidade, destacou o que é preciso fazer para tornar o setor mais competitivo nos próximos anos
Com a proposta de apresentar os desafios do setor automotivo e analisar o cenário atual, Luiz Moan, presidente da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foi o convidado da reunião do Conselho Automotivo, em 27 de março, na sede da ABIMAQ.
Para Moan, o primeiro trimestre foi difícil para a indústria porque as medidas anunciadas pelo governo não foram realizadas. “O setor pode melhorar um pouco, desde que o ajuste fiscal saia o quanto antes”, afirmou.
Perdas
A perda de competitividade foi um dos pontos destacados por Moan: “Todos nós perdemos na concorrência com o mercado externo, inclusive as montadoras, por diversas razões, entre elas o Custo Brasil e o efeito do câmbio. Se não conseguirmos desenvolver uma indústria mais forte no Brasil, corre-se o perigo de não valer mais a pena montar automóvel no país”.
O Inovar-Auto foi uma das soluções apontadas pelo presidente da ANFAVEA para atenuar a crise do setor: “O programa é uma continuidade de uma política industrial que foi interrompida quatro anos antes e que traz benefícios. Um exemplo citado foi o market share de veículos importados que caiu a 28%. Se não houvesse o Inovar-Auto, esse número seria de 40 a 45%, ou seja, 1 milhão de veículos a mais importados. Além disso, trouxe montadoras fabricantes de veículos Premium para o país, com a obrigação de nacionalização prevista em quatro a cinco anos”.
Moan falou sobre o projeto levado ao governo e batizado como Tríplice Fronteira: “O objetivo do programa é fortalecer a base fornecedora de autopeças com a produção de componentes em região fronteiriça que engloba o sul do Brasil, nordeste do Paraguai e norte da Argentina. Além disso, é a oportunidade de tornar mais competitiva a cadeia produtiva de uma localidade que enfrenta dificuldades econômicas e políticas”.
Ferramentaria
Na ocasião, Henry Goffaux, coordenador do Conselho Automotivo, questionou Moan se teria como criar um programa para ajudar os fornecedores da cadeia que passam por dificuldades financeiras, devido à situação econômica do país. “A área de ferramentaria, por exemplo, está com déficit de capacidade. Hoje, tem 6 milhões de horas por ano, mas precisariam de 21 milhões.”
Segundo Luiz Moan, dentro do Inovar-Peças foi criado o Inovar-Ferramentaria, para que as empresas tivessem apoio do BNDES. ”Além disso – explicou - foi proposta a criação de um centro de inteligência de ferramentaria, com concentração de software, que permitiria a leitura das necessidades das diversas montadoras. No entanto, ambos os projetos estão parados”.
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