quarta-feira, 24 de junho de 2020

ABIMAQ continua em busca de soluções para as dificuldades de acesso ao crédito das empresas


A Presidência e a diretoria da entidade estiveram reunidas, no mês de maio, com representantes dos bancos do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal 

“O Brasil precisa de uma linha de financiamento de longo prazo para investimentos e capital de giro que não esteja efetivamente sob a vontade dos bancos privados em operar, pois atualmente nossas empresas associadas estão nos apontando grandes dificuldades em acessar o crédito”. 

Essa afirmação de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, foi exposta em reuniões com Walter Malieni, vice-presidente do Banco do Brasil, e o corpo técnico da instituição, aos membros do BNDES composto por Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Cédito Indireto, Marcelo Porteiro, superintendente da Área de Operações e Canais Digitais e sua equipe. Além disso, a entidade se reuniu com o Vice-Presidente de Atacado Samuel Crespi e com o Superintendente de Varejo Thiago Gomes do Nascimento, ambos da Caixa Econômica Federal. 

Pela ABIMAQ participaram Giselle Rezende, gerente de financiamentos da ABIMAQ, Hiroyuki Sato, diretor executivo de Assuntos Tributários, Relações Trabalhistas, Ação Política e Financiamentos, Cristina Zanella, gerente de Economia, Estatística e Competitividade, Patrícia Gomes, diretora de Mercado Externo, João Alfredo, diretor de Tecnologia, Camilla Toledo, gerente Jurídico Trabalhista, e Rafael Bellini, chefe de Gabinete da Presidência. 

BNDES 

Na reunião com corpo técnico do BNDES foi mencionado que a linha de capital de giro emergencial não está rodando, a falta de linhas de financiamentos compatíveis com os investimentos das empresas, além da questão de acesso ao Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) e a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para a indústria de máquinas e equipamentos. 

Bruno Laskowsky disse o que foi relatado pela ABIMAQ vai ajudar muito nas discussões internas do BNDES. “Há muitas coisas a serem estudadas e analisadas por nós com o intuito de ampliar os horizontes, principalmente levando em consideração os pilares que foram identificados pela ABIMAQ para facilitar o acesso ao crédito”. 

Quanto ao FIDC, ele colocou que o produto é bom por poder servir para boa parte de ecossistemas considerados importantes, mas depende da evolução de um estudo possa levar a criação de um FDIC para máquinas e equipamentos englobando diversos aspectos de estruturação. 

BANCO DO BRASIL 

Na reunião com representantes do Banco do Brasil foi reafirmado todos os obstáculos das empresas de máquinas e equipamentos de obter crédito, o aumento da operacionalização Fundo Garantidor de Investimento (FGI); o repasse das linhas do BNDES, os entraves quanto à taxa flat nas operações agrícolas e linha BB para financiamento PJ.

Com relação ao FGI, Walter Malieni disse que a proposta do Banco do Brasil é que o recurso não gasto na Fopag (linha emergencial para folha de pagamento) fosse para capitalização do fundo de forma a dar liberdade para realizar também operações com as pequenas e médias empresas. “Nós estamos aguardando a saída das devidas regulamentações e provavelmente adotaremos para o FGI o que foi feito com a Linha Fopag. A nossa estratégia será de conversar com os clientes para identificação de interesse no fundo. Sugeriu que após a saída da regulamentação uma reunião para montar uma discussão mais tangível". 

Sobre a solicitação da redução da taxa flat cobrada nos programas agropecuários, Malieni explicou ainda que por muitas vezes as empresas só querem apenas usufruir da Esteira BB Agro e para estas, o banco realmente tem cobrado a taxa flat de forma mais elevada devido ao fato do não cumprimento de alguns critérios e reciprocidades por parte da empresa.

Quando questionado sobre a operacionalização e desembolso da linha BB para financiamento PJ para a comercialização de máquinas e equipamentos, Camilo Buzzi disse que praticamente é uma linha que faz comparação com o Finame do BNDES, a qual possuía taxas um pouco mais caras, e sendo assim, o banco optou por criar a própria linha para esta finalidade de máquinas e equipamentos com 60 meses para pagamento, taxa prefixada e dependendo então das condições da operação e do rating do cliente”. Os representantes do Banco do Brasil ficaram de encaminhar para a ABIMAQ a evolução da Linha BB Financiamento PJ.

CAIXA

Na videoconferência com representantes da Caixa Econômica Federal o principal tema tratado foi sobre as linhas de financiamento emergenciais. 

Na audiência, o presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso, relatou que o maior problema do Brasil, não considerando o cenário atual enfrentado, diz respeito a falta de crédito. Para minimizar esse obstáculo comenta sobre a proposta da ABIMAQ ao Ministério da Economia, sobre a criação de uma linha cem por cento do Tesouro, passando diretamente da Caixa para o cliente final.

O vice-presidente da Caixa Samuel Crespi comentou que o banco tem tido um olhar forte quando o assunto está relacionado a capital de giro, principalmente neste momento de solução para a pandemia, sem deixar de lado a importância para com as médias empresas em financiar o investimento. Pontuou que na parte do atacado, em relação às médias empresas, a Caixa possui um time de 400 gerentes espalhados pelo Brasil dedicado a elas, e tem-se discutido sobre a formatação de algo de acordo com a necessidade de cada uma, diferente do varejo que possui características próprias. 

Acrescentou que nesse cenário atual em relação a pandemia, a Caixa tem sugerido para as médias empresas linha com uma taxa final de aproximadamente 8 a 9% ao ano. Há operações com prazos mais longos no Banco, porém a sugestão para as empresas com capacidade são os prazos que cheguem até 24 meses. 

A gerente de financiamentos da ABIMAQ, Giselle Rezende aproveitou a oportunidade para falar da dificuldade encontrada mediante a comunicação com a Caixa em obter informações detalhadas sobre as linhas emergências praticadas pelo Banco. 

Por fim, foi proposto pelo José Velloso um Webinar com a Caixa no qual seria apresentado os produtos disponíveis para o setor em termos de capital de giro e linhas de financiamento para a compra de máquinas e equipamentos. 

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