Estima-se
que existam 2 milhões de árvores plantadas na cidade de São Paulo.
Porém, todos os dias, 14 delas são cortadas. No entanto, o desmate das
áreas verdes poderia ser evitado com o cuidado preventivo das plantas ou
até mesmo na sua recuperação. No Residencial Parque dos Príncipes, bairro localizado na zona Oeste da capital Paulista, a Associação de Moradores está promovendo a campanha ‘Adote uma Árvore’.
Segundo estimativa da Prefeitura de São Paulo, a cidade possui cerca
de 2 milhões de árvores das mais variadas espécies. No entanto, até
2010, apenas 12 mil delas foram catalogadas oficialmente pelo projeto
Identidade Verde, da Secretaria da Coordenação das Subprefeituras.
Porém, são cortadas 14 árvores por dia na capital paulistana, um total de72.514 exemplares, nos últimos anos, segundo
mostra o trabalho de dissertação de mestrado defendida na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) pela
arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira. O desmate equivale a
uma área de quase cinco Parques do Ibirapuera.
O cuidado preventivo como, a poda, a retirada de
cimento que cobre a raiz da planta, a proteção contra formigas e pragas
ou até mesmo o tratamento para recuperação das árvores podem evitar a
remoção da vegetação. Para o plantio de novas mudas e a preservação das
espécies existentes, a Prefeitura de São Paulo criou o Programa
“Adote uma Árvore”. O município concederá aos adotantes descontos do
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano quando a vegetação estiver
na fase adulta.
A exemplo do que acontece na cidade, os moradores do bairro do Butantã, zona Oeste da cidade, estão sendo incentivados pela APRPP - Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes a aderirem a campanha ‘Adote uma Árvore’. “No Parque temos muitas árvores, ainda fracas e pequenas, precisando
de tratamento ‘personalizado’, individual e cuidadoso, que a manutenção
geral não tem condições de lhes proporcionar”, explica Winfried Ludewig, vice-presidente do Conselho Superior da APRPP.“Essa iniciativa é um convite aos residentes para realizar uma atividade prazerosa que,
ao mesmo tempo, contribui com a preservação ambiental, com a redução do
aquecimento global e da poluição do ar e não deixa dúvidas quanto à
sustentabilidade”, completa.
Ludewig conta que aderiu a iniciativa
há dois meses, antes mesmo da campanha da Associação, com o plantio de
quatro mudas de Cambuci (espécie ameaçada de extinção) e uma da Gumi
Fruit, conhecida como Alegria dos Pássaros por produzir milhares de
frutos pequeninos, vermelhos e muito atrativos. “Nesta época de seca, o
cuidado é quase diário para regar. Além disso, é preciso intensificar o
combate ao ataque de formigas cortadeiras e outras pragas,
principalmente devido à planta ainda ser pequena”, relata.
Os moradores do Parque que optarem pela adoção de uma árvore terão o auxílio daengenheira agrônoma Heloísa Amaral Antunes. Entre
as contribuições para a preservação das áreas verdes estão: poda de
galhos secos, defeituosos; eliminação de parasitas; proteção contra
formigas e pragas; rega em períodos de seca prolongada; enriquecimento
do solo ao redor da planta com adubos, esterco e correção da acidez,
entre outras necessidades.
Segundo Heloísa, em uma primeira lista das espécies
arbóreas que precisam de adoção no Parque dos Príncipes estão: um Cedro
(Cedrela fissilis), dois Ipês-rosa (Tabebuia pentaphylla), uma Resedá
(Lagerstroemia indica), um Jenipapo (Genipa americana), um Flamboyant
(Delonix regia), um Ingá (Inga edulis), uma Grevílea Anã (Grevillea
banksii), um Angico (Anadenanthera colubrina), uma Mangueira (Mangifera
indica), uma Goiabeira (Psidium guajava) e uma Castanheira (Bertholletia
excelsa). “O trabalho será feito aos poucos, priorizando primeiro os
cuidados mais urgentes, e depois agindo sempre de acordo com a evolução
da planta, até que a árvore não precise mais de ajuda individualizada”,
esclarece.
Para a manutenção de 236 mil metros quadrados de áreas verdes, incluindo os cuidados de 10 praças no interior do Residencial, a APRPP tem
doze acordos acordo de parceria firmados com a Subprefeitura do
Butantã. Além disso, no correr dos anos, a Associação já fez o plantio
de mais de 4 mil árvores e planeja plantar mais 420 este ano, ocupando
todo o espaço que ainda resta. “Na contra-mão do que acontece na
cidade, que possui 4,6 m2 de áreas verdes por habitante (conforme
levantamento da Prefeitura de São Paulo), o Parque dos Príncipes é um
local privilegiado por ter aproximadamente 50 m2 de área verde por
morador, índice dez vezes superior à média do restante da Capital”,
ressalta Winfried Ludewig. O número recomendado de vegetação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12 m2/habitante.
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