terça-feira, 22 de setembro de 2015

Financiamento direto com a construtora aumenta risco de inadimplência

Para contornar a queda nas vendas de imóveis, as construtoras estão oferecendo crédito imobiliário. No entanto, a AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências alerta o consumidor para a precaução quanto à escolha dessa modalidade de financiamento, pois as prestações são crescentes e com isso a chance de ficar inadimplente cresce. 

As restrições para a contratação de financiamento imobiliário com os bancos estão contribuindo para o desaquecimento das vendas. Segundo dados do Secovi/SP, de janeiro a maio deste ano, as  transações de imóveis residenciais recuaram 11,4%. Já a média de unidades não comercializadas é de 28 mil. Diante desse cenário, muitas construtoras passaram a oferecer crédito como forma de sobreviverem no mercado.

Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA, financiar direto com a construtora é uma boa escolha para aqueles que querem quitar as parcelas em pouco tempo. “O ideal é o consumidor pagar as prestações no máximo em cinco anos, pois a cobrança dos juros, de 12% ao ano mais o IGPM – Índice Geral de Preços Mercado e a utilização da Tabela Price, que é o sistema de amortização que faz com que a dívida cresça em escala geométrica, levam ao aumento considerável do valor do bem e, consequentemente, o risco de inadimplência aumenta.” 

Apesar da vantagem de dar uma entrada menor do que no empréstimo com banco e menor rigidez para conseguir a concessão do financiamento, quem opta financiar direto com a construtora deve ficar atento. “O consumidor não deve se deixar levar pelas facilidades oferecidas pela construtora. “Algumas incorporadoras chegam a oferecer o pagamento do empréstimo em até 120 meses, mas isso é muito perigoso, pois os juros cobrados nas prestações são altos. Aqueles, que caem nessa armadilha, correm o risco de sua renda não acompanhar, esses aumentos contínuos, e podem ficar inadimplentes ou até mesmo ter de rescindir o contrato”, completa Luz. 

Marco Aurélio alerta, ao futuro mutuário, que antes de fechar o negócio avalie se terá renda suficiente para conseguir arcar com os aumentos sucessíveis do valor das parcelas. “Nessa etapa é importante pedir simulação do financiamento e buscar um auxílio de um advogado especializado na área imobiliária para certificar-se de todos os detalhes. A equipe de profissionais da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências  pode ajudar nesse momento.”

O presidente da AMSPA ressalta que a escolha é válida para famílias que têm estabilidade de emprego, um bom fundo de reserva ou outros rendimentos para que consiga abater a dívida o quanto antes. “É aconselhável que o mutuário quite em torno de 30% o valor do imóvel na entrega das chaves. Se puder pagar tudo é melhor ainda.”

Outro cuidado que o consumidor deve ter ao tomar empréstimo com a construtora, é que no caso de perda de renda, não poderá recorrer ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitar as parcelas em atraso. Além disso, o adquirente fica impedido de usar o Fundo para dar o sinal na compra do bem. “O FGTS, nessa situação, só pode ser usado para quitar o valor da propriedade”, diz Marco Aurélio Luz. 

Portanto, segundo especialista, fica evidente que financiar direto com a construtora é perigoso. “Hoje com  uma economia instável, devido ao aumento de juros, inflação elevada e risco de desemprego é desaconselhável aderir a essa modalidade de empréstimo, pois o consumidor pode ter o comprometimento da renda, de uma outra para outra, e vê o sonho da casa própria ruir por terra depois de tanto sacrifício”

SERVIÇO

Os mutuários que querem mais esclarecimentos podem recorrer à AMSPA. Os interessados podem entrar em contato pelos telefones 0800 77 79 230 (para mutuários fora de São Paulo), (11) 3292-9230 / 3242-4334 (sede Sé), (11) 2095-9090 (Tatuapé), (11) 3019-1899 (Faria Lima), (19) 3236-0566 (Campinas) e (13) 3252-1665 (Santos).

Endereços e mais informações no site: www.amspa.org.br.

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