quarta-feira, 24 de março de 2021

Balanço de 2020 e perspectivas para 2021 são apresentados por representantes do BNDES

No encontro, foi destacado que o BNDES destinou R$ 134 bilhões em apoio às empresas em 2020 e que para 2021 vai intensificar as linhas já existentes e criará novas, bem como os serviços digitais ofertados pelo banco para fomentar o mercado

“Em função da pandemia de Covid-19, como medida emergencial, destinamos cerca de R$134 bilhões em apoio às empresas em 2020. Nesse contexto, a atuação de forma indireta pelo BNDES alavancou mais de R$ 90 bilhões em crédito por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) como sendo uma das medidas principais, mais de R$ 9 bilhões destinado à capital de giro e contou com mais de 390 mil clientes atendidos e mais empregos gerados”, afirmou Gilberto Borça, do BNDES, durante reunião realizada no dia 18 de fevereiro.  

Borça ressaltou ainda que a expansão da linha Crédito Pequenas Empresas possibilitou um crescimento positivo de aproximadamente 529%, representando 23% dos desembolsos totais do Banco. Já os Programas Agrícolas do governo federal, apesar do bom desempenho da Safra 20/21, obteve retração de 2% nas liberações em 2020, com market share (participação) caindo de 57% para 47% no total dos desembolsos. “Os itens classificados como demais bens de capital somaram 18% de liberações, enquanto o Cartão BNDES declinou em 25% dos desembolsos”.

No âmbito do Finame, na modalidade de BK Aquisição e Comercialização, Borça disse que houve uma queda expressiva em 2020 se comparado com 2019, mas que as Linhas Finame Materiais Industrializados e BNDES Crédito Rural (produtos novos) apontaram um aumento considerável. “Em termos de custo financeiro, houve forte crescimento das operações de demais bens de capital lastreadas em Selic do que da Taxa de Longo Prazo (TLP) e Taxa Fixa BNDES (TFB), em particular no segundo semestre de 2020, sendo 72% das liberações da Linha Crédito Rural e 88% das liberações de Finame Materiais”.

Caio Araujo, do BNDES, relatou que as perspectivas para 2021 são voltadas à intensificação de linhas já existentes e a criação de novas, bem como enfatizar os serviços digitais ofertados pelo Banco para fomentar o mercado. O Canal MPME do BNDES é um hub de serviços com soluções próprias e de parceiros  que auxiliam os clientes no desenvolvimento de seus negócios, gerando valor e impulsionando novos benefícios.  “Com objetivos de aprimorar o  Canal MPME, o BNDES pretende que o cliente tenha acesso a todas as opções de crédito de mercado adequadas à sua necessidade, possibilitando a jornada integral dele dentro da própria plataforma informando aos envolvidos cada andamento do processo, como na contratação e acompanhamento da operação, e ainda trará novas opções de integração com marketplaces de bens e serviços, fintechs de gestão e outras entidades para oferta de serviços do canal nas próprias plataformas dos parceiros”. 

José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, expôs que os números do Finame Demais BK já ultrapassaram, antigamente, a casa dos R$ 40 bilhões em desembolsos. “Atualmente, cerca de 76% das máquinas vendidas no Brasil não possuem financiamento algum e isso é considerado um retrocesso, pois a formação bruta de capital fixo não chega a 16%, no âmbito do setor industrial no que diz respeito ao pequeno empreendedor que é um dos grandes somatórios de investimentos no país, mas que na atualidade encontra-se paralisado muito em virtude do custo aplicado. As demandas existem, mas o financiamento está escasso”.

Bruno Laskowsky, do BNDES, explanou que o melhor posicionamento do BNDES nesse quesito é continuar trabalhando para o aumento do nível de competição no mercado, inclusive trazendo novos parceiros. “O trabalho forte que precisará ser feito é em prol da tecnologia e da produtividade, além de ajustes no custo ofertado”. Ele sugeriu, se necessário, uma outra reunião para tratativas sobre o Canal MPME.

Ao ser indagado por Giselle Rezende, gerente de Financiamentos da ABIMAQ, sobre qual o percentual apurado de aprovação dos pedidos que entram via Canal MPME, Caio Araujo informou que o Canal é tratado de forma diferenciada onde as conversões de financiamentos são menores (menos de dois dígitos), dado a abertura do mercado, mas que é um ponto de encontro estrutural entre banco e cliente. 

Na reunião, também foi tratado os seguintes temas: limite de financiamento do Finame Direto, nova estrutura da Área de Indústria, Serviços e Comércio Exterior, Fundo Garantidor de Investimento, Crédito Compartilhado, Finame com spread fixo, antecipação de recebíveis, limite de repasse dos bancos de fomento e Plano Safra 2021/22. 

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