segunda-feira, 31 de maio de 2021

Transformação Digital na Indústria: Pessoas e Cultura é tema da reunião do Conselho de Tecnologia

Representantes do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), BALLUFF, JACTO e AGCO compartilharam experiências de como as empresas estão estimulando e desenvolvendo pessoas e engajando as lideranças no processo de transformação digital

“Este ano faremos um ciclo de palestras a fim de discutir diversos aspectos estratégicos envolvendo a indústria 4.0 para as empresas terem a noção de qual será seu impacto. O primeiro será focado nas pessoas, ou seja, vamos debater de um lado a formação de mão de obra e do outro lado a capacitação do empresário”, destacou João Alfredo Delgado, diretor de Tecnologia da ABIMAQ, na abertura da reunião, realizada no dia 12 de abril. 

Ricardo Mendonça: Head de Transformação Digital do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), comentou sobre o Índice Cesar de Transformação Digital (ICTd). “Em 2019 sentindo todo o movimento da indústria no que tange a este tema e decidimos criar uma ferramenta prática aonde as empresas pudessem fazer uma autoavaliação de como estão com relação a vários aspectos da tecnologia 4.0. Esse índice é baseado em oito eixos”. 

Mendonça explicou que o último levantamento, realizado em 2020, mapeou os impactos diretos das transformações provocadas pela Covid-19. “Um dos resultados principais mostrou que com a pandemia mais de 70% dos 844 respondentes estão mais propensos a investir em inovação. Além disso, 65% dos participantes afirmaram estarem cientes dos novos perfis profissionais que as suas organizações precisarão no futuro e estão trabalhando para captar e formar esses perfis”. Confira a pesquisa completa: http://bit.ly/ictd2020.

Adriana Belmiro, CEO da BALLUFF, afirmou que não existe o certo e o errado quando se fala na transformação digital, mas sim uma jornada que está baseada em três pilares. “O primeiro deles é que para tornar-se uma empresa digitalizada é essencial revisar os processos operacionais. Depois é preciso pensar na digitalização em si. E por último, que é o mais desafiador, é necessário criar um novo modelo de negócio”. 

Para Adriana, quando se olha a digitalização nas indústrias é vital ficar atento a quatro elementos fundamentais para esse processo de transformação acontecer. “É imprescindível entender a questão da cultura organizacional da empresa, ou seja, olhar para as pessoas. Segundo, deve-se pensar na convergência das tecnologias envolvendo as áreas de TI e de automação das plantas. Em terceiro avaliar a infraestrutura existente pensando na modernização por etapas. E por fim, estudar os custos. 

Ela afirmou ainda que para transformação digital é essencial ter uma liderança engajada, comprometida e trabalhando junto. “Quando falo em liderança não é apenas no topo da organização. A parte mais importante da liderança é a que está em contato com colaboradores de todas as áreas. Para isso, será importante criar uma cultura nas organizações do feedback constante a fim de gerar ideias e questionamentos para depois buscar soluções de comum acordo. Isso é um processo contínuo”. 

Pedro Estevão Bastos, diretor de Relações Institucionais da Jacto, e presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da ABIMAQ, enfatizou o que faz a diferença na Jacto é, em primeiro lugar uma cultura organizacional forte. “Dentro dos dez valores da empresa, dois deles são relacionados a pessoas. O primeiro é desenvolver nossa gente, evitando tirar de outras empresas, ou seja, criar um ambiente organizacional favorável para o desenvolvimento e a aprendizagem de nossos colaboradores”. 

Já o segundo valor, de acordo com Bastos, é espírito inovador para desenvolver novos produtos e tecnologias, impulso na busca de ideias e soluções. “O processo de planejamento da Jacto é estruturado para 3 e 10 anos. Atualmente a transformação digital na empresa é iniciativa importante dentro desse planejamento. No entanto, para essa mudança, não basta apenas ter engenheiros, é necessário manter pessoas de todas as áreas da companhia e que entendam essas soluções para que funcione a transformação digital”. 

Para Alexandre Gewehr, IT Manager Manufacturing Business Partner at AGCO, antes de falar de robôs, tecnologias disruptivas e de todos elementos habilitadores da indústria 4.0 é fundamental falar primeiro do capital humano. “É preciso carregar o negócio da humanidade antes do digital e esse é o principal ponto que norteia as nossas discussões. Mesmo porque não é uma empresa que é inovadora, são as pessoas. Para isso, é necessário captar e receber este capital humano, identificar aonde essa pessoa entrega seu melhor potencial e desenvolve-lo, e entender a importância de ter um ambiente ‘desbloqueado’ para que ele consiga trabalhar”. 

Daniel Cantareli: Manufacturing Engineering & APS Manager AGCO, explicou que a empresa tem um conceito ligado, principalmente na digitalização de projetos, chamado POC. “O POC ajuda muito nessa questão da viabilidade financeira ao fazer um pequeno laboratório na fábrica implementando uma solução que você quer extrapolar para algo maior. Ao realizar isso, lhe dará uma precisão daquilo que precisará fazer no futuro. O grande desafio é reduzir desperdício usando a tecnologia”. 

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