quarta-feira, 18 de julho de 2018

ABIMAQ se reúne com Banco Central e expõe necessidades dos setores de petróleo e gás e bens de capital


Na ocasião, a entidade também analisou a atividade econômica do Estado do Rio de Janeiro com entidades de vários segmentos e membros da diretoria do Banco Central

Com o principal objetivo de promover a troca de informações sobre a atividade econômica do Estado do Rio de Janeiro, Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da ABIMAQ, na companhia de especialistas de diversos setores, participou de reunião com Carlos Viana de Carvalho, diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), no dia 28 de maio, na cidade carioca.

Além de apresentar os indicadores conjunturais da ABIMAQ, Machado comentou as consequências do fim da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e as dificuldades de obtenção de financiamentos pelos fabricantes de máquinas e equipamentos com taxas mais próximas das internacionais. “Essa situação contribui para tirar a competitividade do setor”. 

O diretor ressaltou durante o encontro que as modificações realizadas nos últimos meses na legislação de Conteúdo Local nos leilões da ANP foram contrárias aos interesses nacionais em termos de participação da indústria nacional. “Até mesmo o Repetro Sped que, por um lado nos favoreceu com a inclusão de nosso segmento em seus benefícios, por outro liberou totalmente do imposto de importação os produtos estrangeiros, mesmo para itens com similar nacional”.

Para o representante da ABIMAQ, “considerando o endividamento da Petrobras e a disponibilidade apenas de suppliers credit que são vinculados ao fornecimento de bens, principalmente pela China, a importação de máquinas e equipamentos deverá prevalecer”.

Machado citou que, apesar da indústria de máquinas e equipamentos representar cerca de 30% do valor de um navio, tal segmento não é alcançado pelos financiamentos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). “O navio é financiado pelo FMM em condições equivalentes às praticadas internacionalmente, mas os estaleiros compram máquinas e equipamentos na condição 0%/100%, e como o setor é intensivo em capital de giro e apresenta capital imobilizado insuficiente como garantia, os fabricantes são obrigados a buscar financiamento a juros de mercado, que são bastante elevados”.

OUTRAS OPINIÕES

Também estiveram presentes na reunião as seguintes entidades: Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Rio de Janeiro (ADERJ), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (SINDUSCON), Sindicato dos Farmacêuticos (SINFAR), Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para fins Industriais do Estado do Rio (SIQUIRJ), Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais e Residenciais (SECOVI), Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) e Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (RIOTUR).

“Os representantes das indústrias química e da construção e reparação naval e offshore apresentaram uma situação parecida com o nosso setor”, informa Machado. O SIQUIRJ mencionou deficit de 23 bilhões de dólares na balança comercial e os altos spreads bancários. O SINAVAL relatou a ociosidade dos estaleiros e a conta de 7 bilhões de dólares que eles devem ao BNDES e não têm como pagar, por falta de encomendas.

Carlos Viana de Carvalho informou que levantou as razões do alto spread e concluiu que existem quatro causas básicas, nessa ordem: inadimplência, custos administrativos (legislação trabalhista, ações na justiça, burocracia, entre outros), tributos e lucro. Acrescentou que “Os juros são o quarto item em contribuição para o custo”.

O diretor de Política Econômica do BC declarou que os bancos também estão sujeitos ao “Custo Brasil”. Alberto Machado ponderou que um dos principais problemas da indústria são os juros altos, fator que não afeta os bancos.

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