sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Grupo de Trabalho de Armazenagem de Grãos torna-se Câmara Setorial

Assumindo a presidência da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG), Paulo Bertolini, em entrevista ao Informaq fala do plano de trabalho da CSEAG, analisa atual momento do setor e comenta o Plano Safra 2020/21. Confira a seguir:

O que motivou a mudança do Grupo de Trabalho Armazenagem de Grãos (GT- ARM) para Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG)?

O GT- ARM tinha mais de 22 anos de atuação (fundado 1998) e por causa das especificidades das nossas demandas achamos que era importante ser uma câmara para agilizar pedidos e ter um fórum específico para tratar os temas do setor. Mas ressalto que todas as vezes que precisávamos fazer uma solicitação via Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) sempre tivemos um tratamento muito especial tanto pelo atual presidente como dos anteriores, além de todo apoio do corpo técnico da ABIMAQ.  

Quais ações pretende realizar na câmara setorial?

Vamos dar continuação ao trabalho do GT- ARM, mas agora como CSEAG, atuando em quatro frentes principais:

1) Trabalhar com Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas a armazenagem com as comissões tripartites que são formadas por representantes do Ministério do Trabalho, governo e ABIMAQ; 

2) Participar de grupo de trabalho da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para tratar da forma de cálculo estrutural de construção e equipamentos de armazenagem; 

3) Atuar em diversos estados brasileiros que estão discutindo a regulamentação de normas de prevenção e combate a incêndio em estruturas de armazenagem a fim de mostrar a visão do fabricante com relação ao tema, pois o Corpo de Bombeiros de cada região tem a autonomia para definir suas normas;

4) Trabalhar com as linhas de créditos para armazenagem, mas especificamente o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) que faz parte do Plano Safra, para que não falte recursos; 

Além disso, a nossa meta, a curto prazo, é eleger diretoria (a eleição ocorrerá no dia 3 de setembro). 

Como avalia Plano Safra 2020/21?

O atual Plano Safra foi melhor do que o anterior, pois houve aumento de disponibilidade de recursos para R$ 2,2 bilhões (antes R$ 1,8 bilhão), redução de juros de 5% para projetos de até 6 mil toneladas de capacidade de armazenagem e, acima disso, juros fixos de 6% e ocorreu uma redução do prazo máximo de financiamento que era 15 anos e caiu para 11, mas achamos que até 10 anos é suficiente. No entanto, o que se aumentou na linha de crédito foi muito próximo do acréscimo dos custos das nossas matérias-primas. Por tudo isso acreditamos que esse recurso a mais não vai ser suficiente para aumentar a oferta de capacidade de armazenagem, já que é apenas suficiente para cobrir o aumento dos custos. Por outro lado, nos últimos cinco anos as empresas do setor se modernizaram e investiram em maquinários novos. 

Como você analisa o atual momento do segmento de armazenagem de grãos?

O faturamento do setor já foi a afetado no fim do ano passado por falta de recursos de linhas de crédito para armazenagem, mas especificamente o PCA. Com a pandemia, nos meses de março e abril, houve um impacto forte nas empresas devido às paralisações. Agora com a pandemia mais estável, o anúncio do Plano Safra e passada a colheita da primeira safra no Brasil, que acontece no primeiro semestre, a demanda voltou aquecer. 

Apesar desse cenário, existe uma demanda retraída para armazenagem no País (hoje o déficit é de 80 milhões de toneladas) devido não conseguir acompanhar o ritmo de crescimento da produção de grãos que nos últimos anos 10 anos cresce, em média, 10 milhões de toneladas por cada safra. Isso acontece não pela falta capacidade de produção e estrutura das empresas, mas em função do descasamento das linhas de financiamento com as necessidades do setor, pois um investimento de uma obra de armazenagem tem um período de 8 a 10 meses para maturação do projeto. 

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