sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Desafios da globalização são abordados na reunião do CONIMAQ


Tendências da globalização e desglobalização foram destacados por Marcos Troyjo, cientista político e economista  

“No período de 1989, pós- Guerra Fria, até 2008, com a queda do banco Lehman Brothers e o início da ‘Grande Recessão’, vivemos uma atmosfera econômica industrial que chamo de globalização profunda”. Assim Marcos Troyjo, cientista político, economista e colunista do jornal Folha de S. Paulo, deu início a sua apresentação durante reunião do Conselho Nacional da Indústria de Máquinas (CONIMAQ), no dia 17 de agosto, na sede da ABIMAQ.

Para Troyjo, a globalização profunda é resultante essencialmente de quatro características:

A primeira é a ideia da economia de livre comércio que foi experimentada particularmente pelos países da cortina de ferro. “O sistema tinha uma visão mais coletivista, planejamento com muita mobilidade, e foi acompanhado pelo ponto de vista político da democracia representativa, mais funcionais do que os sistemas de partido único na intermediação nas relações com o governo”, ressalta o economista. 

A segunda é a brutal e dramática mudança do meridiano geoeconômico do Atlântico para o Pacífico. “Essa modificação diminuiu o peso relativo das Américas do Sul e do Norte e da Europa e consequentemente aumentou a força da Ásia, particularmente do sudoeste asiático, no PIB mundial”, comenta o cientista político. 

Segundo Marcos Troyjo, a terceira característica da globalização profunda é a palavra inovação. “O paradigma dominante de inovação é sinônimo de reinvenção, que na sua estratégia econômica ocorre ao contrário do futebol, ou seja, no time que está ganhando é que se mexe”. 

A tendência dos espaços econômicos e industriais se organizarem na forma de grandes blocos é apontada por Troyjo como a último atributo da globalização. “O aperfeiçoado desta dinâmica é a criação dos acordos de livre comércio, como da União Europeia e do MERCOSUL”. 

O especialista colocou ainda que entramos na era da ‘desglobalização’, “Isso não significa o fim da globalização, mas sim a diminuição de ritmo e desaceleração com características fortes, entre as quais esta à incerteza sobre o livre comércio, a mudança entusiástica desenvolvimentista, liderada pela China, e a inovação como reinvenção corporativa”. 

PARTICIPAÇÃO

Alberto Alzueta, presidente do Conselho da Câmara de Comércio Argentino Brasileira (CAMARBRA), também esteve presente no encontro. 

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