quarta-feira, 7 de agosto de 2019

CSCM organiza 1º workshop com cases de sucesso no setor de mineração

 
Perspectivas para o setor de mineração, nova gestão de equipamentos com enfoque na Indústria 4.0 e soluções para inovação, aumento da eficiência operacional e redução dos impactos ambientais foram alguns dos temas debatidos durante evento promovido pela Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Cimento e Mineração

Com palestras dos representantes das empresas CRU Group, Semco Tecnologia, Bosch Rexroth, Haver & Boecker, Westech, Roxtec, Putzmeister Brasil, CATERPILLAR e Brasmin, a Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Cimento e Mineração (CSCM) realizou Workshop “Cases de sucesso – Uso da Tecnologia para Melhoria da Competitividade e Meio Ambiente na Mineração”, no dia 22 de julho, na sede da ABIMAQ, em São Paulo. 
 
Ingo Dietzold, presidente da CSCM, ressaltou que a ideia de promover o workshop era para debater a temática atual da área de cimento e mineração, além de permitir a interação entre todos os participantes.

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, destacou a relevância do segmento industrial nacional. “O setor de máquinas e equipamentos representa 26% do PIB da indústria de transformação e 27% de tudo que é arrecadado na previdência social. A indústria de bens de capital representa 5,2% do PIB brasileiro. O setor consome 24% de todas as matérias-primas e 26% do aço produzido no Brasil”.

Velloso expôs que o maior problema do Brasil é a falta de investimentos. “Para o País crescer de 3,5 a 4% ao ano precisaria investir 25% do PIB, mas hoje só está investindo 15,3% do PIB”. O executivo acrescentou que a ABIMAQ está trabalhando ativamente nas reformas da previdência e tributária.

APRESENTAÇÃO

Thais Terzian, da Cru Group, empresa especializada em commodities de mineração, metal e fertilizantes, ministrou palestra com o tema ‘Perspectiva e Desafios para o Setor de Mineração no Brasil’.

Para Thais, a indústria de mineração vai encontrar vários obstáculos, como possíveis mudanças na regulação. “Por causa de Brumadinho, o governo quer implementar uma taxação sobre minas de alta performance e banir qualquer uso de barragem na mineração até 15 de agosto de 2023”.

Extensão de processos de licenciamento; atrair mão de obra; dificuldade de conseguir licença social, ou seja, comunidade em torno da operação esteja de acordo; e custos mais altos devido as novas tecnologias para disposição de rejeitos das barragens são outros impactos no setor de mineração citados pela especialista da Cru Group.

Segundo Thais, ainda existe muito investimento planejado na indústria de mineração na América do Sul tanto para os forcedores quanto para as empresas mineradoras. “Apesar das dificuldades do segmento há demanda de 37 milhões para minério de ferro, 3,1 milhões de cobre, quase 8 milhões de ouro, 163 mil de lítio e 200 mil de zinco”.

PAINEL SOLUÇÕES PARA INOVAÇÃO E AUMENTO DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL

João Barreto, da Semco Tecnologia, fez apresentação sobre ‘Fluido Dinâmica Computacional – Quebrando Paradigmas e Economizando Energia em Misturadores e Condicionadores’. O engenheiro ressaltou que ao utilizar a tecnologia é possível reduzir o risco operacional, eficiência do equipamento aumentada, diminuir custos na operação, menor tempo de processo e de consumo de energia, aditivos e reagentes, além da análise de fenômenos não detectáveis pelos métodos analíticos. “Hoje estamos oferecendo soluções para os projetos que estão trabalhando para eliminação de barragens”. 
 
‘Ganhos de Competitividade com o Uso da Tecnologia de Motores Hidráulicos’ foi o assunto abordado por Roberto Akira Koga, da Bosch Rexroth. Ele mostrou case Transportadora da Vale Timbopeba, na região de Mariana, em que substituiu o tradicional sistema eletromecânico por meio da aplicação da técnica retrofit com acionamento duplo. “Ao utilizar a tecnologia conseguimos eliminar o esvaziamento manual da correia na parada, sobrecarga no motor elétrico, acidente com acoplamento hidrodinâmico e complexidade no ajuste do sincronismo, entre outros benefícios”.

Denilson Moreno, da Haver & Boecker, discorreu a cerca de ‘Soluções Eficientes para Processo sem Uso de Água’ com o sistema de peneiramento a seco. Ele frisou que ao eliminar a água no processo de mineração e consequentemente nas barragens de rejeitos tem como consequência menor investimento e mais facilidade de obter licenciamento ambiental.

PAINEL SOLUÇÕES PARA REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

‘Mineração sem Barragens e Descontaminação de Efluentes Líquidos’ foi tema de palestra apresentada por Jorge Alberto Menezes, representante da WesTech, empresa especializada em separação solido líquido e soluções ambientais. O profissional alertou quanto a necessidade de reformulação nos processos de segurança por conta dos desastres ambientais em barragens no Brasil.

“O mercado de mineração foi surpreendido há algum tempo por alguns desastres ambientais, como o da Samarco, Herculano e por último Brumadinho. E só agora então as empresas de mineração foram pressionadas de uma forma mais contundente a buscar uma solução para aplicação imediata”.
 
Em 12 anos de operação no Brasil, a WesTech tornou-se uma das mais importantes fornecedoras de equipamentos e tecnologias para separação sólido-líquido do mercado, sendo referência em espessadores, clarificadores, filtros a vácuo, peneiras e tratamento de efluentes.

O diretor da Roxtex, Ronaldo Tarcha, falou sobre ‘Segurança Operacional e Confiabilidade em Sistemas de Mineração Otimizando Infraestruturas Complexas de Passagens de Cabos. A empresa de origem sueca atua basicamente no fornecimento de equipamentos para trânsito e passagem de cabos e tubulações.

Tarcha elencou detalhes sobre a norma ABNT NBR 13231 e sua exigência sobre as aberturas para passagem de cabos em pisos, paredes e tetos de compartimentação que devem ser seladas de forma a promover a vedação total corta-fogo, visando evitar a transferência de gases, calor e chamas de um ambiente para outro.

Maximiliano José representou a Putzmeister Brasil e defendeu o tema ‘Transporte Seguro e Econômico de Polpas e Rejeitos’. Sua análise esteve focada em bombas oferecidas pela empresa e atuam para o transporte de materiais pastosos, rejeitos, barragens de rejeitos.

“O material pastoso pode ser bombeado por longas distâncias. A transferência com alto teor de sólidos minimiza o uso de água, reduzido escoamento para o meio ambiente. O baixo risco de falha no processo de aterro durante a deposição de rejeitos, a redução dos custos associados à construção de barragens convencionais em função à estabilidade da pasta, o bombeamento de pasta reduz a área de deposição de rejeitos em comparação com barragens convencionais”.

2º APRESENTAÇÃO

‘A indústria 4.0 e a nova gestão de equipamentos de mineração’ foi assunto comentado por Bruno Vilasboas da empresa Caterpillar que destacou a chegada de novas tecnologias na mineração. “A indústria 4.0 já é uma realidade no mundo e ainda bem que está chegando na mineração. Agora é um bum, não só no Brasil, que está até um pouco atrasado se comparado a outros países, mas é uma realidade que já chegou. Não são discussões utópicas, já é uma onda que faz parte do dia a dia dos nossos clientes”.

LANÇAMENTO DO 7º ENCONTRO NACIONAL DE MÉDIA E PEQUENA MINERAÇÃO E FEIRA DA INDÚSTRIA MINERAL

Ao final do evento, Sérgio Oliveira e José Roberto Ceribelli, da Brasmin, fizeram o lançamento do 7º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração e da Feira da Indústria Mineral, que acontecem entre os dias 15 a 17 de julho de 2020 Centro de Convenções Goiânia, em Goiânia - GO.

Ambos eventos têm como objetivo apresentar as mais recentes ferramentas de gestão nas operações das empresas, objetivando a geração de mais produtividade, menores custos, maior competitividade e sustentabilidade.

Os debates foram mediados por Francisco Alves, diretor editorial da Revista Brasil Mineral.

DEPOIMENTO DE ESPECTADOR


Marcus Vinicius de Oliveira, gerente da Agência Nacional de Mineração no Estado de São Paulo, comentou a realização do evento na ABIMAQ.

“Vejo como uma oportunidade de termos conhecimento, contato com outras empresas e poder se aproximar do que tem de melhor na tecnologia de ponta na área de mineração. Pois ela é, infelizmente, muito discriminada e existe um distanciamento da indústria e da sociedade, diferente da agricultura que tem um marketing mais forte. Mas acho que juntos vamos trabalhando e revertendo essa situação para colocar a mineração no topo, assim como acontece nas outras áreas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário