segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Ações para retomada da economia são ressaltadas pelo presidente do BNDES

O trabalho do BNDES frente à pandemia e para saída da crise, além do seu papel no novo formato de financiamento e garantias às exportações foram alguns dos temas abordados por Gustavo Montezano e equipe do banco na webinar promovida pela ABIMAQ e o SINDIMAQ 


“O crédito às empresas não flui de forma satisfatória, mas ainda que a concessão de empréstimos fosse suficiente, apenas ajudaria as empresas a fazer a travessia, mas não criaria demanda. A única medida que está ajudando é o auxílio emergencial que, com todas suas dificuldades, está sustentando um mínimo de demanda. Entretanto, este auxílio irá acabar, ou será fortemente reduzido, o que eliminará, a curto prazo, seus efeitos. As falências e recuperações irão se multiplicar e muitos pequenos negócios irão desaparecer. Os estragos, no setor produtivo e nos empregos, serão equivalentes aos de um país que perdeu a guerra”. Assim João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ e do SINDIMAQ iniciou a webinar com Gustavo Montezano, presidente do BNDES, realizada no dia 15 de julho. 

Participaram ainda do evento online José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, e equipe técnica do BNDES representada por Ana Costa, Marcelo Porteiro e Bruno Aranha. 

Ao ser questionado como o BNDES pode ajudar as empresas e a economia brasileira na retomada, Gustavo Montezano disse que o banco está trabalhando com três linhas de ação. A primeira é o teto de gastos. A segunda é a redução de Custo Brasil que deve passar pelas reformas administrativa e tributária. A terceira é a pauta de infraestrutura. 

Para Montezano, pensando a longo prazo a retomada do crescimento passa pela melhoria da infraestrutura, como a agenda do gás, do saneamento, reforma do setor elétrico, enfim uma série de agendas de reconstrução de infraestrutura e que vai puxar a atividade econômica junto com a construção civil. "E nessas agendas de infraestrutura atuamos em duas frentes complementares. Uma ter a possibilidade de financiar projetos por 25 anos com a nossa garantia de segurança para qualquer cenário. A outra é apoiar o governo federal e estadual na estruturação de seus projetos de infraestrutura”.

O presidente do BNDES ressaltou que em termos de política econômica e pública o governo migrou o foco de subsídio e incentivo fiscal da grande empresa para micro, pequeno e médio empresário. Ele também apresentou alguns números dos programas que o governo está colocando em prática. “O Pronampe, que é um programa de financiamento a microempreendedor com garantia de 100% da união, recebeu R$ 16 bilhões de orçamento. O programa emergencial de suporte ao emprego foi disponibilizado R$ 34 bilhões. O de acesso ao crédito emergencial foram colocados R$ 20 bilhões. Também foi concedido mais R$ 5 bilhões de crédito para o Programa Emergencial destinadas às micro, pequenas e médias empresas via empresas âncoras.   

Outro tema abordado foi quando o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) estará funcionando para as empresas. Montezano expressou que está na fase de aprovação. “A nossa expectativa é que seja aprovado no Senado nos próximos dias e depois vai à sanção presidencial. Quando aprovado, o FGI terá potencial de girar R$ 100 bilhões de crédito para micro, pequenas e médias empresas. Nós acreditamos que esse produto veio para ficar e possivelmente será usado no futuro como questão de política pública, pois melhora o risco da operação e faz aumentar a competição bancária”.

COMÉRCIO EXTERIOR

Quando perguntado como o BNDES pode apoiar as empresas na exportação, Montezano expôs que o Banco está participando de uma discussão sobre a reforma do sistema oficial de financiamento e garantias à exportação --  discussão esta liderada pela Secretaria Executiva da Camex com a participação de outros órgãos do poder executivo – e que tem o objetivo de reformatar a política e a máquina de financiamento e seguro de crédito para exportação. “Nós entendemos que sem um apoio oficial, os empresários encontrarão grandes desafios para competir internacionalmente. É necessário tornar o processo mais eficiente e adequado para o exportador brasileiro. Ainda não temos um modelo final, mas o objetivo e concluir essa revisão ainda este ano. 

Sobre o BNDES assumir o papel de gestão de seguro ao crédito para exportação no lugar da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), Montezano relatou que há uma possibilidade e que o Banco tem interesse em sua estratégia de atuar mais em seguros e fianças para o mercado internacional.

Máquinas 4.O

Marcelo Porteiro mencionou que o Finame Máquinas 4.0 já está operacional, mas que o de Serviços Tecnológicos 4.0 houve postergação da sua entrada por causa de decisão de priorização de colocar diversos produtos para o enfretamento da crise e das medidas emergenciais. “O Serviços Tecnológicos 4.0 já está novamente priorizado e muito em breve estaremos ofertando, pois entendemos a sua importância”.

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