sexta-feira, 14 de junho de 2019

ABIMAQ apresenta sugestões para combater o spread bancário na Câmara do Deputados


Na audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação, representante da entidade apresentou sugestões para resolver o problema das elevadas taxas de juros no Brasil

“Para que a economia possa voltar a crescer, sem gerar pressões inflacionárias, seria necessário a elevação das taxas de investimento para cerca de 25%, mas a que temos hoje é apenas de 15,8%, ressaltou Maria Cristina Zanella, gerente do Departamento de Economia, Estatística e Competitividade da ABIMAQ, durante audiência pública, realizada na Câmara dos Deputados, no dia 14 de maio, em Brasília. 

Para Maria Cristina, o crescimento econômico vem sendo inibido pela manutenção de condições desfavoráveis a um ambiente de investimento na atividade produtiva. “Mesmo com as quedas recentes na taxa básica, ainda convivemos com uma das mais elevadas taxas de juros do mundo fazendo com que o retorno médio do capital investido nas companhias continue abaixo do custo médio do capital, isso acaba tirando a atratividade de investimento na atividade produtiva nacional”.

Ao falar sobre os impactos das elevadas taxas de juros no processo produtivo a representante da ABIMAQ destacou que o custo financeiro acumulado ao longo da cadeia produtiva de máquinas e equipamentos, em razão das elevadas taxas de juros para financiamento do capital de giro, torna o preço final dos produtos nacionais cerca de 10 pontos percentuais acima dos preços praticados em países com taxas de juros menores, como é o caso da Alemanha ou até mesmo dos Estados Unidos.

SUGESTÕES

A economista esclarece que parte importante da composição do IPCA, aquela representada pelos preços monitorados, é menos sensível às condições de oferta e demanda por ser estabelecida por contratos indexados à inflação passada, portanto, não responde por completo às oscilações da Selic tornando-a mais elevada do que a necessária para a convergência da inflação para a meta estabelecida. “Sugerimos repensar a participação dos preços administrados por meio da revisão de contratos e desindexação dos preços monitorados aos IGPs (Índices Gerais de Preços), isto permitiria a adoção de taxas básicas menores”.

Além disso, segundo Maria Cristina, parte crescente da dívida mobiliária é atrelada a títulos públicos pós-fixados (LFTs), outro componente que tende a tornar a resposta da política monetária mais fraca ou até distorcida. “Nesta situação, é importante reduzir gradativamente a dependência de títulos públicos atrelados à Selic”.

Resolvendo o problema das ainda elevadas taxas de juros básicos, uma parte da questão relacionada aos juros de mercado estaria então solucionada, o foco deveria então ser mantido na questão dos elevados spreads agregados pelas empresas financeiras às taxas de captação na concessão de crédito ao mercado. Neste sentindo “é aconselhável continuar as ações visando inibir a alta concentração bancária e focar também em redução da cunha fiscal do setor bancário”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário