quinta-feira, 6 de maio de 2021

Ampliação do volume de recursos para Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022 é sugerido em reunião com MAPA

Representantes das câmaras CSMIA, CSEI CSEAG e CSMR expuseram algumas recomendações no sentido de aprimorar o Plano Safra para Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Para reforçar os pleitos apresentados na contribuição da formação do Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022, a ABIMAQ se reuniu com Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), acompanhada de André Silva de Sousa, Rosane Henn e Wilson Vaz Araújo, integrantes da pasta, no dia 14 de abril. 

Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), ressaltou a necessidade de aporte adicional de recursos para empresas que possuem faturamento anual de R$ 45 bilhões. “Temos consciência da limitação orçamentária, mas reforço que o governo atue junto ao BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica para ofertar crédito ao setor fora do Plano Safra com a finalidade de balizar o mercado. Isso é importante, principalmente, aos agricultores familiares e médios produtores rurais que possuem capacidade de negociação frente aos agentes financeiros. reduzida.

Bastos destacou que o setor defende as seguintes bandeiras: 1) taxa de juros fixo, 2) volume adequado de recursos, 3) previsibilidade, e 4) balizamento das taxas de juros e spreads bancários.

Paulo Bertolini, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos (CSEAG), fez referência ao déficit crescente e preocupante da capacidade estática da armazenagem de grãos no Brasil, salientando que para estancá-los, os investimentos anuais deveriam estar na casa dos R$ 10 bilhões. “Também enfrentamos ainda a forte inflação dos materiais no atual Plano Safra, em especial do aço”. 

Bertolini expôs ainda o pleito para a redução do prazo de financiamento da linha PCA dos atuais 13 anos para 10 anos, dando a entender que contribuirá para o aporte maior de recursos na linha. “Atualmente apenas 30% dos contratos são fechados com prazo de pagamento acima de 10 anos”. 

Com relação a linha BNDES Crédito Rural ser uma opção à falta de recursos do Plano Safra, o presidente da CSEAG informou que é pouco aderente ao setor uma vez que o prazo é limitado a 90 dias. “Essa opção é insuficiente ao segmento, pois trabalhamos com projetos de longa maturação”.

Renato Silva, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), colocou que os recursos do Plano Safra são limitados, além da necessidade de redução do prazo de pagamento da linha Moderinfra dos atuais 10 anos para 8 anos, o que favoreceria o aumento dos recursos.

Alexandre Bernardes, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias (CSMR), comentou que os produtos da linha amarela destinam atualmente 25% de sua produção ao setor agrícola. “É um mercado do segmento que tem no Plano Safra um importante instrumento de comercialização”.  

POSIÇÃO MAPA

Teresa Cristina lembrou que os problemas fiscais e de orçamento do país são conhecidos, mas o MAPA tem defendido a ampliação de recursos adicionais ao Plano Safra junto ao Ministro da Economia Paulo Guedes. “Mostramos constantemente ao governo a importância do setor agrícola para o país reforçando que ele tem carregado a economia”.

A ministra frisou que o segmento vive uma demanda excepcional, apesar das dificuldades com o fornecimento de matéria-prima. 

Ela explicou que a pasta trabalha com uma perspectiva de contar com um orçamento de R$ 15 bilhões no próximo Plano Safra. “Mesmo o valor ser maior que o anterior estamos cientes de que ainda está abaixo do necessário”. 

A ministra revelou que as taxas de juros devem ser mantidas nos patamares atuais para o próximo Plano Safra, no entanto, a má noticia era de que não tem ainda margem ou sinalização do aumento dos volumes de recursos.

Sobre a linha PCA, ela salientou que a proposta de redução do prazo de pagamento não é aceita pela CNA, mas que o déficit de armazéns de grãos no país é um gargalo enorme. “Estamos conversando com o BNDES e o Banco do Brasil para criação de uma linha de financiamentos em condições adequadas ao setor”. 

Teresa Cristina esclareceu que existem recursos em emendas direcionadas a aquisição de máquinas agrícolas e da linha amarela, sendo R$ 2 bilhões geridos pelo MAPA, além de recursos de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). 

Com relação à irrigação, a ministra destacou o importante trabalho que vem sendo desenvolvido pelo ex-ministro Alysson Paulinelli na interlocução entre MAPA e MDR em prol deste setor.

Ela ponderou que planeja fazer uma reunião com o ministro Paulo Guedes para tratar do Plano Safra e que pretende trazer setores do agro para esse encontro, e que conta com o apoio da ABIMAQ nesse processo.

João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, agradeceu a oportunidade e atenção especial da ministra aos pleitos apresentados pela entidade, destacando que a associação está à disposição do ministério. 

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