domingo, 23 de setembro de 2012

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES INCENTIVA ADOÇÃO DE ÁRVORES NO BAIRRO DO BUTANTÃ

Estima-se que existam 2 milhões de árvores plantadas na cidade de São Paulo. Porém, todos os dias, 14 delas são cortadas. No entanto, o desmate das áreas verdes poderia ser evitado com o cuidado preventivo das plantas ou até mesmo na sua recuperação. No Residencial Parque dos Príncipes, bairro localizado na zona Oeste da capital Paulista, a Associação de Moradores está promovendo a campanha ‘Adote uma Árvore’

Segundo estimativa da Prefeitura de São Paulo, a cidade possui cerca de 2 milhões de árvores das mais variadas espécies. No entanto, até 2010, apenas 12 mil delas foram catalogadas oficialmente pelo projeto Identidade Verde, da Secretaria da Coordenação das Subprefeituras. Porém, são cortadas 14 árvores por dia na capital paulistana, um total de72.514 exemplares, nos últimos anossegundo mostra o trabalho de dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) pela arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira. O desmate equivale a uma área de quase cinco Parques do Ibirapuera.

O cuidado preventivo como, a poda, a retirada de cimento que cobre a raiz da planta, a proteção contra formigas e pragas ou até mesmo o tratamento para recuperação das árvores podem evitar a remoção da vegetação. Para o plantio de novas mudas e a preservação das espécies existentes,Prefeitura de São Paulo criou o Programa “Adote uma Árvore”. O município concederá aos adotantes descontos do IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano quando a vegetação estiver na fase adulta.

A exemplo do que acontece na cidade, os moradores do bairro do Butantã, zona Oeste da cidade, estão sendo incentivados pela APRPP - Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes a aderirem a campanha ‘Adote uma Árvore’. “No Parque temos muitas árvores, ainda fracas e pequenas, precisando de tratamento ‘personalizado’, individual e cuidadoso, que a manutenção geral não tem condições de lhes proporcionar”, explica Winfried Ludewig, vice-presidente do Conselho Superior da APRPP.“Essa iniciativa é um convite aos residentes para realizar uma atividade prazerosa que, ao mesmo tempo, contribui com a preservação ambiental, com a redução do aquecimento global e da poluição do ar e não deixa dúvidas quanto à sustentabilidade”, completa.

Ludewig conta que aderiu a iniciativa há dois meses, antes mesmo da campanha da Associação, com o plantio de quatro mudas de Cambuci (espécie ameaçada de extinção) e uma da Gumi Fruit, conhecida como Alegria dos Pássaros por produzir milhares de frutos pequeninos, vermelhos e muito atrativos. “Nesta época de seca, o cuidado é quase diário para regar. Além disso, é preciso intensificar o combate ao ataque de formigas cortadeiras e outras pragas, principalmente devido à planta ainda ser pequena”, relata.  

Os moradores do Parque que optarem pela adoção de uma árvore terão o auxílio daengenheira agrônoma Heloísa Amaral Antunes. Entre as contribuições para a preservação das áreas verdes estão: poda de galhos secos, defeituosos; eliminação de parasitas; proteção contra formigas e pragas; rega em períodos de seca prolongada; enriquecimento do solo ao redor da planta com adubos, esterco e correção da acidez, entre outras necessidades.

Segundo Heloísa, em uma primeira lista das espécies arbóreas que precisam de adoção no Parque dos Príncipes estão: um Cedro (Cedrela fissilis), dois Ipês-rosa (Tabebuia pentaphylla), uma Resedá (Lagerstroemia indica), um Jenipapo (Genipa americana), um Flamboyant (Delonix regia), um Ingá (Inga edulis), uma Grevílea Anã (Grevillea banksii), um Angico (Anadenanthera colubrina), uma Mangueira (Mangifera indica), uma Goiabeira (Psidium guajava) e uma Castanheira (Bertholletia excelsa). “O trabalho será feito aos poucos, priorizando primeiro os cuidados mais urgentes, e depois agindo sempre de acordo com a evolução da planta, até que a árvore não precise mais de ajuda individualizada”, esclarece.  

Para a manutenção de 236 mil metros quadrados de áreas verdes, incluindo os cuidados de 10 praças no interior do Residencial, a APRPP tem doze acordos acordo de parceria firmados com a Subprefeitura do Butantã. Além disso, no correr dos anos, a Associação já fez o plantio de mais de 4 mil árvores e planeja plantar mais 420 este ano, ocupando todo o espaço que ainda resta. “Na contra-mão  do que acontece na cidade, que possui 4,6 m2 de áreas verdes por habitante (conforme levantamento da Prefeitura de São Paulo), o Parque dos Príncipes é um local privilegiado por ter aproximadamente 50 m2 de área verde por morador, índice dez vezes superior à média do restante da Capital”, ressalta Winfried LudewigO número recomendado de vegetação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12 m2/habitante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário