segunda-feira, 12 de abril de 2021

Esalq/USP oficializa indicação de Alysson Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz

Iniciativas de Paolinelli fizeram com que o Brasil se tornasse uma potência alimentar para todo o planeta

Pelo legado na transformação do Brasil em potência do agronegócio, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli foi oficialmente indicado para o Prêmio Nobel da Paz 2021. A nomeação foi protocolada no Conselho Norueguês do Nobel, pelo diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Durval Dourado Neto. A indicação conta com o apoio da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e de mais 23 entidades do agronegócio brasileiro.

Alysson Paolinelli nasceu em 10 de julho de 1936, em Bambuí, no Estado de Minas Gerais. Ele foi responsável pela implantação de um sistema de pesquisa agropecuária tropical único no mundo, cujo grande destaque foi a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a maior empresa de tecnologia agropecuária do mundo tropical. Criou ainda a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) e vários programas de investimento na agricultura e desenvolvimento regional, além de acordos de cooperação internacional lastreada em capital humano. 

Como Ministro da Agricultura (1974-1979) criou as instituições, políticas e organizações que viabilizaram a modernização da agricultura tradicional. Uma das principais foi o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro). Instituiu o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer). Paolinelli participou da criação do Proálcool (1975), o primeiro programa mundial de produção em larga escala de combustível limpo e renovável a partir de biomassa.

Saiba mais

Para saber mais sobre a vida e obra, contribuições e grandes conquistas de Alysson Paolinelli: https://paolinelli-nobelpeaceprize2021.com/producao-agricola-sustentavel-para-a-paz/

Confira a opinião de autoridades do setor sobre a indicação do Allison Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz:

- João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, e diretor da Tatu Marchesan. 

“Alysson Paolinelli sempre foi incentivador da pesquisa, ciência e tecnologia, por isso merece todo o nosso apoio. Ele foi responsável pela implantação de um programa de bolsa de estudos para estudantes brasileiros em diversos centros de pesquisa em agricultura pelo mundo, como por exemplo nos Estados Unidos. Foi ministro da Agricultura no governo de Ernesto Geisel, de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Nesse período, Paolinelli modernizou a Embrapa e promoveu a ocupação econômica do Cerrado. Após deixar o ministério, foi presidente do Banco do Estado de Minas Gerais, deputado constituinte e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Em 2006 ganhou o prêmio World Food Prize, que podemos considerar o equivalente ao Nobel da alimentação. É um prêmio dado a pessoas, independente de raça e gênero, que ajudaram consideravelmente a população a melhorar a qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimentos no mundo. É um homem de grande destaque em toda sua trajetória acadêmica e profissional e que só trabalhou em benefício da agricultura brasileira. Merece o nosso aplauso”. 

-  Maurílio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubisa e membro do Conselho Superior da ABIMAQ

“Com a sua Revolução Agrícola Tropical Sustentável, Alysson Paolinelli transformou o Brasil de país importador de alimentos a exportador de grande expressão. Ele não só trouxe autossuficiência alimentar para o país, como também levou o Brasil para o mundo inteiro por meio do agro. Essa é uma conquista que envolve não somente os produtores rurais, mas também outros elos da economia, como setores geradores de ciência e tecnologia, indústria, serviços, logística, distribuição e consumidores. Enfim, todos nós brasileiros estamos conectados à grande transformação que Paolinelli impulsionou na agricultura brasileira. Portanto, um Nobel da Paz para Alysson Paolinelli é um Nobel da Paz de todos os Brasileiros.

Para o setor agropecuário em particular, a indicação dele também representa uma oportunidade para fortalecer o conceito do campo brasileiro no cenário mundial, mostrando para o planeta como fomos capazes de gerar ciência e tecnologia agrícola específicas para produção alimentar em biomas tropicais, fazendo do agro brasileiro o mais competitivo do mercado internacional. Mais do que isso: um agro que hoje é fator estratégico para a segurança alimentar mundial. E tudo isso buscando racionalidade no uso de recursos naturais, como evidencia o fato de conservarmos ainda cerca de 60% de cobertura vegetal natural no território brasileiro. Com a indicação de Paolinelli ao Nobel, abre-se um novo caminho para o país reforçar uma narrativa assertiva e consistente para o agro brasileiro”.

- Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), e diretor de Relações Institucionais da Jacto

“A indicação de Allison Paolinelli ao prêmio nobel da paz representa reconhecimento a uma obra de grande impacto na vida das pessoas em todo o mundo. Ele contribuiu decisivamente para a segurança alimentar mundial ao promover a agricultura no cerrado nacional que se tornou um enorme celeiro a serviço da humanidade. Atualmente, o País é um dos maiores exportadores mundiais de alimentos graças a revolução da agricultura tropical, fomentada com base na ciência, capitaneada por este grande brasileiro”.

- Alberto Issamu Honda, diretor Superintendente da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia

“Alysson Paolinelli é uma das principais referências do agronegócio brasileiro. Foi um dos criadores da Embrapa e propiciou a revolução tecnológica que tornou o bioma cerrado uma das regiões mais produtivas do Brasil.

A modernização da Embrapa, com investimentos em ciência e tecnologia, vigoroso programa de capacitação dos pesquisadores com bolsas de mestrado e doutorado nos maiores centros agrícolas do mundo e a ocupação do cerrado, tornou a Agricultura Tropical mundialmente competitiva na década de 1980. O Brasil deixou de ser importador de alimentos para se transformar no maior celeiro do mundo.

Com isso, toda a cadeia do agronegócio foi beneficiada, em especial o setor de máquinas e implementos agrícolas de alta tecnologia, ferramentas imprescindíveis para a implantação da moderna e produtiva agricultura da região do cerrado. Essa indicação merece o apoio da ABIMAQ”.

LINHA DO TEMPO DE ALYSSON PAOLINELLI

1936

Nasce Alysson Paolinellli

1956 - 1958

Presidente do Centro Acadêmico da Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal)

1959

Graduado em Engenharia Agronômica pela Esal

1959 - 1990

Professor da Esal

1966 - 1967

Vice-diretor da Esal

1967 - 1971

Diretor da Esal

1968 - 1969

Presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (Abeas)

1971 - 1974

Secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais

1974 - 1979

Ministro da Agricultura do Brasil

1979 - 1983

Presidente do Banco do Estado de Minas Gerais (BEMGE)

1980 - 1982

Presidente da Associação Brasileira de Bancos Comerciais Estaduais (Asbace)

1982 - 1986

Presidente da Sociedade Mineira de Agricultura (SMA)

1987 - 1990

Presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

1987 - 1991

Deputado Federal, participante da Assembleia Nacional Constituinte

1990

Presidente do Comitê da Feira Osaka-Japão

1991 - 1994

Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais

1992 - 1993

Presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura

1995 - 1998

Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais

2011 - Hoje

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho)

2012 - Hoje

Fundador e Presente do Instituto Fórum do Futuro

2019 - Hoje

Embaixador da Boa Vontade para Temas de Gênero e Juventude Rural do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)

2020

Titular da cátedra honorária de agronegócio da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP)

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