Um dos
assuntos mais discutidos no momento é a sustentabilidade. Para se ter
uma ideia, no País há mais de 500 empreendimentos com certificado de
construções verdes, conforme dados Green Building Council Brasil. Essa tendência está ganhando também adesão nos projetos das edificações hospitalares. Para falar sobre o assunto, a arquiteta Ana
Virginia Carvalhaes de Faria Sampaio estará presente no V Congresso
Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, promovido
pela ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar no mês de setembro, em São Paulo.
Cada vez mais cresce a preocupação com as construções verdes. Só no
Brasil há mais de 500 empreendimentos com a certificação ambiental LEED -
Leadership in Energy and Environmental Design registradas pelo USGBC -
Green Building Council, organização mundial sem fins lucrativos com
representação no Brasil. A estimativa é que até o final do ano o número
de prédios verdes ultrapasse a 650, o que torna o Brasil o 4° no ranking
mundial atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Já
para 2013 das novas construções entregues nas cidades de São Paulo,
Curitiba e Rio de Janeiro pelo menos 50% delas já terão certificação
LEED. No Brasil também há a certificação AQUA - Alta Qualidade
Ambiental desenvolvido no País a partir da certificação francesa
Démarche HQE.
A tendência de projetos sustentáveis também está
crescendo nos edifícios hospitalares. No País, estabelecimentos de saúde
como Delboni Auriemo, Fleury Medicina e Saúde e o Hospital Israelita
Albert Einstein já adotaram elementos verdes nas suas construções. A
questão do meio ambiente e sustentabilidade nos ambientes de saúde será
um dos assuntos discutidos no V Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar. O evento promovido pela ABDEH- Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar,
que terá como tema “Ambientes de saúde: projetos, práticas e
perspectivas”, vai acontecer de 4 a 7 de setembro, no Bourbon Convention
Ibirapuera, na cidade de São Paulo (SP).
Para a arquiteta Ana Virginia Carvalhaes de Faria Sampaio,
o conforto e as questões relacionadas com sustentabilidade fazem parte
hoje da grande maioria dos projetos. “Podemos verificar, principalmente
nos últimos 10 anos, uma maior preocupação com as questões ambientais
por parte dos arquitetos responsáveis por projetos na área hospitalar e
também por parte dos fornecedores de insumos”, ressalta.
A opinião da especialista é compartilhada por Fabio Bitencourt, presidente da ABDEH.
“O hospital sustentável é um conceito que veio para ficar e cada vez
mais estará contido em leis, normas, regulamentos e nos princípios da
formação dos arquitetos. Além disso, os materiais de construção, os
equipamentos prediais e os métodos de trabalho deverão instruir-se nas
bases do desenvolvimento sustentável”, afirma. “Este não é um assunto
esgotável, muito pelo contrário, ele é dinâmico e complexo, assim como
os componentes da assistência à saúde e dos edifícios concebidos para
tal”, completa.
Segundo Ana Virginia, autora da tese de doutorado
“Arquitetura hospitalar: projetos ambientalmente sustentáveis, conforto e
qualidade. Proposta de um instrumento de avaliação”, pela FAUUSP -
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, para
projetar um edifício hospitalar verde deve-se levar em consideração os
seguintes aspectos: ambientais - preocupação em adequar o projeto ao
meio ambiente aproveitando os recursos naturais locais; econômico -
utilização de sistema construtivo racional, padronização, flexibilidade,
modulação, reutilização de materiais evitando desperdícios e produção
de resíduos, mão de obra qualificada e tecnologia que permita redução no
consumo de energia e de água; sociais - preocupar com a satisfação dos
usuários envolvidos em todas as etapas da construção e o que é
fundamental, sem se esquecer das questões estéticas. “Projetar um
edifício hospitalar sustentável é projetar levando em consideração os
princípios básicos da Arquitetura e Urbanismo, é fazer Arquitetura”,
assegura.
De acordo com a arquiteta, um projeto que procura
utilizar recursos naturais resultará em um ambiente saudável, de
qualidade e possibilitará aos seus usuários maior satisfação e bem-estar
nas atividades que ali serão desenvolvidas. “Arquitetura sustentável é
aquela compromissada com o conforto ambiental, adequada ao clima local,
integrada ao entorno, preocupada com a qualidade do ambiente e com a
satisfação do seu usuário”, explica. “Também pode minimizar o
desconforto de ambientes hospitalares geralmente frios, impessoais, com
odores e ruídos peculiares, com pessoas sofrendo e profissionais
apressados, tornando-os mais humanos”, completa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário