Com o
intuito de diminuir a criminalidade no bairro, moradores estão adotando
serviços de vigilância privada para complementar o trabalho feito pela
segurança pública. Os proprietários de imóveis no Residencial Parque dos Príncipes,
localizado na zona Oeste da capital Paulista, há muito tempo aderiram à
iniciativa. Para os policiais militares que atendem a região, ten. cel. Ulisses Puosso E cap. Eliel Pontirolli, o trabalho conjunto com a comunidade local tem gerados frutos positivos.
A segurança é dever do Estado, garante a Constituição nacional, mas
com os altos índices de criminalidade registrados no País, a sensação de
insegurança tem feito com que a população recorra à contratação de
empresas especializadas em proteção patrimonial e pessoal.
Só no Brasil, há 2 mil empresas que atuam no
mercado de segurança privada. O faturamento do setor chega a movimentar
R$ 32 bi anuais, conforme mostra o levantamento da Abrevis -
Associação Brasileira das Empresas de Vigilância. Além disso, o número
de vigilantes particulares, hoje em 600 mil, ultrapassa o contingente
das polícias Federal, Civil e Militar que é de 500 mil. Só a cidade de
São Paulo conta com 100 mil profissionais fardados.
Por tudo isso, o trabalho conjunto entre a segurança privada e a pública, como acontece no Residencial Parque dos Príncipes, bairro do Butantã, zona Oeste de São Paulo, mostra-se eficaz para inibir a violência urbana.
Para Ulisses Puosso,
tenente-coronel do 16º Batalhão da Policia Militar Metropolitano (BPM/M)
a parceria com a segurança privada é essencial para o compartilhamento
de informações. “Os vigilantes são fundamentais para completar o
trabalho de proteção à população. Esses profissionais nos dão apoio nas
ocorrências, se antecipam nas tentativas de crime acionando a polícia.
Além disso, esses seguranças fazem um levantamento da criminalidade na
região e compartilham os dados conosco para que sejam tomadas
providências para combater a violência”, ressalta.
“Não há como negar a importância da segurança privada. Sua ausência
pode agravar ainda mais os casos de roubos e furtos na região.
A aproximação desse serviço com a Polícia Militar é extremamente útil
para combater a criminalidade”, afirma Winfried Ludewig, vice-presidente do Conselho Superior da APRPP - Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes.
Sobre a parceria com a APRPP, Puosso diz que o
trabalho se intensificou no início de março deste ano, após tentativas
de roubos no Residencial. Para se ter uma ideia do problema o número de
ocorrências no Parque dos Príncipes foi de 1 em janeiro, 2 em fevereiro,
aumentou para 8 em março e baixou para 4 em abril e 2 em maio. Já no
mês de junho não foi registrada nenhuma ocorrência e em julho apenas 1.
“Neste período, concentramos os nossos esforços aumentando a ronda com
viaturas e motos da PM. Também colocamos nossa base móvel em
determinadas ocasiões. Isso sem deixar de mencionar o apoio da equipe da
segurança privada da associação. Por conta dessas iniciativas, a
tendência dos índices de criminalidade é diminuir na região”,
esclarece.
Já o capitão Eliel Pontirolli, responsável pelo
comando da Polícia Militar da região Oeste da Capital, informa que
a parceria da PM com a segurança privada, até o momento, tem gerado
efeitos positivos. “No caso do Parque dos Príncipes, por ser uma área
atípica, pois é bairro residencial planejado, com entradas e saídas
localizadas, torna-se vulnerável por causa do entorno. Mesmo assim, a
ocorrência de roubos e furtos é baixa, com índices parecidos aos
condomínios fechados de Barueri e Santana do Parnaíba, por conta da
vigilância preventiva”, acrescenta.
Segundo Pontirolli, os investimentos em segurança feitos pela APRPP também
refletem na diminuição de roubos e furtos da região. “Os vigilantes são
essenciais para levantar dados sobre a criminalidade do local. Eles
atuam como nossos aliados na luta contra a violência e quem ganha com
essa união é a população”, explica. Ele acrescenta: “A segurança só vai
funcionar se todos nós cidadãos formos vigilantes. Não basta ter
dispositivos tecnológicos e contratar profissionais especializados, se
as nossas atitudes facilitarem a ação da criminalidade”.
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