terça-feira, 20 de abril de 2021

Projetos, cenários e resultados do Brasil-Canadá PDAC 2021 são debatidos na reunião do Conselho de Metalurgia e Mineração

Encontro contou com participações de representantes da Aura Minerals, Agência para o desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB) e CRU Group, além do anúncio do novo presidente do Conselho de Metalurgia e Mineração

“Gostaria de homenagear Xavier de Brito que iniciou o Conselho de Metalurgia e Mineração (CMM) e nos passou a responsabilidade de continuar seu trabalho. Agora passo o comando para Rodrigo Franceschini, CEO da SEMCO Tecnologia e também presidente da Câmara Setorial para Cimento e Mineração (CSCM), para trazer seu conhecimento para o mercado de mineração”. Assim Germano Fehr Neto, então presidente do CMM, abriu reunião, realizada no dia 17 de março. 

Franceschini agradeceu a indicação e afirmou que dará continuidade ao trabalho em prol do setor de metalurgia e mineração. “Sei que não será fácil, mas conto com a ajuda essencial do corpo técnico da ABIMAQ, especialmente da Regiane Nascimento, gerente executiva, e de todos os especialistas do segmento que fazem parte do conselho”. 

APRESENTÇÕES

Glauber Luvizzoto, Chief Operating Officer da Aura Minerals, expôs o Projeto Almas, que está localizado no estado do Tocantins. “A iniciativa consiste em três minas de ouro a céu aberto independentes alimentando a planta de processo localizada na região central aos depósitos. A sua construção iniciará em maio de 2021 com o investimento de R$ 375 Milhões, produção comercial estimada para o quarto trimestre de 2022 com duração de 17 anos (sem considerar o potencial de expansão da reserva) e é esperado produção acima de 50.000Oz nos primeiros anos (2023 a 2026). Na operação, o orçamento médio anual será de R$ 178 Milhões nos setes primeiros anos”. 

Luvizzoto disse que em 2020 a Aura produziu 204koz de ouro e tem o objetivo de chegar a 480koz até 2024. “O Projeto Almas contribuirá com 20% deste plano de expansão com 51koz/ano ou 1.586kg/ano”. 

Roberto Perez Xavier, Diretor Executivo da Agência para o desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), apresentou os resultados da participação do Brasil no evento PDAC (mais informações na matéria da página 13). “Foram 355 inscritos efetivos, 96 palestrantes, média de 150 participantes por painel. Já no painel ‘Palestras de Mineração Brasil-Canadá: Soluções de Serviços para o Setor de Mineração Brasileiro’ a presença foi de 118 pessoas”. 

Para Xavier, a participação do setor produtivo e entidades, em consórcio com o Governo Federal, foi essencial na organização e nas atividades promovidas durante o Brasil PDAC 2021. “Esta sinergia é fundamental para promover o setor mineral do Brasil em nível internacional, despertando o interesse do investidor estrangeiro pela opção de negócios no país”.

Eduardo Tinti, analista dos mercados de aço e minério de ferro da CRU GROUP, abordou sobre o mercado global e brasileiro de aço. “Os preços do aço cresceram em espiral desde o último trimestre de 2020. Isso se deve à retomada da demanda muito rápida, a demora no retorno de capacidade paralisada em decorrência da paralização por causa da pandemia e a restrição de oferta que arrastou por mais tempo. Além disso, devido à recuperação forte de demanda na China, o país que é um exportador de aço passou a ser importador, contribuindo assim com a escassez do aço em outros mercados”.  

Com relação às perspectivas futuras, Tinti acredita que as retomadas de capacidade devem reduzir os preços do aço a partir do segundo bimestre, mas o momento exato de inflexão é incerto, pois depende de uma série de fatores. “Um dos possíveis cenários é uma retomada mais rápida antes da capacidade paralisada e de novos projetos que possam gerar uma momentânea superoferta no mercado e fazer com que os preços caiam de forma mais acentuada. Quanto à retomada da capacidade, ela pode ser dar de forma mais lenta do que projetada e com isso os preços podem se manter mais elevados por mais tempo. Também existe um risco, mais de médio prazo, de que os preços de matéria-prima, principalmente minério de ferro, se mantenham em níveis muito altos ao dependerem da demanda de aço. Isso pode impactar o mercado elevando os preços finais, caso a demanda esteja robusta, ou comprimindo as margens das siderúrgicas, na hipótese da demanda esteja menos forte”.

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