quarta-feira, 13 de maio de 2020

ABIMAQ se reúne com representantes da InvestSP, Desenvolve SP e BNDES


Nas reuniões, foram enfatizadas as dificuldades encontradas pelas empresas no âmbito das novas medidas de apoio emergencial na questão do crédito

“O capital de giro é em média 30% do negócio. As empresas têm em média um mês de capital de giro, mas esse recurso já acabou para boa parte das indústrias, pois elas têm que pagar salários, impostos, bancos, fornecedores. Então para nós do setor de máquinas e equipamentos o capital de giro é sobrevivência. No entanto, as ações do governo nesse sentindo não surtiram efeito nenhum até o momento”. 

Essa afirmação de José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, foi colocada em reuniões, no mês de abril, com Wilson Mello, presidente da InvestSP, Nelson de Souza, presidente da Desenvolve SP, Gustavo Montezano, presidente do BNDES, e corpo técnico do BNDES, representado por Marcelo Porteiro, Tiago Peroba, Marcus Vinicius, Caio Araujo, Felipe Borges, Daniel Wilcoxx, Fernando Mantese, Ricardo Barros, Petrônio Cançado, Bruno Laskoesky, Marcos Rossi. 

CORPO TÉCNICO DO BNDES

Na primeira reunião realizada com o corpo técnico do BNDES foi colocado os principais problemas enfrentados pelas associadas da ABIMAQ para conseguir crédito: 1) A linha de crédito para pagamento da folha de salário com custo bastante acessível foi direcionada apenas para empresas com faturamento anual de até R$ 10 milhões, linha essa específica para salário que não atende a necessidade de giro para outras finalidades. 2) O montante de R$ 5 bilhões direcionado para a linha de giro com repasse de instituições financeiras é muito pouco e o custo muito elevado para o tomador final que está em torno de 12 a 15% a.a. 3) A necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débitos (CND) das empresas, cuja inexistência impede o financiamento. Além de ressaltar a ideia de usar recursos do Tesouro Nacional neste momento de crise por causa da Covid-19. As sugestões também foram mencionadas em videoconferência com o Ministério da Economia (mais detalhes em matéria na página 6 ?). 

PRESIDÊNCIA BNDES E EQUIPE

Na segunda reunião realizada com Gustavo Montezano, presidente do BNDES, e equipe foi reafirmado todos os obstáculos das empresas de máquinas e equipamentos de obter crédito. 

Quando questionado sobre Fundo Garantidor de Investimento (FGI), Montezano disse que Paulo Guedes já deu sinal verde e que o BNDES está aguardando a publicação da Medida Provisória para começar a operar ainda no mês de maio. “A ideia é do Fundo Garantidor funcionar como uma espécie de seguro de crédito. O banco poderá utilizar o FGI em linhas próprias quanto nas linhas com funding do BNDES. O custo do FGI ainda está em discussão no banco, mas a intenção é ser mais flexível possível. Inclusive, estamos conversado muito com as instituições financeiras para que a taxa de juros não ultrapasse a um dígito”. 

O presidente do BNDES esclareceu que o fundo funcionará da seguinte forma: na linha de giro para as empresas com ROB anual de até R$ 300 milhões, se o empréstimo tiver pelo menos 06 meses de carência e for abaixo de CDI + 5% a.a., o banco poderá contratar o FGI junto ao BNDES. Além disso, o fundo vai cobrir até 80% das operações. “Há uma demanda de várias instituições para ser ampliado a cobertura do FGI, mas quando aumenta esse limite diminui o potencial de alavancagem do fundo. Nós estamos otimista com o produto. Sabemos que teremos muitos desafios, caso precise faremos os ajustes necessários para incentivar a utilização do programa”. 

Sobre a ideia de criar uma linha emergencial com 100% de garantia do Tesouro e repassada diretamente pelos bancos públicos BNDES, CAIXA, BNB e BASA, Montezano expôs que é preciso ser cauteloso com o assunto, pois a Caixa já é repassador do BNDES, no entanto, a decisão final seria da Caixa. Sugeriu uma conversa com a Caixa. Marcelo Porteiro complementou dizendo que seria bom a entidade ter uma conversa com represententes do Banco do Brasil que tem se mostrado interessado no repasse da linha de giro do BNDES reforçando a assim a importância de o Banco estar presente nas operações de giro. 

Com relação ao standstill, foi relatado que ficaram de fora operações passíveis de financiamento com equalização de taxa de juros pelo Tesouro Nacional tanto agrícola como industrial. “BNDES está terminando uma modelagem e que tem condições de colocar rapidamente em operação, onde apenas as parcelas de standstill seriam renegociadas em TLP mantendo-se as demais parcelas preservadas com as taxas equalizadas”, explicou Montezano. 

A respeito dos Fundos de Direitos Creditórios, Montezano lembrou da última reunião realizada com a ABIMAQ sobre o tema Banco ABIMAQ. Na próxima semana fará uma chamada para capitalização de Fundo de Direitos Creditórios de até R$ 4 bilhões, montante esse que o BNDES estará colocando do seu capital. Alguns desses fundos serão setoriais patrocinados por grandes empresas. O patrocinador setorial coloca a cota subordinada e o BNDES a cota sênior, essa cota subordinada será exclusiva para aquele setor, como se fosse uma espécie de cooperativa de crédito.

Já na Linha da Folha de Pagamento foi sugerido aumentar o rol de beneficiários dessa linha para empresas com ROB anual de até R$ 90 milhões. Montezano esclareceu que o alinhamento com o ministro foi disponibilizar o excesso do orçamento que sobrou da linha folha de pagamento e transferir para o Fundo Garantidor, que segundo o BNDES terá potencial maior. 

INVESTSP

Na reunião com a InvestSP Wilson Mello tratou da retomada gradual das atividades a partir de 11 de maio. Nesse sentido está abrindo um canal de diálogo com vários setores e pediu para a ABIMAQ encaminhar um estudo de protocolo de como fazer a retomada com segurança de vigilância sanitária especifico do setor de máquinas e equipamentos para apresentar ao Governo do Estado de São Paulo a proposta por setor e município. 

Velloso aproveitou a oportunidade para falar da liberação dos créditos acumulados de ICMS que nesse momento ajudaria as empresas que estão em busca de capital de giro e encontrando muitas dificuldades, como custo alto, exigência da CND e garantias. A ABIMAQ ficou de apresentar um estudo de vulnerabilidade e impacto econômico para retomar o tema com Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo e com Gustavo Ene, Secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia. 

DESENVOLVE SP

Já com Nelson de Souza da Desenvolve SP, a ABIMAQ expôs as dificuldades encontradas na obtenção de capital de giro justamente em um período sem receita como em que as empresas estão enfrentando, onde o capital de giro é essencial para continuar horando com as atividades da empresa e seus compromissos. 

Velloso elencou ainda algumas propostas feitas ao governo que foi baseada no Sistema Federal Reserve dos Estados Unidos na qual as instituições financeiras públicas e privadas emprestariam e ficariam com risco de 5% da carteira de empréstimo enquanto que o Banco Central ficaria com 95% da carteira. O presidente da Desenvolve achou excelente a ideia. 

Por fim, como forma de apoiar os associados da ABIMAQ, a Desenvolve SP aumentou o rol de beneficiários de R$ 10 milhões para até R$ 90 milhões de faturamento anual na obtenção da linha de giro.

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