sexta-feira, 19 de março de 2021

Perspectivas globais e domésticas da economia para 2021 são analisadas na reunião da CSMF

Palestrante convidado, Roberto Padovani, economista-chefe do banco Votorantim, ressaltou que a economia retoma, mas por uma questão cíclica empurrada por dois motores, juro real e exportações

“A economia retoma, mas por uma questão cíclica, pois temos dois motores empurrando o Brasil. Um é o impulso externo que são as exportações, principalmente no agronegócio. O outro é o motor interno influenciado pelo juro real negativo que acaba favorecendo o setor de bens duráveis.”, afirmou Roberto Padovani, economista-chefe do banco Votorantim, durante reunião da Câmara Setorial de Máquinas - Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF), realizada no dia 10 de fevereiro.

Para Padovani, quando esses dois motores empurram o país eles trazem a reboque outros três mercados. “O primeiro é o mercado de trabalho, porque a indústria está atendendo a demanda, repondo seus estoques e do comércio, isso traz um pouco do emprego junto. O segundo é a questão do crédito, a leitura dos economistas é que os bancos estarão abertos para dar crédito e com juros relativamente baixo. E por último é que temos um ambiente de estabilidade na política, então o mercado tente a se acalmar”. 

O economista ressaltou que o setor de bens de capital tende a andar porque o custo de capital está baixo com a queda do dólar e o juro real menor mesmo com os juros subindo, como também pelo ambiente político mais previsível. “Essa combinação de fatores faz com que os investimentos comecem a andar e puxe a demanda de máquinas e equipamentos. Aliás, devemos voltar a ter um juro real na faixa de 3%”.  

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, comentou sobre o mercado de máquinas e equipamentos. “A despeito de toda pandemia nós crescemos no mercado interno 11%, mas caímos 28% nas exportações. Até outubro, nós estávamos com um acumulado de queda de 28%, mas recuperamos muito em novembro e dezembro, inclusive com aumentos de 30% em relação a 2019. No emprego, nesses dozes meses crescemos 8%. Estamos prevendo para 2021 crescimento de 7%. Apesar da reação boa do setor, o nosso entendimento é que a melhora foi porque estávamos numa base muito baixa de investimentos em torno de 15% do PIB no período de 2015 a 2019. Então o nosso segmento passou a recuperar, mas ainda está 40% menor do que era entre 2010 a 2013”. 


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