quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Seminário debate o impacto das normas técnicas no mercado brasileiro e externo


Evento, promovido pelo Comitê de Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais (ABNT/ CB-203) e ABIMAQ em conjunto com diretoria de Tecnologia da entidade, evidenciou a influência dos requisitos técnicos na comercialização dos produtos no Brasil e no exterior, além de reforçar a necessidade de aumentar a participação brasileira nas discussões das normas

“Observamos que as normas têm um impacto tão relevante nas questões de apoio à exportação, nos incentivos fiscais e tributários”, afirmou Maria Cristina Werle Reguly, gestora do Comitê de Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais (ABNT/ CB-203), durante sua apresentação no seminário ‘O Impacto das Normas Técnicas na Comercialização de Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais’, no dia 07 de novembro, na ABIMAQ, em São Paulo.

Além de expor o trabalho da ABNT/ CB-203, Maria ressaltou a importância do entendimento da norma para que a venda não seja impendida por não atender as exigências regulatórias no comércio exterior. “Ou nos apropriamos do assunto ou perderemos mercado para outras empresas. Uma das possibilidades para ganhar espaço é conhecer as normas técnicas internacionais que se aplicam ao seu portfólio e, com base nessas, projetar e fabricar os produtos”.

Leoni de Souza Leite, chefe de secretaria do ABNT/CB – 203, apresentou a estrutura e a forma de trabalho. Além disso, relatou que desde a fundação do ABNT/CB – 203, em 2013, foram adotadas no Brasil, pelo setor de máquinas e implementos agrícolas, 131 normas ABNT NBR ISO.

Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), comentou que tem ótimas expectativas do cenário agrícola e mencionou que as vendas, em 2018, devem atingir R$ 16,3 bilhões e as exportações US$ 912 milhões. Pedro também abordou as inovações nas máquinas agrícolas e a crescente inserção de tecnologia embarcada (Agro 4.0), como computadores de bordo e sistema de sensoriamento.

Paulo Curti, da Jacto, e Alessandro Silva, da CNHi, falaram da participação do País na normalização internacional de pulverizadores portáteis e de máquinas agrícolas autopropulsadas, respectivamente.

Curti informou que a ABNT apresentou 75 propostas de alteração de normas para pulverizadores, como limites de absorção de produtos químicos nas tiras de sustenção; e peso máximo permitido com motor a combustão. “Participação como essa ajuda elevar o Brasil à categoria de país atuante em normas no exterior e garante que as condições de uso de equipamentos brasileiros e em países de clima tropical sejam consideradas”.

Já Silva compartilhou da mesma opinião do representante da Jacto e acrescentou que a contribuição de todos com sugestões para alteração da norma da ISO - International Organization for Standardization vai facilitar “o projeto de máquinas globais e multiplicar as tecnologias em todas as regiões”, entre outros benefícios. Destacou também a importância das normas técnicas como referência para a elaboração de regulamentos brasileiros.

Antonio Carlos Avancini, Auditor Fiscal do Trabalho, abordou ‘Inspeção e Acidentes com Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais no campo’ e expôs que é importante um trabalho sério e bem feito no sentido de cuidar da saúde do trabalhador para evitar acidentes, como do eixo cardã, que é o mais comum. “É importante que as instituições, não só o governo, debatam itens específicos para oferecer mais segurança aos agricultores”. As normas técnicas definem, entre outros, as boas práticas relacionadas com segurança do usuário.

Thomas Ulbrich, da VDMA no Brasil (Associação Alemã de Máquinas e Equipamentos), fez apresentação sobre Certificação na Comunidade Europeia (Marcação CE). “O Brasil precisa olhar o que está acontecendo no mundo com relação as normas técnicas, buscar aproximação com associações de outros países para conhecer o trabalho deles sobre o assunto, além disso, as empresas precisam dar mais valor ao tema designando profissionais preocupados em atender aos requisitos técnicos de segurança das máquinas”. 

Mari Tomita Katayama e Djair Vitoruzzo, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ministraram palestra ‘Diretrizes para conseguir a Marcação CE e Certificação RoHS’.

O Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (PROGEX) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) foram citados por Mari. Nessa oportunidade foram mostrados programas para ajudar as empresas brasileiras na adaptação dos produtos às exigências da normas técnicas e certificações internacionais.

Vitoruzzo explicou que RoHS prescreve critérios e requisitos legais sobre a restrição de substâncias perigosas na qualificação de produtos na União Europeia. “A diretiva adotada tem o objetivo de reduzir as substâncias potencialmente perigosas contidas nos equipamentos elétricos e eletrônicos, reduzindo também os riscos para a saúde, o ambiente e garantir a reutilização segura, reciclagem ou recuperação dos refugos”.

Considerando que as máquinas agrícolas estão com cada vez mais eletrônica embarcada, a atenção para o RoHS é fundamental.

Reinaldo Wacha, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia  (Inmetro), citou site da entidade (www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas) com o intuito de apoiar as pequenas e médias empresas brasileiras na superação dos obstáculos técnicos nas exportações por meio de informação. “Todos os serviços são online, gratuitos e customizados para o exportador”.

“O seminário foi excelente, com palestras de alto nível ministradas por excelentes profissionais. Foi possível constatar a grande influência que o atendimento de normas técnicas exerce no comércio brasileiro e internacional de Tratores, Máquinas Agrícolas e Florestais. Além disso, foi novamente ressaltada a importância da participação brasileira nas discussões normativas internacionais. O objetivo de promover a difusão do conhecimento e compartilhar experiências foi plenamente alcançado”, concluiu Maria Cristina Werle Reguly.

HOMENAGEM

Durante o evento, Ila Maria Corrêa foi homenageada com uma placa entregue por Maria Cristina Werle Reguly e Leoni de Souza Leite pela dedicação e empenho nas tarefas realizadas na Comissão de Estudos de Tratores Agrícolas e Ensaios Comuns por 36 anos. “Gratificante eu saber que meu trabalho foi percebido e reconhecido por todos. Saio com a certeza de que a atividade de normalização será conduzida por pessoas muito comprometidas”.

SAIBA MAIS

Para mais informações das apresentações solicitar pelo e-mail: cb-203@abnt.org.br

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