segunda-feira, 13 de agosto de 2012

COMO A SEGURANÇA PRIVADA PODE AJUDAR NO TRABALHO DA POLÍCIA

Com o intuito de diminuir a criminalidade no bairro, moradores estão adotando serviços de vigilância privada para complementar o trabalho feito pela segurança pública. Os proprietários de imóveis no Residencial Parque dos Príncipes, localizado na zona Oeste da capital Paulista, há muito tempo aderiram à iniciativa. Para os policiais militares que atendem a região, ten. cel. Ulisses Puosso E cap. Eliel Pontirolli, o trabalho conjunto com a comunidade local tem gerados frutos positivos

A segurança é dever do Estado, garante a Constituição nacional, mas com os altos índices de criminalidade registrados no País, a sensação de insegurança tem feito com que a população recorra à contratação de empresas especializadas em proteção patrimonial e pessoal.

Só no Brasil, há 2 mil empresas que atuam no mercado de segurança privada. O faturamento do setor chega a movimentar R$ 32 bi anuais, conforme mostra o levantamento da Abrevis - Associação Brasileira das Empresas de Vigilância. Além disso, o número de vigilantes particulares, hoje em 600 mil, ultrapassa o contingente das polícias Federal, Civil e Militar que é de 500 mil. Só a cidade de São Paulo conta com 100 mil profissionais fardados.

Por tudo isso, o trabalho conjunto entre a segurança privada e a pública, como acontece no Residencial Parque dos Príncipes, bairro do Butantã, zona Oeste de São Paulo, mostra-se eficaz para inibir a violência urbana.

Para Ulisses Puosso, tenente-coronel do 16º Batalhão da Policia Militar Metropolitano (BPM/M) a parceria com a segurança privada é essencial para o compartilhamento de informações. “Os vigilantes são fundamentais para completar o trabalho de proteção à população. Esses profissionais nos dão apoio nas ocorrências, se antecipam nas tentativas de crime acionando a polícia. Além disso, esses seguranças fazem um levantamento da criminalidade na região e compartilham os dados conosco para que sejam tomadas providências para combater a violência”, ressalta.

“Não há como negar a importância da segurança privada. Sua ausência pode agravar ainda mais os casos de roubos e furtos na região. A aproximação desse serviço com a Polícia Militar é extremamente útil para combater a criminalidade”, afirma Winfried Ludewig, vice-presidente do Conselho Superior da APRPP - Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes.

Sobre a parceria com a APRPP, Puosso diz que o trabalho se intensificou no início de março deste ano, após tentativas de roubos no Residencial. Para se ter uma ideia do problema o número de ocorrências no Parque dos Príncipes foi de 1 em janeiro, 2 em fevereiro, aumentou para 8 em março e baixou para 4 em abril e 2 em maio. Já no mês de junho não foi registrada nenhuma ocorrência e em julho apenas 1. “Neste período, concentramos os nossos esforços aumentando a ronda com viaturas e motos da PM. Também colocamos nossa base móvel em determinadas ocasiões. Isso sem deixar de mencionar o apoio da equipe da segurança privada da associação. Por conta dessas iniciativas, a tendência dos índices de criminalidade é  diminuir na região”, esclarece.    

Já o capitão Eliel Pontirolli, responsável pelo comando da Polícia Militar da região Oeste da Capital, informa que a parceria da PM com a segurança privada, até o momento, tem gerado efeitos positivos. “No caso do Parque dos Príncipes, por ser uma área atípica, pois é bairro residencial planejado, com entradas e saídas localizadas, torna-se vulnerável por causa do entorno. Mesmo assim, a ocorrência de roubos e furtos é baixa, com índices parecidos aos condomínios fechados de Barueri e Santana do Parnaíba, por conta da vigilância preventiva”, acrescenta.

Segundo Pontirolli, os investimentos em segurança feitos pela APRPP também refletem na diminuição de roubos e furtos da região. “Os vigilantes são essenciais para levantar dados sobre a criminalidade do local. Eles atuam como nossos aliados na luta contra a violência e quem ganha com essa união é a população”, explica. Ele acrescenta: “A segurança só vai funcionar se todos nós cidadãos formos vigilantes. Não basta ter dispositivos tecnológicos e contratar profissionais especializados, se as nossas atitudes facilitarem a ação da criminalidade”.

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