terça-feira, 27 de abril de 2021

Plano Nacional de Energia é apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética em reunião

Informações do estudo subsidiarão o planejamento estratégico das empresas fornecedoras de máquinas  equipamentos sob os diferentes cenários dos futuros possíveis nos mercados de petróleo, gás, biocombustíveis e bioenergia

“Ter uma indústria forte é essencial para o desenvolvimento do Brasil. Para isso, um dos insumos principais desse setor é a energia. Por isso é importante que os investidores pensem em termos de investimentos a longo prazo e na segurança de abastecimento energético para suprir as necessidades da própria empresa” (mais destalhes no gráfico abaixo), afirmou Heloisa Borges Esteves, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em encontro, realizado no dia 16 de março. 

Pela ABIMAQ, participaram do evento José Velloso, presidente executivo, Idarilho Nascimento, presidente do Conselho de Óleo e Gás e Alberto Machado, diretor de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da ABIMAQ.

Heloisa explicou que o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) é uma estratégia de longo prazo do planejador em relação à expansão do setor de energia e que pode ser entendida como processo em três etapas:

Ela ressaltou que o PNE 2050 considera quatro aspectos: impactos ambientais, desenvolvimento socioeconômico, segurança nos riscos de suprimento de energia e competitividade. “O plano se propõe a construir consensos em torno de grandes questões e caminhos para o setor energético nacional, porque o planejamento do Brasil não é impositivo, ele é indicativo para saber quais os rumos que o governo está vendo para o setor. No entanto, o avanço desse plano exige consensos e entender que movimentos devemos iniciar agora para colher frutos daqui a 15, 20, 30 anos”. 

DIRETRIZES ESTRATÉGICAS

O plano sugere que as empresas mantenham foco no aproveitamento dos recursos de petróleo, ampliando a exportação, mas se preparando para eventuais instabilidades no mercado e guerras de preços. Além disso, deve-se atentar para oportunidades de investimento no país para que a indústria do petróleo possa a compensar suas emissões e desenvolver novas soluções de baixo carbono na transição energética.

O relatório aponta que a demanda por gasolina perde importância, de 35% em 2015 para 25% no cenário Desafio da Expansão (22% no cenário de Estagnação). 

Com relação ao óleo diesel utilizado no transporte rodoviário de cargas aumenta sua já elevada representatividade, de 47% em 2015 para 51% em 2050 em ambos os cenários. Também haverá oportunidade para biodiesel, HVO (diesel verde) e gás natural no segmento de transporte. 

O PNE 2050 destaca que é preciso promover o desenvolvimento eficiente do mercado e infraestrutura de gás natural, identificando futuras sinergias possíveis com soluções emergentes, tais como o hidrogênio e setores industriais estratégicos (ex.: fertilizantes, relacionado a segurança alimentar).“Como resultado do Novo Mercado de Gás, estima-se que os preços finais do gás natural estejam na faixa de US$ 4 a 5/MMBtu para os contratos firmes e de US$ 8 a 10/MMBtu para os contratos flexíveis em 2050”, comentou Heloisa.

O documento realça que é necessário pensar no aproveitamento energético dos resíduos da agropecuária com produção descentralizada de biogás/biometano e bioeletricidade.

A representante da EPE reforçou que os cenários do setor energético estão cada vez mais marcados pelo combate das mudanças climáticas e pela busca de um desenvolvimento sustentável. “Grande parte das nações e até os investidores começam apresentar na sua agenda essa temática energética que fala não apenas de reduzir os custos e os riscos de abastecimento, mas também diminuir as emissões. O Brasil tem uma elevada oferta de recursos energéticos renováveis, então precisamos usar isso como uma fortaleza nossa e apostar nesse ativo energético”.

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