Segundo levantamento da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências,
das 297 reclamações contra construtoras registradas no primeiro
semestre deste ano, na Baixada Santista, 31% estão na cidade de Santos.
Entre os problemas mais comuns estão: atrasos na entrega do imóvel, defeitos na obra e taxas abusivas como Sati e corretagem.
A cidade de Santos é a bola da vez no mercado imobiliário. Com o avanço decorrente da exploração de petróleo e os investimentos para a expansão do porto, a Baixada Santista vive o boom imobiliário.
Para se ter uma ideia, no período de março de 2011 a março de 2012,
foram lançadas 5.665 unidades na região, conforme mostra pesquisa
do Secovi - Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e
Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo. Nos últimos cinco
anos, houve a valorização de 139,6% no preço médio do metro quadrado. Em
alguns casos, o valor do metro quadrado, para imóveis de 4 dormitórios,
no local chega a custar R$ 10,4 mil.
Ao mesmo tempo que crescem os lançamentos de
empreendimentos na região, surgem também os problemas. Entre
eles, atrasos na obra; vícios ou defeitos de construção; e cobrança de
taxas abusivas como Sati - Serviço de Assessoria Técnica Imobiliária
(cobrança feita por imobiliárias do percentual de 0,88% sobre o valor
total do bem, alegando custos de assistência jurídica) e corretagem
(taxas entre 6% a 8% que as construtoras cobram para pagar a comissão do
corretor).
Conforme dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências,
de janeiro a junho de 2012, houve 297 reclamações referentes às
construtoras. Dessas, 83 dos reclamantes deram entrada na Justiça. O
resultado apresentou um aumento de 22% nas queixas e um crescimento de
16% nas ações impetradas junto ao Poder Judiciário. Os dados são
comparativos ao mesmo período de 2011, quando houve, respectivamente,
244 descontentes e 72 ações judiciais. Das 297 queixas no primeiro
semestre de 2012, 31% delas estão na cidade de Santos, 28% na Praia
Grande, 25% no Guarujá, 12% em São Vicente e 4% em outras cidades da
Baixada Santista.
Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA,
as construtoras prometem ao comprador a entrega do imóvel em um prazo
que não vão cumprir devido à falta de planejamento e de infraestrutura.
“Na maioria das vezes, a incorporadora se vale do direito do prazo de
tolerância de 180 dias para postergar a entrega das chaves, mas que na
verdade, o período é valido apenas nos casos de força maior, como
enchentes e terremoto”, recomenda. “Além disso, as construtoras sabem
que poucos mutuários irão recorrer à Justiça, em muitos casos pela de
falta informação. Por isso então não dão a mínima satisfação”,
completa. Diante deste cenário, muitos compradores enfrentam
dificuldades como: arcar com aluguel enquanto aguardam pela liberação do
bem, adiar planos (como casamento) e, em muitos casos, isso faz com que
o comprador desista do sonho da casa própria.
Para evitar problemas, seja com construtoras ou bancos, Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA aconselha
os consumidores sempre ter em mãos,no momento da compra, um exemplar
da “Cartilha do Mutuário – Volume Imóvel na Planta”, editada pela
entidade. “O informativo contém 20 questões cruciais, que ajudam a
esclarecer, de forma simples e prática, as principais dúvidas e os
cuidados antes de fechar a compra”, orienta. Para ter acesso ao conteúdo
da cartilha, os interessados podem acessar o site www.amspa.org.br e baixar o conteúdo disponível em PDF.
Para aqueles que adquiriram seu bem na planta e
querem se precaver contra problemas durante a construção, a solução
indicada pela AMSPA é formar a “Comissão de Representantes”. Sua
constituição está prevista na “Lei do Condomínio e da Incorporação” e
especificada no artigo 55 da lei 4591/64. “A formação da comissão vai
possibilitar, aos proprietários de imóveis, fiscalizar a obra em fase de
construção. Por meio do monitoramento, os futuros moradores poderão
ficar cientes sobre todo o andamento da obra, desde a qualidade do
material que está sendo utilizado até o cumprimento do cronograma
previsto no contrato, entre outros procedimentos”, explica. “A união dos
consumidores será fundamental na luta pelos seus direitos, para que não
sejam enganados tanto pelas construtoras como pelas instituições
financeiras”, alerta Luz.
SERVIÇO:
Os mutuários que se encontram na mesma situação
podem recorrer à AMSPA para obter mais esclarecimentos. Os interessados
podem entrar em contato pelo telefone (13) 3252-1665 ou comparecer em
uma das unidades da entidade, com o contrato e os comprovantes do que já
foi pago. Endereços e mais informações no site: www.amspa.org.br .
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