quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Conselho de Saneamento Ambiental debate futuro do setor durante reunião na ABIMAQ


Especialistas analisaram o desenvolvimento e investimentos da área no âmbito político nas esferas estadual e nacional

“Saneamento está diretamente ligado ao desenvolvimento do país”, frisou Rogério de Paula Tavares, diretor da AEGEA Saneamento, na reunião do Conselho de Saneamento Ambiental, no dia 09 de outubro, na sede da ABIMAQ, em São Paulo. 

Tavares citou os benefícios da expansão e do acesso às redes de água e esgoto. “O investimento no setor eleva a produtividade do trabalho afetando o nível de renda das famílias; reduz a incidência de doenças e consequentemente aumenta a qualidade de vida da população; melhora o desempenho escolar com efeitos duradores no mercado de trabalho; gera empregos, renda e impostos durante o período de operação de uma obra; e tem a valorização ambiental, o que implica no crescimento da capacidade de geração de renda em várias atividades, em especial no turismo”.

O diretor da AEGEA expôs que os investimentos em saneamento reduziram. “De acordo com o Banco Mundial, o Brasil investe hoje 0,18% do PIB em saneamento. Na criação do Plano Nacional de Saneamento (Planasa), girava 0,36%”.

Rogério de Paula Tavares mencionou estudo do Planasa que expõe a necessidade de empregar R$ 303 bilhões em 20 anos para que todos os brasileiros tenham acesso à água tratada e coleta do esgoto. “Os níveis de investimento em saneamento no Brasil são muito inferiores à necessidade para universalização, mesmo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.

EFICIÊNCIA

“Quantos desses R$10 bilhões/ano foram gastos em obras que não operam corretamente ou sequer foram concluídas”, questionou Jerson Kelman, professor de Recursos Hídricos da COPPE-UFRJ. Ele acrescentou que a participação do setor privado no saneamento pode ser uma alternativa para aumentar o aporte de capital e melhorar a gestão das obras.

Kelman afirmou que a obra de transposição do Rio São Francisco não pode se transformar num elefante branco por inadequada operação e manutenção. “Não podemos deixar nas costas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) para encontrar a solução. É preciso incentivar a utilização de técnicas de irrigação mais eficientes, tanto na própria bacia do São Francisco, quanto na região receptora, para que haja água para todos. Além de concluir que as adutoras possam levar água para onde as pessoas moram e trabalham”.

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