sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Perspectivas e ações para retomada da indústria pós-pandemia são debatidas por representantes da PwC

Webinar contou com participação de mais de 400 expectadores 

Como será a retomada das indústrias no ‘novo normal’? Quais desafios? Como vamos sair da crise? E os cenários de curto e médio prazo? Esses e outros questionamentos foram analisados em live promovida pela ABIMAQ com representantes da consultoria PwC Brasil, no dia 06 de julho.



A abertura da webinar foi feita por José Velloso, presidente executivo da ABIMAQ, e José Menghini, Sócio da PwC Brasil e membro do Conselho Superior da ABIMAQ. 

Marcello Mussi, Sócio da consultoria estratégica da PwC Brasil, analisou a situação da economia com enfoque na indústria. Ele mostrou três cenários possíveis de impacto e de retomada. 

Um deles é o V que tem o período de lockdown limitado a um mês, impacto de choque na economia como um todo seguido por recuperação rápida e completa e queda moderada do PIB de 5,5%. 

Já o U, o período de lockdown é de até 2 a 3 meses, apresenta uma recessão sustentada com retorno ao nível anterior do PIB após vários trimestres e queda severa do PIB de 8,5%. 

E por último, o cenário L que tem período de lockdown até o final de agosto, impacto drástico na economia e recessão prolongada, ameaças ao sistema monetário financeiro e queda drástica do PIB de 11%. “Serão necessários de 3 a 6 anos de crescimento para recuperar a queda do PIB de 2020. A “cura econômica” pode levar 4 anos”. 

Para Mussi, o Brasil dificilmente sairia do cenário V porque a máquina da economia brasileira é pouco lubrificada, é burocrática, capital caro e tem muita dificuldade para investimento, ou seja, uma máquina difícil para retomar. 

Marcello Mussi expôs que a PwC Strategy& acredita que existem cinco dimensões (1. vendas e distribuição, 2. produção e logística, 3. força de trabalho, 4. investimentos e fluxo de caixa e 5. impactos econômicos, políticos e sociais) que devem ser analisadas para avaliar os impactos do Covid-19. “Cada uma destas cinco dimensões estratégicas terão impactos importantes na operação das empresas. No entanto, alguns setores como indústrias de transformação, saúde, educação e turismo, serão mais afetados que outros”. 

Segundo Mussi, a estratégia correta para retomada deve ser calibrada de acordo com a sensibilidade do setor. “Cada uma deve observar seus impactos previstos para definir a melhor estratégia de recuperação pós-Covid. Com base em nossas plataformas estratégicas propomos que as empresas observem 5 prioridades em seus negócios: rever eficiência operacional, reforçar a estratégia, expandir diferenciais, moldar a cultura e otimizar custos. Setores resilientes devem manter sua estratégia e focar em sua transformação de longo prazo. Segmentos com retomada longa devem ter seus líderes capturando oportunidades orgânicas e inorgânicas. Áreas com alto impacto no caixa vão precisar de excelência na gestão de caixa. Já setores altamente impactados e retomada lenta devem rediscutir a visão estratégica fim a fim”. 

Mussi reforçou que a retomada das empresas, cada uma alavancando suas prioridades, deve acontecer em três ondas (imediata, médio prazo e longo prazo). “Para superar a crise atual, é necessário um sólido controle sobre caixa e liquidez, produzindo insights que tornem a tomada de decisões eficazes e as operações financeiras estáveis para, depois, se reposicionar e transformar sua organização”. 

Perspectivas e ações para a retomada do setor

Leonardo Dell’Oso, sócio líder de Deals da PwC Brasil, colocou que a continuidade dos negócios requer foco na gestão financeira e manutenção das fontes de recursos. “Para isso, a empresa deve incluir gestão e preservação de caixa; reestruturação financeira e captação de dívida; venda de ativos não essenciais; otimização tributária; busca de investidor (fusões e aquisições); e preparação para recuperação judicial. 

Com relação as fusões e aquisições, Dell’Oso disse que o processo é complexo, extenso e multidisciplinar exigindo a coordenação das diversas atividades simultaneamente. “É necessário planejamento societário e tributário ao longo de todo o processo; foco deve ser sempre a geração de valor aos sócios; avaliar os impactos contábeis, financeiros e tributários na empresa investidora; e pensar na preparação, estratégia e plano de trabalho”. 

De acordo com Leonardo Dell’Oso, no pós-crise espera-se crescente movimento inorgânico das empresas para fusões e aquisições devido à necessidade de sua sobrevivência, recomposição de caixa, escassez de crédito ou crédito muito caro, Real desvalorizado, taxa de juros nos investimentos em baixa histórica, Fundos de Private Equity (investimento) muito capitalizados, queda significativa no valor dos negócios e alta liquidez no mercado –incentivos governamentais”.

RETORNO DAS ATIVIDADES

Norberto Tomasini, sócio da PwC Brasil e especialista em sistemas de soluções digitais, afirmou que a retomada de atividades no período de recuperação pós- pandemia é afetada por seis áreas de resposta: instalações físicas, força de trabalho, gestão de crise e operações, tecnologia e cyber, finanças e Liquidez, clientes e marca. “Além disso, devemos responder requisitos como informações geolocalizadas, controle de protocolos de saúde em larga escala, mecanismo de rastreamento focado por vigilância ativa altamente proativa, resposta mais rápida aos relatórios, implantação pronta para escala populacional e sem contato”. 

Tomasini destacou a solução chamada Virtual Health Assistant, que é um aplicativo para monitorar a força de trabalho no mundo pós-Covid por meio do WhatsApp integrado com geotagging (processo de adicionar dados de identificação geográfica para diversos meios de comunicação com a finalidade de fornecer recomendações personalizadas). “Com esse sistema inteligente, os empresários conseguem checar diariamente a situação de saúde dos colaboradores, criar protocolos de atendimento, ter visão do risco trabalhista e comprovar que a empresa está fazendo controle dos trabalhadores e dando condições de atendimento atendendo os protocolos de saúde”.

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